sábado, outubro 07, 2006
[1.188/2006] A mudança de mapas
Caro Pedro, A orientação norte-americana tem mudado e muito, como assinala. A Europa vai deixando de estar na agenda de prioridades de Washington. Por exemplo, hoje, saem da Islândia os últimos militares norte-americanos em solo islandês. A atenção e o foco, como seria de esperar, centram-se na Ásia. Em primeiro lugar, e incontornável, todo o Médio Oriente, que dispensa mais referências, pelas causas óbvias, e o Pacífico, pelo jogo comercial, e não só, que ali recrudesce. Por outro lado, e também em solo asiático, destaque-se a prioridade dada ao aprofundamento das relações com a Índia. Talvez o único feito positivo com marca temporal durável desta Administração - a pretensão de conduzir a Índia para as normas nucleares do mundo. E, depois, inevitável, por falar em Índia, procurar preservar o actual poder paquistanês. Que vai servindo de garantia para Washington não contar com mais uma frente de ataque, além do Iraque e do Afeganistão. Quanto à política para o continente americano, não estou tão seguro da sua leitura, pois notemos, esta Administração, se não se esqueceu, pelo menos ignorou a Doutrina Monroe. Já reparou o período em que o populismo ganhou vigor no universo hispânico, sobretudo na América do Sul? Precisamente durante o mandato desta Administração. A ALCA, aposta forte da Administração Democrata, foi praticamente desprezada por esta. Mas, habituemo-nos à ideia, que nos custará mais a nós europeus, pois não temos costa no Pacífico, do que aos norte-americanos, que têm; as decisões do mundo vão começar a centrar-se no extremo-oriente. A Europa esteve e (auto)implantou-se durante vários séculos no centro do mapa. Presentemente, vai caminhando para a periferia. (A Agenda de Lisboa lá tinha, tem, a sua razão de ser.) E, como sempre, África continua fora deste rosário... de prioridades, não de atenções. CMC
2:04:00 da manhã
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