sábado, fevereiro 24, 2007
[0.247/2007] A arte de dizer mal e a ausência de responsabilidade dos extremos
Caro André, Aqui, no nosso país, em que muitos se queixam dos políticos e do sistema que temos, o que diríamos se fossemos italianos? Realmente, os extremos transalpinos, da direita e da esquerda, são dispensáveis no Governo, pois em vez de serem parte da solução, são parte do problema. Os últimos Governos, de direita e esquerda, são prova disso. Mas, lá está, o sistema político italiano favorece quem recebe menos votos e enfraquece quem obtém mais. Quanto à extrema-esquerda, é um facto, de enorme irresponsabilidade, não aprovar o envio de tropas para o Afeganistão. Isto só prova o que sempre se pôde constatar da extrema-esquerda: incoerente e hipócrita. Incoerente, porque se diz adepta da revolução, mas encontrada no poder é da mais reaccionária que pode haver. Qual é o mundo que quer mudar? E, com isto, liga-se a hipocrisia. Não é a cartilha do internacionalismo que tanto é apregoada? Onde é que está a veia internacionalista? No fundo, a extrema-esquerda acaba por ser tão nacionalista como a extrema-direita. Só falta a retórica da exaltação da Nação. Que lhes importa, aos extremos, como se viu na votação, o Afeganistão? Que lhes importa o mundo em que se vive, quando apenas estão debruçados sobre o seu umbigo? Solidariedade com os povos? como bem precisa o afegão. Nem com o italiano se interessam muito, quanto mais com os outros. Responsabilidades internacionais? Que lhes importa… como se a Itália não tivesse a sua, como grande país que é. O extremismo nunca teve na responsabilidade um princípio. Por isso é que são extremos. É de La Palisse, mas nem sempre está bem presente esta lapalissada. Os extremos têm a virtude exímia de saber dizer mal e destruir. Não têm a virtude de construir e melhorar. CMCEtiquetas: Itália, Política Geral, Política Internacional
9:47:00 da tarde
. - .
Página inicial
. - .
Comentários (2)
|
|