terça-feira, janeiro 16, 2007
[0.067/2007] Entre o conhecido e o por conhecer
Cara Margarida, Se fosse adepta do ditador de Santa Comba Dão, dir-me-ia que hoje fazia falta um político como ele, para disciplinar as contas públicas e devolver a segurança perdida (como se os tempos fossem imutáveis!). Como é admiradora de outro "concorrente", questiona-me quanto às propostas do PCP. Tudo bem! Que se saiba, as propostas do PCP são conhecidas. As que eram defendidas publicamente com toda a certeza. Como deve saber melhor do que eu, as Edições Avante têm essas propostas publicadas em muitas obras. Penso que as escuso de referir, na medida em que deduzo que as tenha todas, ou grande parte, na sua prateleira e façam parte da sua leitura regular. No entanto, convirá reconhecer, se quiser, claro, que o modelo preconizado pelo carismático líder comunista ruiu em 1989. Calculo que não reconhecerá, pois deve ser uma pessoa que acreditou, acredita?, na terra em que o sol brilhava para todos e onde a prosperidade tocava a todos. Os tempos provaram o contrário. Apesar de discordar do seu ponto de vista, respeito-o. Bem sei que o carismático líder dos comunistas portugueses não era um cão obediente e subserviente de Moscovo como alguns pretendem fazer crer. Tinha a sua própria leitura da realidade, fruto de uma inteligência ímpar. Todavia, por mais que pudesse ter uma leitura própria, ela não diferiria muito daquela linha orientadora que guiava os Estados constituintes do Pacto de Varsóvia. Avante no escrito! Por outro lado, e aqui posso dar-lhe o benefício da dúvida quanto às propostas do PCP, as que, por uma questão de estratégia, não foram divulgadas publicamente; se as há, e sou levado a crer que sim. Há ainda muita coisa do pós 25 de Abril de 1974 por apurar em relação ao PCP e à sua atitude. Quando um dia se tomar conhecimento de um provável arquivo que deve existir num edifício localizado na Rua Soeiro Pereira Gomes, talvez se perceba melhor quais as propostas e quais as ambições do PCP para o país e para o mundo, felizmente goradas em Portugal, por homens, como Mário Soares, terem defendido convicta e determinadamente a conquista democrática de Abril, e que o carismático líder comunista catalogou essa postura, na época, de "contra-revolucionária". É preciso dar tempo ao tempo... Um dia teremos, provavelmente, um conhecimento com menos neblina do que os tempos presentes nos proporcionam, sobre esse período relevante da nossa História contemporâneia.
Caro Jorge, Obrigado pela correcção. Pessoa também é do século XX! CMCEtiquetas: cmc, Concursos, Política Nacional
11:43:00 da manhã
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