sexta-feira, julho 21, 2006
[0.859/2006] O que se não diz Do que se não fala
Habituados a combater guerras refastelados num sofá frente à televisão ou confortavelmente no ar condicionado de um cinema, adquirimos a capacidade de racionalizar, de comentar razões e de desumanizar as pessoas que se encontram no teatro a que assistimos passivamente sem sentir dor, sem nos palpitar o cheiro, sem ruído excessivo e sem o sopro das explosões. Falamos, comentamos e esquecemos que as crianças que lá estão são tão crianças como as nossas e raramente nos lembramos que as famílias de lá são iguais às nossas. Há neste momento milhares de inocentes a (sobre)viver nestas condições de terror à espera de novo ataque que não sabem nem de onde, nem quando virá. No conflito Israelo-Libanês fala-se do ataque de Israel ao Hezbollah (e vice-versa) fazendo crer que o ataque não se faz ao Líbano. Fala-se do Hezbollah sem se falar de libaneses. Matam-se e estropiam-se libaneses que não são do Hezbollah, chamando a isso efeitos colaterais. Por outro lado não se ouve alguém dizer que o Líbano atacou Israel, embora seja o Líbano que vê todos os dias as suas infra-estruturas destruídas, as estradas, caminhos-de-ferro e aeroportos bombardeados. É estranho este cenário de ver um País ser atacado sem disparar um tiro, sem proteger a sua gente. LNT
1:46:00 da manhã
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