quinta-feira, julho 27, 2006
[0.883/2006] Deputados da Nação
A crónica postura dos deputados insulares já não causa estranheza na política nacional. Sempre que o Governo da República tem uma proposta que não agrada aos responsáveis políticos das ilhas, as direcções regionais partidárias ameaçam com o voto contra dos deputados eleitos pelos círculos das ilhas. Leio no DN que parlamentares do PS ameaçam votar contra a nova Lei das Finanças das Regiões proposta pelo Governo (a ligação não apresenta o quadro das propostas polémicas: IVA e transferências). Ora, os deputados são da nação, ainda que haja, naturalmente, afinidades territoriais. Da mesma forma que, na altura do caso limiano, se referiu que o deputado era da nação e não do Alto Minho, os deputados eleitos nos Açores e Madeira também são deputados da nação, conforme expressa a Constituição, e não dos Açores ou Madeira. A geografia é um bom pretexto e motivo para defender mais benefícios para as ilhas, mas, por exemplo, quantos são os distritos do interior do país que não se encontram numa situação mais carenciada do que as regiões autónomas? Nunca vi nenhum deputado eleito pelo círculo de Beja, Portalegre, Guarda ou Bragança ameaçar publicamente votar contra. Convém não esquecer que Portugal não é só a faixa Braga-Setúbal mais os dois arquipélagos. Há um interior que continua a ter pouca atenção e investimento do poder central e merece tanta atenção quanto as ilhas ou os distritos do litoral. As ilhas, em relação ao interior, têm a vantagem de ter estruturas e eleitos próprias que lhes permite dar maior visibilidade aos seus casos. CMC
6:05:00 da tarde
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