quinta-feira, junho 14, 2007
[0.780/2007] Enquistados
Lê-se por aí, em áreas da minha família política, o mal-estar galopante criado pelos movimentos de cidadãos independentes. Percebe-se a coisa, aceita-se parte e discorda-se de muito. Sendo filiado no PS tenho como certo que estes movimentos, não só não são ameaças como, antes pelo contrário, devem ser olhados para capitalização de oportunidade. É um tremendo erro desprezar e insultar as vontades.
O enquistamento nas máquinas partidárias e a prática viciosa da política clubista insuflam o combate pelo apartidarismo. Ao excluírem muitos dos que, por ideologia ou acordo com as declarações de princípios, lhes são próximos e com a negação do valor da cidadania activa, os Partidos tradicionais isolam-se dos seus eleitores. São conhecidos os recorrentes casos de desprezo pela opinião dos cidadãos-filiados bem demonstrados pela falta de resposta a propostas oficializadas ou pela utilização de fórmulas que menorizam e pretendem calar a opinião dos militantes que não conseguiram ou nem sequer quiseram ser eleitos para estruturas partidárias.
Não será certamente com insinuações e tentativas de catalogação dos movimentos independentes como populistas, ou com o amedrontamento por memórias de outras realidades do século XX, despropositadas e desenquadradas no nosso tempo, que os cidadãos-militantes dos partidos políticos conseguirão o retorno à democracia partidária. Seria mais útil que olhassem para os erros e reflectissem sobre o arcaísmo político em que se encontram e dessem substância às declarações de princípios enunciadas, se necessário, reformando as ideologias fundadoras desses Partidos, adaptando-as aos tempos que correm mas recusando, sempre, vender gato por lebre. Enquanto a prática política dos dirigentes partidários for contrária à teoria que sustenta os Partidos Políticos que dirigem, os cidadãos do presente e do futuro procurarão outras alternativas. Já ninguém está disposto a ser parte de um rebanho castrado pelo seu pastor.
Mantendo a postura de cegueira, insistindo no autismo e recusando os ensinamentos do passado, os Partidos Políticos ficarão reduzidos aos seus dirigentes, aparelhos e clientes, e a democracia e o regime arranjarão alternativas de evolução. São os sinais do tempo. LNTEtiquetas: lnt, Política
12:28:00 da tarde
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