domingo, agosto 27, 2006
[1.003/2006] A moda política - das saias e das calças
A Única anuncia na capa "O fenómeno Ségolène". Calculei que o leitor pudesse ser presenteado com um bom artigo de fundo. Lido o texto, curto, pouco mais de duas páginas escritas, tendo em conta a projecção dada pela capa da revista, seguido de uma não menos curta entrevista a Ségolène, o leitor interessado no artigo termina a leitura com um grau de desapontamento. Esperava-se algo com mais substância, algo mais que não a escrita pela rama. Há pormenores, como a discussão de directrizes do PSF na alcova do casal Hollande (Secretário-geral do PSF) e Ségolène (possível candidata dos socialistas à presidência gaulesa) que são de todo disparatados. Haverá câmaras no quarto do casal, como no Big Brother, atestando este hipotético diálogo de lençóis? Porquê referenciar questões especulativas mais próprias de um tablóide? Em parte, fica-se com esta sensação, como se Ségolène não fosse algo mais do que uma mulher com meia-dúzia de ideias. O texto, abonatório para a imagem da política socialista, refira-se, cria, de certa forma, a sensação de que se trata apenas de uma mulher. Porém, não era necessário apresentar uma imagem de uma candidata que merece atenção só por que é uma mulher num mundo dominado por homens. Ainda há muitos estereótipos criados no e do mundo político. Um dos mais presentes, e errados, se bem que atenuado com os tempos presentes, é não aceitar a política com saias, do mesmo modo que se aceita, reconhece e trata com naturalidade a política quando a voz que profere palavras só usa calças. A moda (política) felizmente está a mudar. Saias e calças devem e precisam de saber conviver, pois ambas se complementam. Não há exclusividade de umas sobre outras. Ainda há um longo caminho a percorrer até que esta naturalidade se alcance, de uma convivência entre saias e calças, tratadas e reconhecidas do mesmo modo. CMCEtiquetas: cmc
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