sexta-feira, agosto 03, 2007
[1.020/2007] Uma nova era partidária
A corrida à liderança do PPD está a marcar um novo ciclo político no país e, em especial, uma significativa mudança na vida partidária. Os partidos tendem a fazer cada vez mais de uma campanha interna uma disputa de âmbito nacional, que ultrapassa e em muito as fronteiras partidárias - a eleição interna num dos grandes partidos é importante para as pessoas pelas responsabilidades que tais formações políticas têm no país. Esta campanha do PPD aprofunda uma dimensão que a do PS, de 2004, inaugurara: fazer uma campanha interna no espaço público. Primeiro, tal procura demonstrar a vitalidade partidária de debate interno; com esta circunstância, capta a atenção das pessoas, mesmo das menos atentas das realidades internas partidárias; terceiro, dá um impulso político ao partido, que se apresenta forte e dinâmico na esfera pública. Comparando a eleição do PS com a do PPD, evidencia-se, para já, e a campanha do PPD ainda está longe de terminar, que a do PS foi melhor. Talvez devido aos protagonistas da corrida eleitoral. Os candidatos à presidência do partido laranja são pessoas com vasta experiência política mas de segunda linha, ao contrário das que disputaram a corrida interna socialista. No entanto, não obstante esta lacuna, dos candidatos à presidência laranja, o autarca de Gaia tem vindo a procurar colmatar a sua falta de dimensão política nacional de primeira linha com uma postura muito típica da política norte-americana, fazer uma campanha interna a partir do exterior. Isto é, para cativar os militantes do PPD o autarca de Gaia assume iniciativas de campanha com pessoas sem qualquer filiação partidária, de modo a que, primeiro, passe na Comunicação Social e, através desta, chegar aos militantes laranja e aos restantes portugueses, que vêem nesta atitude o comportamento de alguém que está próximo das pessoas, mais do que nas quatro paredes de uma sede partidária. A visita à Cova da Moura, ontem, é disso exemplo. Tudo numa lógica de criar a impressão de qual o melhor candidato do partido a Primeiro-Ministro. Uma estratégia eleitoral interessante e inteligentemente traçada pela sua agência de comunicação. Por isso, o sufrágio de 28 de Setembro acaba por ser uma eleição primária. Mais do que eleger o Presidente do PPD, os militantes laranjas estão a sufragar o rosto que querem ter nas legislativas de 2009, ou seja, estão a indicar quem quer que seja candidato do partido a Primeiro-Ministro As pessoas contam e contarão cada vez mais em termos político-partidários, muito mais do que as próprias siglas, dando-se, deste modo, uma mudança no quadro partidário, são as pessoas que identificam e marcam os partidos (em determinado ciclo) e não os partidos que cunham as pessoas. CMCEtiquetas: Política Nacional, PPD
1:19:00 da tarde
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