quinta-feira, junho 21, 2007
[0.823/2007] Os traumas da direita que continua com o seu Portugalzinho
Não sei se é por causa da presidência portuguesa e do nosso papel como promotores do evento, mas é surpreendente que não saibamos qual é a agenda com que o Governo parte para as negociações do novo tratado. (...) Os interesses de Portugal passam por defender, na reforma institucional, o estatuto dos países pequenos, contrariando uma extensão desmesurada dos domínios em que a Europa passará a decidir por maioria e procurando um sistema de decisão que lhe permita estar do lado dos pequenos para bloquear os grandes. Também temos um interesse evidente em evitar o directório na política externa (hoje temos Sarkozy e Merkel, mas ontem tivemos Chirac e Schroeder), assim como em favorecer a diversidade das políticas nacionais sem com isso corromper a solidariedade dos Estados mais fortes com os mais fracos, um dos princípios em que assenta a Europa.
Leio dois artigos no DN de hoje (um disponível e acima linkado, o mesmo não sucedendo com o escrito da ex-Vereadora do CDS na Câmara de Lisboa) e não deixo de ficar pasmado com os artigos de duas pessoas de direita. Primeiro lapso nos dois textos, considerar Portugal um país "pequeno" no contexto da União Europeia. Apesar do texto da ex-autarca ter um lastro, ao longo de todo o escrito, da saudade e visão lusitana do Império que já caiu há três décadas, para duas pessoas que tomo por informadas estranho como desconhecem, ou omitem, a dimensão "média" de Portugal no contexto europeu. Basta observar o número de votos no Conselho do nosso país. Por outro lado, e em referência às linhas acima apresentadas, o jurista deve andar distraído, pois o Governo manifestou há dias qual a sua posição em termos de Tratado Europeu. A comunicação social portuguesa não deu muito destaque, mas já foi dito publicamente qual a posição de Lisboa. Quanto ao duo Paris-Berlim (o motor europeu), devia a memória não ser curta, pois se houve uma dupla que em muito contribuiu para a paralisia actual da UE, com Monsieur Jacques e Herr Gerhard, duplas houve, como a de Mitterrand Kohl a quem muito devemos. A actual dupla franco-alemã, em relação à anterior, é francamente melhor. Em suma, dos escritos percebe-se que a direita lusa ainda transporta os traumas da manutenção de um sonho imperial português totalmente inexequível no século XXI. Ao querem fazer e conceber o Portugal pequenino. Era tempo de ter uma direita arejada nas ideias e na visão de Portugal no e do mundo. CMCEtiquetas: Direita, Política Nacional
1:04:00 da tarde
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