terça-feira, agosto 22, 2006
[0.982/2006] Os tempos finais de Blair e as ilusões que se querem criar com a sua saída
Caro Hugo, Como se pode facilmente perceber, Blair está na fase derradeira do mandato. Suspeita-se que saia no próximo ano, após a Cimeira do G8 na Alemanha. A dois anos de eleições. Neste momento, os críticos, em especial os do partido, aumentaram. Alguns deles, certamente, já a marcar posição para no futuro obterem lugares do seu interesse. A isto acresce o que nos últimos tempos alguns militantes fizeram saber publicamente: exigir, em Setemnro, a demissão do Primeiro-Ministro, uns dias antes da Conferência anual do Labour. A liderança do partido está gasta e fragilizada. Uma década é muito. Blair, constata-se, não tem a mesma frescura política de há três ou quatro anos. E o desgaste do Governo aumenta de intensidade, à medida que a insegurança global não se debela, mas também não melhora. Quanto à lição que sugere, penso que não há grandes analogias a estabelecer com o caso espanhol. Primeiro, o Governo britânico, há dias, quando frustraram os ataques terroristas, não se comportou como o espanhol, que procurou de imediato rotular os culpados (no caso a ETA). Apenas existem suspeitas de quem concebeu os planos - suspeitos do costume. Segundo, Blair não tem eleições no horizonte. Portanto, não tem qualquer qualquer leitura político/eleitoral . Terceiro, já se percebeu que o mandato de Blair não chega ao fim, como chegou o do Espanhol. Quanto ao estudo de opinião apresentado, não nos esqueçamos que os estudos de opinião captam a sensibilidade das pessoas num dado momento e, neste em particular, é extremamente delicado, tendo em consideração o que )não) ocorreu há dias. Não houve, como existe durante a campanha eleitoral, qualquer troca de argumentos políticos, a priori. Por outro lado, já na dimensão político partidária, a questão que se deve formular é: na política externa um Governo Conservador seria diferente do de Blair? Sabemos com os Conservadores seriam mais pró-norte-americanos e sem qualquer sensibilidade com a dimensão europeia, como Blair tem. Mas talvez nisto, os britânicos ainda não tenham prestado, e se calhar hoje nem prestam tanta atenção. Talvez nós, continentais, sejamos mais sensíveis do que parte do eleitorado das ilhas de Sua Majestade. Blair está de saída. Todavia, enquanto estiver em Downing Street, ele representa o Reino Unido associado a uma imagem de alvo dos terroristas. Porém, mesmo quando Blair sair, o Reino Unido não deixará de ser um dos alvos principais do terrorismo. Não nos iludamos, nomeadamente os britânicos. CMC
5:00:00 da tarde
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