terça-feira, agosto 28, 2007
[1.130/2007] À terceira será de vez III
The chief of Turkey's military has said that secularism is under attack by "centres of evil".
"The military will, just as it has so far, keep its determination to guard social, democratic and secular Turkey.
"The Turkish Armed Forces will not make any concessions ... in its duty of guarding the Turkish Republic, a secular and social state based on the rule of law."
Hoje, à terceira votação no Parlamento, Adbullah Gul será eleito Chefe de Estado da Turquia, bastando, para o efeito, uma maioria simples. Ontem, véspera do derradeiro momento, o líder militar turco saiu a terreiro para dizer, uma vez mais, que o secularismo do Estado está ameaçado, interprete-se: por Gul, Erdogan e o AKP; e que as Forças Armadas estarão, como sempre estiveram, presentes na defesa do Estado erigido por Ataturk. Ora, o que se passa na Turquia é de relevante interesse, para os turcos, em particular, e para a UE, em concreto. A mais-do-que-certa eleição de Gul vai provocar alterações no país. Pela primeira vez, é eleito um Presidente que não colhe apoio das forças militares - que, deve referir-se, têm sido essenciais para o secularismo do país. Porém, esta eleição provará, aos militares turcos, à UE e ao mundo muçulmano, como é possível (con)viver com políticos que professam o Islão em Democracia. Esta é, provavelmente, uma das maiores e mais profundas transformações políticas da actualidade e podem ter impactos positivos pouco previstos. E de todo desejáveis neste período. Gul e Erdogan já deram provas no passado recente do respeito pelo secularismo das instituições turcas, ao mesmo tempo que assumiram o compromisso, bem sucedido na generalidade, de aproximar a Turquia da UE, com a pretensão de aderir à União, conforme o próprio Erdogan fez questão de dizer na noite da vitória eleitoral legislativa de Julho. E, não esquecer, Erdogan é um dos rostos, a par com Zapatero, da Aliança de Civilizações. Por mais paradoxal que possa parecer a alguns puritanos europeus, a eleição de muçulmanos na Turquia é um dos maiores e talvez mais sólidos passos de aproximação e melhor relação entre Bruxelas e Ancara. Oxalá, não queiram, como alguns pretendem na UE, isolar a Turquia. O momento é mais do que propício ao aprofundamento e servirá, até, como exemplo para o resto do mundo muçulmano. Há oportunidades que não se devem desperdiçar, até pelos impactos, positivos ou negativos, que provocam. CMCEtiquetas: Política Internacional, Turquia, UE
7:21:00 da manhã
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