quinta-feira, novembro 02, 2006
[1.339/2006] Da paciência
Em que estado se encontra mergulhada uma sociedade cujos dirigentes têm por único fito a ordem superficial e a obediência de todos sem olhar aos meios empregues nem ao custo da operação? Não é precisa muita imaginação para compreender que uma tal situação só pode levar à erosão progressiva de todos os valores, de todas as normas morais, ao desaparecimento de todos os critérios do conveniente e à diminuição da confiança em valores como a verdade, os princípios, a sinceridade, o desinteresse, a dignidade e a honra.
Por vezes regresso aos escritos de Havel. Fonte de inspiração e exemplo. E tenho sempre o cuidado de os enquadrar no período em que foram escritos. O trecho acima exposto é de 1975. Vivia a então Checoslováquia, onde o escrito foi redigido e divulgado, sob o domínio de um regime autoritário. Procuro fazer a transposição para os dias de hoje e os escritos de Václav Havel continuam actuais, mesmo num Estado Democrático como o nosso. Vem isto a propósito de um escrito sobre paciência do meu amigo Luís, que se desenvolveu, tendo entretanto o Luís perdido a fonte de inspiração do seu escrito, num texto, frase, simples do Pedro. Penso que nunca é demais dizer, que há valores e critérios que precisam e estão dotados de paciência. A Verdade, os Princípios, a Sinceridade, o Desinteresse, a Dignidade e a Honra são alguns destes casos. Quando alguém pensa que tem o rei na barriga, não se deve iludir por muito tempo, pois toda a decadência, quando não se reconhece, cai. Às vezes mais depressa do que se considera. E a paciência, por vezes, direi mesmo, muitas vezes, é uma ajuda preciosa na resistência à decadência que se quer perpetuar. Por isso, concordo com o Luís, é preciso ter paciência. Mais dia, menos dia, o estado das coisas tem de mudar. Por exemplo, na nossa Lisboa, onde o jogo começa a ser atractivo, como refere, aqui, o Rui. As coisas têm de mudar. Basta de decadência. Esta é uma paciência que se faz acompanhar. É uma paciência com valores, não com conveniências. Haja, então, paciência! CMCEtiquetas: cmc, Lisboa, Política Nacional
10:32:00 da tarde
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