quarta-feira, fevereiro 21, 2007
[0.227/2007] Desde Andropov que o Ocidente não tremia por causa de Moscovo
Os principais quartéis-generais do Ocidente têm tremido nestes últimos dias com as palavras do Czar Vladimir. Desde a intervenção em Munique, há poucos dias, que as palavras do todo-poderoso Presidente russo têm deixado o Ocidente estupefacto com as sucessivas críticas ao unilateralismo norte-americano - como se Washington estivesse hoje mais unilateral do que em 2003, antes pelo contrário. Só quem não tem observado com alguma atenção o comportamento e força da renascida e imperial Rússia, sob mando do novo Czar, se pode admirar com tais gestos. Simpatize-se ou não com o senhor, o Czar Vladimir tem feito um grande trabalho em prol dos interesses russos, com todos os defeitos que lhe possam, e devem, ser apontados no campo dos Direitos Humanos e da Democracia. A Rússia de 2007 não é a de 1997, que carecia de investimento estrangeiro, e como lucrou com o germânico. Aqui mérito se atribua a Herr Gerhard que estendeu uma mãozinha política e económica de Berlim num momento crítico para o gigante eslavo. (Hoje, felizmente já na reforma política, o alemão está a ser compensado pela Gazprom.) Com alguns, poucos, anos de Primeiro-Ministro e sete de Presidente, a limpeza e arrumação da casa estão feitas pelo novo czar. Restava o passo de influência e projecção do poderio externo, à altura da preponderância russa no mundo, e que nos últimos anos já se tem sentido, designadamente no caso do gás. Quanto às palavras destemidas, para o Ocidente, ou evidentes, para a Rússia, o Czar Vladimir deu sinais claros a Washington de que está contra uma intervenção militar no Irão. A partir de hoje, último dia dado pela Comunidade Internacional a Teerão para cessar as actividades de enriquecimento de urânio, deverá ficar mais claro o objectivo das intervenções do líder russo nos últimos dias. Moscovo, provavelmente, não tomará uma atitude como no Iraque, contra mas distante. Tudo fará para que a intervenção não tenha lugar. Interesses estratégicos assim o determinam e, ao fim e ao cabo, o Irão é um aliado estratégico de Moscovo. Resta saber se, primeiro, o Irão vai cessar o processo ou não. De acordo com a atitude do flamejante de Teerão, não. Segundo, a ter lugar uma intervenção (que já deve ter sido preparada), quem assumirá as despesas? EUA ou Israel. Os primeiros, ainda a Rússia pode tentar demover. O Conselho de Segurança é um bom palco. Os segundos são mais difíceis e duvido de qualquer (grande) influência em Tel Aviv. Muito estará em jogo a partir de hoje, mas há muito que o Ocidente não abalava por causa das palavras de Moscovo. Desde o tempo de Andropov. Por sinal, ambos são da estirpe do KGB. A Rússia está de regresso e quase em forma, aos palcos de disputa política mundial. CMCEtiquetas: EUA, Irão, Israel, Política Internacional, Rússia
2:50:00 da manhã
. - .
Página inicial
. - .
Comentários (0)
|
|