terça-feira, junho 20, 2006
[0.723/2006] A esquerda e a sua base de militância precisam de mudar
No seguimento do texto anterior, o Roteia destaca, e bem, as responsabilidades da esquerda no processo de mudança, pois é tradição de esquerda ser inconformista e, na verdade, a esquerda, e a sua base militante, tem muito, na actualidade, de conformista. Se notarmos bem, hoje em dia grande parte das pessoas de esquerda não é defensora da mudança, procuram a manutenção do status quo, como se a realidade de hoje fosse igual à da saída e gerada no pós II Guerra Mundial, então em clima e em condições de desenvolvimento económico extremamente favoráveis. A militância de esquerda parece, deste modo, recear a mudança. Evoca, e bem, uma das grandes bandeiras da sua área: o trabalho, todavia, depois, ao defender uma série de abordagens já pouco verosímeis para os dias de hoje, acaba por não perceber o porquê do aumento do desemprego. Agarra-se, e bem, ao princípio do Estado Social, mas não percebe, ou não quer perceber, que ao manter as mesmas abordagens de outras décadas anteriores, se o Estado Social não se reformar tende a desaparecer. Por isso, à esquerda coloca-se o desafio, ou é ela a mudar, introduzindo as suas perspectivas, com novas abordagens às novas realidade, no processo de mudança; ou continua a pensar, fixa a métodos e estratégias de outros tempos, que a manutenção dos actuais Direitos e Deveres conduzem a uma sociedade socialmente justa e equilibrada, quando esta tende, com os tais Direitos e Deveres em vigor de décadas anteriores, e cada pessoa facilmente constata, a criar mais fosso social e económico. Falta introduzir, na análise de muitos militantes de esquerda, a dimensão global. Sem a qual, não se podem encarar os desafios de hoje e do amanhã. Caso paradigmático de paragem no tempo é o Partido Socialista Francês. A maioria dos dirigentes considera que pode continuar a governar com medidas de outras décadas. Enquanto se querem manter certas condições, o desemprego, a insegurança, o receio, aumentam. A esquerda precisa de mudar, não no sentido do mudar porque sim, mas de mudar, para manter os seus princípios, porque a mudança é inata aos seus valores e princípios, na procura de uma sociedade mais justa, antes que passe, definitivamente, a força política conservadora. Como nunca foi. CMC
1:22:00 da tarde
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