quarta-feira, outubro 25, 2006
[1.287/2006] IVG: Segura, Legal e Rara II
Caro Zero, A dúvida que suscita, sobretudo pela ilustração engraçada, deve prender-se com a pouca precisão do escrito. Quando referi o slogan da campanha norte-americana fi-lo por identificar o que defendo no voto pelo sim. Antes de focar os três termos, devemos, a priori, reconhecer o existente, todos os anos há mulheres que praticam em Portugal a interrupção voluntária da gravidez sem condições. Por isso, em primeiro, a referência à dimensão Humana. Que a IVG, a acontecer, seja Segura para a Mulher. Quanto ao Legal, pelos motivos jurídicos óbvios. E Rara, porque é o profundo sentimento, de que existam menos interrupções. Eu não sou adepto do aborto, muito menos o defendo. Quero e defendo a dignidade Humana. O bom-senso facilmente nos indica que qualquer Mulher não faz uma IVG por agrado ou pratica uma interrupção como quem bebe um copo com água. Estamos a falar de uma matéria de Vida. Delicada. Íntima. Intransmissível. Uma IVG deixa marcas inapagáveis para o resto da vida. Quantas não são as mulheres neste país que transportam este fardo? Doloroso para o corpo, que passa com o tempo, e sofrido para a psique, que jamais se apagará; e, nalguns casos, refira-se, há mulheres que carregam as duas marcas penosas até ao fim dos seus dias. A dignidade Humana merece respeito. Como nenhuma mulher interrompe uma gravidez por puro gosto pessoal, o Estado deve garantir as condições dignas para a mulher ultrapassar um dos momentos mais peculiares, e certamente mais pungentes, da sua vida. Quanto aos dados norte-americanos, esses, são conhecidos. Os portugueses não. Estimam-se. Em questões de Vida, não deve haver estimativas, mas certezas. CMC
2:02:00 da manhã
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