segunda-feira, julho 17, 2006
[0.829/2006] A defesa não é legítima?
Nestes dias, em que a incerteza mundial ganhou luz e se materializa com o conflito bélico no Médio Oriente, uma vez mais o umbigo sangrento do mundo volta a expelir sangue. Por outro lado, continuo a constatar como certa comunicação social lusa analisa o assunto de forma dicotómica, entre os maus (Israel) e os coitadinhos (palestinianos). No Médio Oriente se há povos que têm estado submetidos ao infortúnio esses povos são o israelita e o palestiniano. O primeiro, fruto de uma peculiar resistência e convicção, e suporte altruísta da diáspora, vive com mais condições do que o segundo, este sim, povo tantas vezes usado como escudo de defesa e ataque dos auto intitulados povos irmãos árabes. Que ricos irmãos estes, os mesmos que tantas vezes intervieram de modo a que os palestinianos não aceitassem a existência do Estado de Israel, fazendo, com isto, na realidade, com que a Palestina não conheça, cerca de 50 anos depois das novas definições fronteiriças no Médio Oriente, o seu Estado. Há quem considere que Israel tem usado excesso de força. Posso concordar, em certa medida, com esta leitura no caso de Gaza, mas não pode, com certeza, ser aceite a mesma no caso libanês. O movimento radical Hezbollah actua sem qualquer freio do débil poder político libanês e recebe, há décadas, apoio financeiro e militar da Síria e do Irão, de modo a atacar o Estado de Israel. Importa não esquecer o que está na base dos movimentos militares israelitas, tanto em Gaza como no sul do Líbano. As intervenções são espoletadas pelo rapto de soldados israelitas. Todavia, algumas pessoas esquecem-se deste facto. Israel não age por mero gosto, mas porque tem e precisa de se defender das agressões. Quando certos países europeus consideram desproporcionada a intervenção no Líbano, deviam ter em consideração que Israel fez saber às populações locais para evacuar o sul do país, pois ia intervir militarmente, e fê-lo investindo em pontos nevrálgicos, não agindo no sentido de assassinar civis, ao contrário do que o movimento radical, financiado e apoiado por Damasco e Teerão, fez em Haifa. Quando Israel faz saber, via Primeiro-Ministro italiano, que o cessar-fogo é assumido quando forem libertados os militares detidos, isso não é um acto de prepotência, como certa comunicação social tende a passar, mas sim uma legítima e sincera atitude. Ou será que o valor da vida dos soldados capturados não interessa? Num Estado que respeita os seus cidadãos, sim. Por acaso, os que tanto gostam de acusar Israel de soberba, esquecem-se do porquê da defesa do Estado israelita nestes dias? Parece que raptar soldados é legítimo. Assassinar civis, premeditadamente, é legítimo. Só a defesa do agredido não. Entretanto, o referendo palestiniano de 28 de Julho, que implicitamente referendaria o reconhecimento do Estado de Israel, e possibilitaria uma janela de esperança para a estabilidade no Médio Oriente, com a convivência pacífica de dois Estados, dilui-se nestes dias. Uma vez mais há quem esteja pouco interessado na prosperidade do povo palestiniano e na conciliação deste com o israelita. CMC
8:30:00 da tarde
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