sexta-feira, maio 19, 2006
[0.600/2006] Nini, dançava só para mim
Acabo de chegar da festa, pá. Foi surpreendente. Estás de parabéns, pá. Foi comovente.
Hoje no grande auditório do CCB, Paulo de Carvalho mostrou uma vez mais porque é que os grandes profissionais, sejam do que forem, acabam sempre em reconhecimento, mesmo quando durante algum tempo e em virtude de se não absterem de serem cidadãos, lhes tentam afixar rótulos discriminatórios. Paulo de Carvalho é símbolo da revolução musical, cultural e política e é um exemplo de profissionalismo, de coragem e verticalidade. O espectáculo em que hoje fez desfilar, durante duas horas e tal, a vida tal como a viveu, com a simplicidade que os que o conhecem identificam, com a afinação sem mácula na disciplina e no muito trabalho que se adivinhou na construção do programa que apresentou, com a humanidade que manteve desde as noitadas do Vává e da Mexicana, com o instinto paterno ao partilhar duas das canções com a Mafalda e o Bernardo, com o evocar dos amigos que já marcharam, com a promoção dos que com ele trabalham, com a emoção que contagiou todo o auditório e com a sabedoria de quem fez o difícil parecer fácil, foi um momento de aprendizagem. Até o Ânimo do António ressuscitou. Ao ler o que Marcelo Rebelo de Sousa escreveu, porque foi ele que redigiu o folheto do concerto, percebe-se o respeito pelo homem e o reconhecimento pela obra, independentemente das opções políticas de cada um. Foi momento alto, uma confirmação de que o dom do afecto que só alguns sabem emprestar aos outros e a tudo o que constroem é a marca que distingue os que passam dos que ficam para sempre. Obrigado por seres assim Paulo, é bom conhecer gente que é gente. LNT
2:03:00 da manhã
. - .
Página inicial
. - .
Comentários (1)
|
|