sábado, novembro 25, 2006
[1.441/2006] Cada um a fazer pela sua vida [III/VI] O Joker
Dos vários protagonistas, o Presidente da República é a carta fora do baralho, um autêntico Joker laranja, das cinco personalidades abordadas nestes textos. Primeiro, por fruto das circunstâncias políticas que desempenha, segundo, por que é o menos político na asserção da palavra dos cinco. Já chegou onde queria chegar e agora resta-lhe procurar marcar, neste nova função, como inquilino do Palácio de Belém, a sua nova, e outra, marca na história da democracia lusitana. Por isso, não é líquido que a atitude destes tempos, pelos vistos tão do agrado de alguns socialistas, seja a mesma postura dentro de três ou quatro anos. Muito dependerá, obviamente, do Governo. Se este falhar nas metas que traçou, pode estar ciente de que o apoio de Belém não será o mesmo. Por outro lado, no campo político do Presidente, está por apurar a forma como o Chefe de Estado quer, se quer, moldar o partido - interesse não deve faltar, e, através do partido moldar o país, tornando o seu mandato político, a partir de Belém, mais interventivo nos destinos governativos. (Aqui a leitura política deve ser interpretada à luz da perspectiva real e não da formal.) Para isso necessita de alguém de confiança na liderança do seu partido de militância, para seguir as suas directrizes. Das quatro personagens referidas nestes textos, só o actual líder do PPD poderia ser o seu pajem. Porém, já se percebeu, das intervenções e actos assumidos pelo Presidente da República nestes meses, que o actual líder laranja não terá essa "função". Provavelmente, para este cenário ganhar contornos de maior realidade, a personalidade que mais poderá estar de acordo com a visão presidencial seja o empresário modelo e seu mandatário de campanha presidencial. Mas há mais alguns. Resta saber como estará o PPD dentro de dois, três anos, bem como tem o Governo exercido o seu poder. Das somas e subtracções o Presidente poderá encontrar o resultado, de acordo, ou não, com as suas ambições políticas a partir de Belém. Não seria estranho se dentro de alguns anos o PPD virasse durante uns anos um partido tipo PRD, com um jovem empresário de Leiria a fazer a rodagem de um carro num período de campanha. À balbúrdia que se vive na São Caetano à Lapa, bem podem os militantes laranja virar-se para Belém e esperar que o seu inquilino principal dê os sinais, por entrelinhas, de qual a pessoa adequada para o cargo de Presidente do PPD e, porventura, habilitada para governar o país. Resta saber, consoante a água que correr debaixo da ponte, e muita vai passar, se o mandato termina em 2011 ou estender-se-á até 2016. Não nos esqueçamos que o Chefe de Estado não é muito dado a solenidades. A sua pessoa gosta mais de determinar e orientar. O primeiro milho é para os pardais. Já diz o adágio e o comandante-em-chefe ainda está formar o pelotão e só depois preparará as tropas. CMC
12:37:00 da manhã
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