terça-feira, fevereiro 27, 2007
[0.260/2007] É tempo da Madeira se desenvolver
Nestes últimos dias tenho lido, sobretudo em vários blogues onde nunca esperaria ler, loas ao líder do Governo Regional da Madeira. O que me deixou estupefacto, dado o apoio inequívoco à atitude do soba regional em apresentar demissão. Ouvi o senhor no domingo perorar contra o Governo de Lisboa, que lhe estava a roubar muitos milhões de euros, e beneficiava, o Governo da República, por uma questão de cor política, os Açores. Ora, para quem sente pena do senhor e se associa a ele na defesa de eleições antecipadas, devia ter em consideração:
1) A Madeira é hoje umas das regiões mais ricas de Portugal. Se deu o salto, pelo menos em percentagem, faz sentido continuar a receber incentivos? Mais uma das razões para dispensar a solidariedade nacional que recebeu e permitir que outras regiões do país beneficiem dela. Pelo menos é assim que funciona a solidariedade.
1.1) É evidente que o Governo regional teve um papel importante no crescimento da Madeira desde 1976, nomeadamente na construção de infra-estruturas rodoviárias. Isso é inquestionável. Todavia, nem só de estradas se desenvolve um território. Infelizmente, em 30 anos não se nota qualquer política de valorização da formação profissional no arquipélago. O arquipélago cresceu, não se desenvolveu.
2) Em relação à comparação que o soba madeirense faz com os Açores, nota-se como a defesa da autonomia, que tanto gosta de apregoar, só interessa quando diz respeito a interesses individuais. Felizmente, a Madeira não está sujeita às intempéries dos Açores, que quase todos os anos obrigam o Poder Regional e Central actuar, de forma a minorar os impactos causados pela Natureza. Depois, em termos geográficos, a descontinuidade territorial nem tem comparação, e como esta tem impactos na economia. Qualquer madeirense percebe e sabe, pois a sua vivência insular não é, felizmente, tão custosa como a açoriana.
3) A Madeira precisa de novos intérpretes, que transportem e proporcionem novas metas e ambições para o arquipélago. Não é, seguramente, com quem tem três décadas de poder, e que não trouxe desenvolvimento, que a renovação terá lugar. Até porque, se formos criteriosos e observarmos as verbas que a Madeira teve ao seu dispor ao longo destes 30 anos, facilmente percebemos que o arquipélago hoje, se tivesse sido bem governado, com as condições excepcionais que reúne, podia ser a região mais rica de Portugal e uma das regiões mais prósperas da UE. Assim, é governado pelo pior dos espíritos, o esperar que o dinheiro pingue para manter a embarcação à tona de água. Aos portugueses, do continente e dos Açores, interessa uma Madeira forte, pois além dos madeirenses, somos todos nós que beneficiamos com uma Pérola próspera. Já a merecemos! CMCEtiquetas: Madeira, Política Nacional
1:30:00 da manhã
. - .
Página inicial
. - .
Comentários (2)
|
|