domingo, junho 10, 2007
[0.743/2007] O resultado do socialismo fossilizado
Hoje será o primeiro de dois maus momentos, no espaço de uma semana, para o PS francês. A primeira volta das legislativas, de hoje, deve indiciar uma vitória confortável da direita, e a segunda volta, no próximo domingo, a pesada derrota do PSF. Depois da digna e briosa campanha de Ségolène nas presidenciais, não tendo sido eleita por uma escassa margem, o que deve ter deixado satisfeito alguns dinossauros do PS francês - há sempre aqueles que apreciam a derrota dos seus e de certo modo contribuem para esse resultado -, não foi por acaso que no dia a seguir à derrota se chegaram à frente pedindo a cabeça da candidata pelo resultado, como se qualquer outro candidato socialista reunisse as condições de almejar os 47% de Ségolène (hipócritas!). Hoje, e dentro de oito dias, as urnas devem confirmar o bater no fundo do PSF. Um partido que ainda é controlado por uns senhores desfasados no tempo, pela postura e pelas propostas. Dizem, os dinossauros socialistas, que apresentam um conjunto de propostas fossilizadas, querer mudar o mundo, mas o único mundo que acabam por manter é o do PS na oposição. Infelizmente, ainda há socialistas em França, e não só, para quem o gosto político reside no prazer de fazer e manter na oposição. Falta, ou melhor, não têm uma visão do país e responsabilidade de poder. Em suma, não têm uma postura de esquerda de Estado. O interesse reside mais no não deixar fazer do que no querer inovar. Os resultados eleitorais são, por isso, esclarecedores quanto ao lugar em que as pessoas querem o PSF. O socialismo francês bate no fundo. Oxalá, com estes lamentáveis resultados, os dinossauros se dediquem, de vez, a outras actividades e permitam que uma nova era, com novas pessoas, portadoras de propostas de esquerda moderna, possam surgir em França, que bem necessitada está de um PS forte, não de um PS anacrónico, como o PS dos Fabius, que se vai arrastando e acumula derrota atrás de derrota. Do socialismo quer-se transformação, não inacção. O caso francês serve de (mau) exemplo (a não seguir) para outros países europeus. Isto, claro está, para quem quiser assumir responsabilidades. Os que não quiserem, e há sempre alguns, podem contar com o agradecimento enternecido da direita, que vai governando. CMCEtiquetas: França, Política Internacional
12:18:00 da manhã
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