sexta-feira, janeiro 26, 2007
[0.127/2007] Lisboa precisa de renascer
Caro Rui, Qualquer lisboeta sabe que a cidade há cinco anos que tem andado para trás. A (des)governação foi patente com o edil eleito em 2001, e tivemos quatro anos de episódios recambolescos. Muita parra sem uva. Desde o caso do Parque Mayer e dos milhões gastos sem retorno para a cidade, que se arrasta; da Feira Popular, que desapareceu e nunca mais se lhe encontra rasto; do Pavilhão Carlos Lopes, que se degrada; do projecto verde, que desapareceu e não há mínimo vestígio; do trabalho social, que definha; da limpeza urbana, que se degrada; da Educação, que se adia; da Cultura, que se anuncia para as calendas; sem esquecer o buraco construído no centro da cidade, com o famigerado Túnel do Marquês e que em vez de melhorar a circulação da cidade só a tem entupido... há anos! Lisboa não se tem adiado, não tem andado à deriva, tem recuado. Goste-se ou não das personalidades, mas a gestão municipal, primeiro de Jorge Sampaio e depois de João Soares, deu à cidade o salto quantitativo e, principalmente, qualitativo que Lisboa precisava e merecia. Isso é inquestionável. Lisboa melhorou e muito. Recordo que o principal compromisso de João Soares, assumido com a cidade em 1997, de erradicar os vários cancros de barracas que minavam o concelho em vários locais, foi cumprido na totalidade, contra muitas expectativas, que auguravam que o Casal Ventoso ou a Musgueira, como as conhecíamos, nunca deixariam de ser o que eram. Entre 1997 e 2001, fruto de um trabalho consistente e devidamente preparado, a cidade mudou de cara e, mais do que a mudança de face, mudou de Alma, como já estava a mudar desde 1990, tornando-se um concelho mais digno e promotor de coesão social. Todo este árduo, mas necessário trabalho, de 12 bons e frutíferos anos, foi deitado por água abaixo em cinco anos. Onde havia projectos e directrizes para o futuro, passou a haver gestão sem rumo, sem projecto, sem visão para a Lisboa do século XXI. Eram vários os autarcas e autarquias que encontravam na gestão de Lisboa um exemplo de governação para mudar as diversas realidades concelhias. Mas, desde 2002, primeiro, a cidade foi servida por quem se orientava pelos gostos pessoais. Ora um dia dizia A, no dia seguinte o seu contrário e noutro momento o seu inverso. Depois, em 2005, os lisboetas escolheram, e muitos pensavam que um técnico seria o melhor para disciplinar a cidade, depois de quatro lamentáveis anos. Um ano depois, já se percebeu que o técnico não tem competências políticas para liderar a cidade, que não reúne uma equipa qualificada, e, por isso, a desgraça em que nos encontramos e os episódios que a todos entristecem, com a guerra de poleiros internos do PPD, projectada na Câmara de Lisboa, que existe para servir a cidade e os munícipes, não as secções do partido. O PS, caro Rui, tem obra e património na cidade, que todos conhecem e de que todos os socialistas devem ter orgulho. O PS tem pessoas qualificadas para liderar um projecto que coloque Lisboa na rota do que vinha a ser seguido até 2001. Até conta com a pessoa que vinha a ser, e bem, protagonista desse qualificado projecto, interrompido há cinco anos, e de quem muitos lisboetas nutrem saudades, como, amiúde, tenho ouvido. CMCEtiquetas: cmc, Lisboa, Política Nacional
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