terça-feira, julho 31, 2007
[1.004/2007] Da evolução e da estagnação
Caro Rui, Gostei do que li e concordo na globalidade com os teus argumentos. Se me acusas de responsável por teres em consideração o Labour, assumo toda a boa responsabilidade nessa interpretação que posso provocar. Não ando aqui, ou em qualquer lado, a passar atestados de esquerda, dizendo quem é ou não de esquerda, quem tem ou não princípios de esquerda, ou até de direita. Normalmente, os leninistas são muito dados a isso. Mas não são os únicos. Sinal de fraqueza ou talvez inexistência de valores, para criticar constantemente os dos outros!? Por outro lado, não são apenas considerações e patacoadas que teço aqui e defendo, os factos são referidos e dados. Merecem e recebem, a natural e desejável concordância, nuns casos, e divergência das pessoas, noutros. Quando refiro o Reino Unido, é porque de facto o Governo do Labour tem demonstrado estar à altura das responsabilidades e expectativas das pessoas e do seu futuro. Desde 1997 que os serviços públicos melhoraram em áreas cruciais: Educação e Saúde. Dizem que Blair era um seguidor das políticas da Dama-de-Ferro, mas, na verdade, esta não era muito dada aos serviços públicos como os Governos do Labour. Ela preferia a privatização, em vez do público. É um bom exemplo de governação de esquerda, o do Labour, por mais que há quem na própria esquerda não simpatize. Os dados, mais do que os argumentos, estão à vista de todos: o desemprego baixou, a economia prosperou, a Saúde e a Educação melhoraram, a descentralização concretizou-se. Não são meras palavras, são constatações. Fáceis de anunciar e difíceis de concretizar. E já estão executadas. Será que têm sido políticas más a deste Governo? Será que os britânicos, que devem ser um povo muito parvo e pouco desenvolvido, já deram três vitórias a um partido e estão, agora, pelos vistos, à beira de atribuir a quarta consecutiva? As pessoas sabem o que querem. Já em França, por exemplo, onde um conjunto de dirigentes iluminados do PSF, que gostam de se pavonear e reclamar de mil e um princípios, quase todos eles anacrónicos e pouco responsáveis, estão no lugar em que as pessoas os querem, há vários anos: na oposição. A diferença é, portanto, clara e inequívoca, entre em quem evolui, acompanha a mudança dos tempos e procura dar respostas a esse tempo com medidas actuais e quem permanece imutável. Uns estão interessados em concretizar os seus princípios transformando e melhorando a sociedade, outros dizem que mudam o mundo, mas como todos os oníricos e/ou irresponsáveis, apenas mudam de posição no sofá onde só têm o dom de condenar e criticar qualquer coisa, e aos quais não se reconhece muita credibilidade, pois quem apenas sabe criticar e condenar não se espera que possa construir. A esquerda moderna nem cede nos princípios nem anda a passar atestados de esquerdismo, está mais preocupada e interessada em melhorar as condições de vida, tendo, na sua concepção, o Estado um papel importante em sectores determinantes para o futuro da sociedade e não faz do Estado, como certa esquerda pretende, um abafador da individualidade do Cidadão, que deve saber, por si só, conduzir o futuro que quer. Obviamente, em termos sociais, os mais necessitados e vulneráveis precisam de um apoio que o Estado tem o direito e o dever de cumprir. É o futuro que importa, pois há esta quase inevitável evolução, com algo de darwinismo, de melhorarmos de geração em geração. A sociedade muda. Ontem, na comunicação, utilizavam-se sinais de fumo, hoje utilizamos telemóveis. Por isso deixou-se de comunicar? Nem por isso, pelo contrário, comunica-se mais e melhor. Em suma, há quem queira melhor, e isso obriga a um esforço e acompanhamento dos tempos, e há quem se deixe ficar, desprezando as mudanças que ocorrem, pensando que as soluções adequadas de ontem são as respostas de hoje. Como qualquer pessoa sabe, não são. Opções! E cada um faz livremente a sua! CMCEtiquetas: Blogs, Política
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