sexta-feira, março 23, 2007
[0.367/2007] Entre o passado e o futuro
Gosto de ler os comentários do meu companheiro de blogue, quase que sentenciando: não falarás do Estado Novo se não o sentiste na pele. De certo modo, tal como o espírito do senhor de Santa Comba Dão, em relação à nação, neste caso adaptado à personagem em causa: o assunto não se discute, diaboliza-se. Entre a tentativa de querer caricaturar o regime, como alguns fazem, dizendo uns que foi o inferno e outros o paraíso, provavelmente os pés assentes na terra permitem encarar o tema com olhos de ver e saber que nem foi uma coisa nem outra. Mas, fantasmas têm-nos quem quer. Em Democracia posso dar-me ao luxo de ver o senhor não como o diabo ou o deus, que nunca foi, mas a pessoa humana, o ditador que atrasou o país e que, pelos vistos, ainda continua a influenciar Portugal, com o seu pensamento, do não ver muito além, do olhar para dentro e rejeitar tudo aquilo que inove, do não discutir nada e nada colocar em causa. Apenas cânones, que não se discutem, seguem-se. Haja quem alimente fantasmas, porque o que faz do senhor de Santa Comba Dão um mito ainda presente são os seus apoiantes e resistentes, como se a Democracia lutasse pelo passado e não perspectivasse o futuro. O tal futuro que nunca foi concebido pelo Estado Novo, que apenas se agarrava a uma visão do passado distante, do Portugal das descobertas, e que alimentou durante, sensivelmente, meio século, com as trágicas consequências que o país sentiu e ainda sente. Felizmente, e agora que estamos a dois dias de celebrar o Tratado de Roma, a Democracia abriu o país à Europa, abriu as portas do futuro, que o regime autoritário sempre desdenhara no tempo do senhor de Santa Comba Dão. CMCEtiquetas: Estado Novo, Portugal
11:18:00 da manhã
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