sábado, maio 27, 2006
[0.619/2006] Fascismo Movimento político e filosófico ou regime que faz prevalecer os conceitos de nação e raça sobre os valores individuais e que é representado por um governo autocrático, centralizado na figura de um ditador. (Houssais p.1700)
Por muito que me custe, tenho de dar o braço a torcer. O CMC tem razão. O fascismo em Portugal foi uma invenção de meia-dúzia de cidadãos que andaram a passar férias em Caxias, no Aljube, no Tarrafal e em Peniche e se passearam no estrangeiro à conta, inventando que eram exilados. Só porque passaram por uma servícias ou viram alguns amigos serem torturados e mortos, tiraram essas conclusões precipitadas. Gente sem rigor no valor das palavras, gente que nunca soube como o fascismo se descreve na ciência.
Isto num país onde o 10 de Junho era o Dia de Portugal e da Raça. (ah é verdade. Esta RAÇA não é raça...raça. É raça lusitana. Não é a raça lusitana dos cavalos, é a outra, percebem, mas não é raça...raça. Não sei se me fiz entender.)
E ingratos, ainda por cima, senão vejamos:
- Os apelos à adesão e respeito à Constituição feita na Assembleia Nacional pluralista de 1933; - O apelo à Concertação Social; - O eleito Presidente do Conselho na companhia de outro grande humanista; - O mulherio no Barreiro a ser acarinhado pela democrática GNR num dia de greve; - A juventude a desfilar e a dizer adeus num dia de manifestação da liberdade frente à tribuna dos eleitos; - Mais juventude com a farda da Jota de então a dizer adeus ao Senhor de Santa Comba (ao contrário do que o meu camarada CMC diz, aquela forma de dizer adeus não foi coisa só da primeira metade dos anos 30. Aprendeu-se a acenar nessa altura mas nos anos sessenta ainda era assim que se saudavam os nossos eleitos. Digo-lho eu, que assisti a muitas destas festas de grande empolgamento libertário) - A colónia de férias do Tarrafal, verdadeiro bastião do anti-fascismo. O poder era tão simpático para os seus súbditos que abriu esta colónia de férias só para que os anti-fascistas se pudessem reunir em paz e sossego e discutir os assuntos que os apoquentavam. Claro que alguns morriam com os mimos que lá lhes davam, mas isso era gente que não estava habituada ao calor dos trópicos. - O saudoso António Piteira Santos foi mais um dos milhares de agraciados pelo regime não-fascista. A imagem que se reproduz da sua ficha da PIDE (à esquerda), organização não-fascista de mérito e humanidade de grande calibre, é prova disso. - Do General Humberto Delgado, esse oposicionista ao poder sufragado universalmente em Portugal, não tenho fotos na vala onde foi encontrado assassinado pelo regime ditatorial não-fascista de então. Ainda hei-de ouvir alguém dizer que ele caiu do carro e bateu com a cabeça no chão, coitado. Enfim, meu caro Carlos, é como digo lá mais atrás. Este é um povo ingrato, ignorante e burro que não sabe distinguir fascismo de ditadura. Já dizia Mário Branco: Temos fantasmas tão educados que adormecemos no seu ombro... LNT Em tempo: 1 - Bem vês meu caro Rui Perdigão que este teu texto é, como te disse, coisa de talhante. Qual canibalismo, qual quê! Talho, meu caro. Estamos todos no talho. Uns dentro do balcão frigorífico, outros de cutelo na mão e outros ainda a " ... já nem se darem ao trabalho de limpar o sangue dos beiços depois das secretas orgias." 2 - O nosso caro Vital Moreira também está mal informado, certamente. O fascismo em Portugal nunca existiu, como se pode observar também na imagem deste outro menino a dizer adeus que o João Tunes publicou. Ora querem lá ver! Agora só falta dizer que o movimento libertador do 28 de Maio ... revisio quê? ... (já chega, não faço mais "em tempos" neste Post)
7:18:00 da tarde
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