domingo, agosto 26, 2007
[1.125/2007] O Tempo vai passando
Há vários meses que deixei de adquirir o Público. O jornal, outrora de referência, tornou-se um periódico sem interesse. Na maior parte das vezes limita-se a explanar a espuma dos dias. Como está distante do tempo em que tinha a capacidade de provocar pensamento, debate, através da apresentação de notícias e artigos com perspectivas lúcidas e responsáveis. Hoje quase que se resume à apresentação, de notícias e crónicas, de um arrazoado de bílis infecunda. Um dos velhos hábitos que se perdeu, no Público, foi a sua aquisição e leitura imediata da última página, com muito mais interesse e atenção do que a própria capa. Lá estavam a crónica diária de Eduardo Prado Coelho e Calvin & Hobbes. Confesso que nunca liguei muito à BD, mas a leitura da crónica era praticamente um vício saudável. Transferiram, entretanto, com as remodelações estéticas do jornal, a crónica de EPC para o interior, misturando-a com a tal espuma dos dias que o Público faz questão de ostentar nestes tempos. Uma mudança lamentável. Apesar de não muito apreciador do pensamento do ensaísta e académico, confesso, EPC tinha, todavia, aliado à magnífica escrita em português a forma interessante de transformar um assunto, por mais insignificante que pudesse parecer, uma mais-valia, que conduzia o leitor no mergulho do seu escrito e lê-lo até ao fim. Ontem chegou a EPC o dia que todos um dia teremos de conhecer. Desaparece um dos principais vultos académicos do país. O País fica mais pobre e o Público fica ainda mais pobre. CMCEtiquetas: Vida
12:24:00 da tarde
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