domingo, março 04, 2007
[0.293/2007] Das posturas anacrónicas das classes lusas
Caro Peduke, Todas as manifestações, como aquela que teve lugar em Lisboa na última sexta, são válidas. Nada disto está em causa, pois se estivesse teríamos muitos e bons motivos para começar a duvidar do carácter democrático do regime. Quando refiro: um capital amorfo e pouco atreito ao risco e um proletariado amorfo e pouco audaz na ambição - é porque nem o capital português (parte significativa dele tem assento na Assembleia Geral da PT) acredita muito no mercado, que tanto gosta de apregoar, antes prefere o seu mercadinho no qual é dono e senhor (e já começa a deixar de ser), nem o proletariado quer melhores condições de vida, apenas a acomodação da vida. Na era global, em que a concepção não se pode fazer à luz de uma interpretação tipicamente marxista, centrada numa só sociedade, na qual convivem pólos opostos, dominadores e dominados, a convergência de interesses, de todos os actores económicos, conscientes da competitividade global, é a mais indicada, pois no limiar, os interesses são comuns. Precisamos de triunfar na actual dura e complexa realidade planetária, e estamos tão distantes de alcançar estas conquistas, seja em termos europeus, seja em termos mundiais. E, mal de nós, se continuamos a pensar que esta tarefa é do Estado, quando é de todos. Porém, este atitude de pseudo-aristocrata, de parte da burguesia lusitana - a nossa burguesia mais se parece com a nobreza decrépita do Ancién Régime, e parte do nosso proletariado pouco preocupado em melhorar as condições de vida a todos os níveis, apenas pretende o quinhão de sobrevivência mínima, não servem os seus próprios interesses e os de Portugal. Pensam, que com a defesa do seu campanário se protegem, quando, na realidade se estão a hipotecar a médio prazo. Ambos, à sua medida, pretendem o lucro ou a remuneração fácil. A busca deve ser do investimento incessante. Estamos na era das maratonas que se fazem a ritmo de provas de 100 metros. Mas, parece que continuamos a pensar que estamos orgulhosamente sós no mundo. Não estamos, nunca estivemos. Até nos esquecemos das façanhas que assumimos, provando esta tese, da aldeia global. CMCEtiquetas: Vida
12:31:00 da tarde
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