segunda-feira, novembro 27, 2006
[1.445/2006] Um edil sem vocação
Acabo de ouvir a Vereadora do CDS na Câmara de Lisboa em entrevista à RTP 2 e espanto-me - já nem devia, tal o estado de (des)governação da cidade e os episódios caricatos e lamentáveis que todas as semanas se repetem, com a diferença da ausência de pudor aumentar - quando esta diz que o Presidente da Câmara não tinha noção da situação financeira da autarquia. Ora, que se saiba, este Presidente teve estas funções no anterior mandato. Mais. E pior. Este Presidente, além de ter sido durante vários anos o número dois da Câmara, foi, durante pouco mais de meio ano, número um da autarquia. Mas, antes de ter assumido as funções máximas no município de Lisboa no anterior mandato, foi Ministro das Obras Públicas de um Governo que defendia o TGV. A Cimeira luso-espanhola que determinou os traçados do TGV teve como protagonista o actual edil alfacinha, na época Ministro das Obras Públicas, que, exercido destas funções governativas, está aqui o documento, assinou, em nome de Portugal, o entendimento com Espanha. Esta semana, para desviar as atenções das embrulhadas em que se meteu, a si, à autarquia e, principalmente, a Cidade, o edil aprova, em reunião de Câmara, uma proposta ao arrepio do que tinha acordado verbalmente com este Governo, de que não iria submeter o documento enquanto o Governo não apresentasse a proposta final da travessia de uma nova ponte, travessia esta relacionada com o TGV; e, segundo se sabe, e ninguém desmentiu, responsáveis do Ministério das Obras Públicas garantiram ao Presidente da Câmara de Lisboa que até meados do próximo ano a questão estaria esclarecida. Portanto, depois de conhecido o projecto do Governo, de qual a nova travessia do Tejo, se saberia se o terreno onde já se situou a Fábrica dos Sabões serviria para a travessia ou teria outra finalidade, como pretende agora a Câmara. Neste caso concreto do TGV, vale a pena questionar: será que o Presidente da Câmara de Lisboa se esqueceu dos seus actos e propostas enquanto governante? Será que o Presidente da Câmara de Lisboa se esqueceu que foi ele que assinou por Portugal o memorando de entendimento em matéria de TGV? Será que o Presidente da Câmara de Lisboa renega os seus projectos? Parece que sim. E, não é de esquecer o caricato de toda esta situação. A proposta dos terrenos em Marvila há meses que se arrasta, por isso nunca ter sido votada em reunião de Câmara. Ora, nem de propósito. Depois de episódios deploráveis, desde a votação da equipa para a SRU da Baixa, que serviu de pretexto para romper o acordo com o CDS, já de si fragilizado, assim como a inenarrável moção de apoio à Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, com deputados do próprio partido da Presidente do órgão fiscalizador a votar a favor de uma moção com a qual não se identificam e só votaram por causa da disciplina partidária, o edil alfacinha, qual passo de mágica, apresentou esta semana uma proposta na tentativa de desviar atenções do estado calamitoso a que chegou a (des)governação da cidade. Pior a emenda que o soneto. Tudo isto entristece e quem perde é Lisboa. Até quando? CMCEtiquetas: cmc, Lisboa, Política Nacional
12:31:00 da manhã
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