sábado, setembro 02, 2006
[1.039/2006] Grande entrevista
Não vi o início da entrevista do Presidente do Gil Vicente à RTP. Tive muita pena de perder alguns minutos de tão distinto momento televisivo. Sinceramente, trocava o Senhor Fiúza pelo comentador, analista, Conselheiro de Estado, e outras coisas, o fabricador de factos que surge ao domingo, depois do Telejornal da RTP, tal como ontem surgiu nos ecrãs dos portugueses o Presidente do Gil, para falar ao país. José Alberto Carvalho e Paulo Catarro entrevistavam a partir de Lisboa. O Senhor Fiúza respondia de Barcelos. A dado momento oiço uma voz de fundo. Pensei que poderia ser o gabinete do Primeiro-Ministro a instruir os jornalistas da RTP para interpelarem correctamente o dirigente desportivo. Não era. Percebi, depois, que era o advogado do Gil Vicente, sentado ao lado do Senhor Fiúza, que dava as coordenadas ao Presidente do clube. As confissões íntimas, das inúmeras mensagens que recebeu no telemóvel, anunciando a descida da sua equipa. A descrição do retirar da gravata e descalçar os sapatos e organizar o quartel de defesa do Gil Vicente em sua casa. Os "pere aí" constantes ditos aos jornalistas. Os nomes de dirigentes da Federação e da Liga de Clubes, ditos como quem colecciona e troca cromos da bola. O recorte d' A Bola com dez anos!... Uma folha de jornal já corroída pelo tempo, pálida, mas ainda resistente o suficiente para ter sido beijada por um marcador florescente, bem evidente, conforme o Senhor Fiúza fez questão de exibir. Pelo que percebi, apesar de não ter nada a ver com o caso Mateus, aquele recorte d' A Bola, o mesmo jornal que o Senhor Fiúza condena agora por fazer parte da "cabala" contra a equipa de Barcelos, dava a notícia de um jogo do Gil Vicente disputado na Maia, com a equipa local. Corria o ano de 1996 e o Gil foi prejudicado, tal como agora, e não pôde subir à 1ª Divisão, por causa de um corte de energia a 12 minutos do fim. Ou seja, o Senhor Fiúza dá exemplos de como Gil é injustiçado há muito tempo. Nada é isolado, nesta "cabala". Mas, de tudo isto, fica-se com a certeza de que o Senhor Fiúza é um dirigente genuinamente nacional. Para quem essas coisas chamadas FIFA's, UEFA's pouco importam. O Senhor Fiúza refere e dá-se ao luxo de falar em nome do "povo" de Barcelos. O Senhor Fiúza, qual artista das conspirações, faz uma jogada mais brilhante do que o comentador, analista, Conselheiro de Estado e outras coisas que tal, quando este era líder do PPD. No tempo da liderança partidária do comentador da RTP, este fazia chantagem aos congressistas. Em diversos congressos, caso não obtivesse dois terços do conclave, ele apresentava admissão. Dizia uns dias antes do arranque dos congressos. Ganhou todos aqueles em que renovou o mandato à frente do partido, sempre sob chantagem emocional. O Presidente do Gil não chantageia, nem coloca fasquias de um, dois ou três terços. Espera pelo veredicto dos sócios gilistas, que no próximo dia 7 se reúnem para decidir que atitude deve ser tomada. O lutar pela causa em que o Senhor Fiúza acredita ou procurar que o clube não seja irradiado das competições nacionais. Diga-se o que se disser, o Senhor Fiúza deixa sempre os pratos limpos. Podem partir-se, até sem querer, mas ficam limpos. Dava um grande comentador. CMC
2:17:00 da manhã
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