quinta-feira, dezembro 28, 2006
[1.607/2006] A paulatina e sólida monopolização da Gazprom
Como aqui se assinalou, as relações entre Minsk e Moscovo estão à beira de provocar nova crise na Europa Central, nomeadamente no último Estado autocrático europeu. Depois de no ano passado os episódios que agora se repetem na Bielorrússia terem sucedido na Ucrânia, esta medida da Gazprom vem acicatar, um pouco mais, os ultra-dependentes do gás russo, do qual, todos nós, cidadãos europeus, estamos, mais ou menos, dependentes. Por enquanto, neste canto ocidental do Velho Continente, não somos muito afectados. Só o somos em parte, ainda é muito pouco sentido, pois ainda estamos longe de ter sido dominados pelo monopólio da Gazprom. Até porque, a Argélia e a Nigéria são fontes energéticas fornecedoras deste lado ocidental onde nos encontramos. Todavia, importa salientar a inteligência dos estrategos russos. Exímia e segura, de acordo com os seus desideratos. Primeiro limparam a casa, com a condução à falência da rival Iukos e a detenção do seu líder, ao bom estilo russo - tanto czarista como soviético, conduzindo-o para um degredo algures na Sibéria. Depois, ameaçam, e penalizam, os Estados vizinhos. A Ucrânia em 2005, a Bielorrússia em 2006. Os alemães, que não são parvos, têm estado nesta jogada de "imperialização" russa. Não sei se a factura não lhes sairá cara, que é como quem diz, nos sairá, a todos nós, cidadãos europeus, cara. Mas que a posição de monopólio da Gazprom se vai consolidando, isso é um facto. E o poder reside em Moscovo, mesmo que a direcção do grupo conte com alguns alemães, como o antigo Chanceler, que teve um papel importante nesta união entre Berlim e Moscovo. O Presidente da Comissão Europeia já deu sinais, entrelinhas, de que o problema já não bate à nossa porta, mas está, sim, no seio da nossa casa comunitária e, por isso, a resposta ao desafio/problema deve ser conjunto. Todavia, os Estados-membros preferem decidir por si, perdendo o conjunto da UE força, nas negociações que deve estabelecer com a Rússia, podendo esta, por conseguinte, negociar a seu bel-prazer com cada um conforme lhe apetecer. Os mais fortes podem "safar-se" (leia-se: Alemanha e França), os outros não. Infelizmente, alguns países estão pouco sensíveis à adequada e necessária perspectiva do Presidente da Comissão, de lidar as questões energéticas de modo concertado, por forma a obtermos a segurança necessária que 500 milhões de pessoas precisam. Enquanto os egoísmos nacionais se sobrepõem aos comunitários - e somos todos lesados!, o gigante russo avança e consolida o seu poder de monopólio. Peritos como são, ou não fosse Pavlov russo, Moscovo só apertará os calos quando estes tiverem de ser apertados, e, nesse momento, a dependência já será elevada, de modo que teremos de nos sujeitar ao que na capital russa entenderem por bem o que devemos pagar. Tal como fizeram com a Ucrânia e agora fazem com a Bielorrússia. Mais do que nunca, em matéria energética, precisamos de uma política comum, sob pena de sermos, a breve prazo, mais uma das peças de dominó a ser conquistada pela poderosa Gazprom. CMCEtiquetas: cmc
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