terça-feira, janeiro 16, 2007
[0.069/2007] Verdade ou ilusão?
Ontem, num gesto raro em política, Zapatero admitiu, no Parlamento espanhol, que se tinha enganado quando à trégua que tinha estabelecido com a ETA. De modo correcto e frontal, assumiu o erro da leitura de 29 de Dezembro, depois do atentado do passado dia 30 de Dezembro, em Barajas, de que se estava mais próximo de alcançar a paz. Frontalidade, por exemplo, que o PP não teve em Março de 2004, quando imputou o hediondo ataque em Atocha aos terroristas bascos, em vez de assinalar, quem de facto perpetrou o ataque, um grupo de radicais com ligações à Al-Qaeda. Muitas vezes o PP acusou Zapatero de fraqueza. Ontem, o líder dos populares reiterou a mesma leitura. Importa não esquecer, que do mesmo modo que o Presidente do Governo de Espanha não esteve bem, o PP também errou e continua a errar, pois prefere manter-se à margem das responsabilidades políticas e públicas que deve ter como grande partido espanhol. Os que por cá tanto desprezam Zapatero não deviam esquecer-se da atitude pouco credível e digna do PP, que, ao contrário do PSOE, independentemente de estar na oposição ou no poder, sempre sustentou o poder político nas questões do Estado de Direito, em especial no relacionamento com o terrorismo basco. Zapatero admitiu o erro, que 30 de Dezembro não desmente. O PP, quase três anos depois do 11-M, nem por um momento admitiu a sua leitura errada, que prefere manter. Entre a verdade e a ilusão, Zapatero optou pela verdade. Será crime? No meu entender não. Para os senhores do PP, pelos vistos é. CMCEtiquetas: cmc, Espanha, Política Nacional
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