domingo, dezembro 31, 2006
[1.620/2006] 2007
Ao contrário dos balanços feitos nos anos anteriores, opta-se, hoje, por perspectivar o ano que aí vem.
Amanhã, dia 1, mais um alargamento da UE. Não se deve considerar histórico, pois trata-se de um completar do alargamento feito em 1 de Maio de 2004. Bem-vindos: Bulgária e Roménia!
A partir de amanhã a Alemanha assume a Presidência da UE e do G8. Duas conduções importantes, visando a primeira o relançamento do Tratado Constitucional, enquanto a segunda tem por lema "Crescimento e Responsabilidade", merecendo, e bem, África uma atenção especial.
Em Fevereiro haverá novo referendo da IVG e penso que desta vez os portugueses dirão maioritariamente SIM, pela dignidade Humana.
Em França, em Abril e Maio (segunda volta), felizmente, vai ocorrer mudanças no Eliseu. Penso que haverá uma disputa presidencial renhida, mas Ségolène deve vencer. E a vitória de Ségolène será importante não só para arrancar a França da letargia em que se encontra, como para impulsionar a UE, como um todo, em vez de contar só com alguns países, como defende e quer o principal candidato da direita. Ségolène assumirá, seguramente, no Eliseu o património do melhor socialismo francês contemporâneo, desenhado e efectuado por Mitterrand e Delors.
No fim do ano, em Novembro, o congresso do Partido Comunista Chinês. O que sairá do magno sarau da potência emergente? Segundo documentos há dias conhecidos, a segurança no este asiático domina as preocupações chinesas, dado a concertação de posições entre Japão e EUA naquela zona do globo. Como se traçará a linha de diálogo entre Pequim e Pyongyang? Provavelmente ficará na mesma. E, a nível interno, continuará o congresso do PCC a considerar que só falta o ovo Taiwan no seu cesto, depois de recolhidos os ovos de ouro Hong Kong e Macau? Qual a perspectiva económica a assumir, face ao aumento do barril de petróleo, ouro negro que sustenta as taxas de crescimento na casa dos 10% ano? É um congresso a seguir com atenção.
Nos EUA, ficará mais claro quem será candidato nas primárias, que arrancam em Janeiro de 2008. Se do lado Republicano tudo parece encaminhado para um duelo McCain/Giuliani, do lado Democrata podem surgir várias candidaturas, que não tornarão a disputa a dois, nem deverá ser uma passeio para Hillary. Que deve formalizar a sua candidatura no próximo ano. Talvez lá para o segundo semestre.
No Reino Unido é o momento de viragem. Resta saber quando sairá Blair. Se antes ou depois das eleições locais, de Maio próximo. Estará Gordon Brown à altura da missão? Penso que está. Quanto a Blair, veremos o que fará no Médio Oriente, onde se vai empenhar até ao final do mandato. Penso que sucederá o mesmo com Clinton, por só ter tratado do assunto na recta final da liderança, as sementes lançadas não ganharão grande desenvolvimento no solo político demasiado árido daquela região.
Na Rússia, deve conhecer-se no segundo semestre o delfim escolhido pelo Czar Vladimir para ganhar a eleição presidencial a ter lugar na Primavera de 2008.
No grande Médio Oriente, importa apurar o que fará o Irão, com o seu projecto nuclear, se avança ou recua. Talvez a Comunidade Internacional seja novamente convocada a assumir posições mais inflexíveis. No Iraque, nos primeiros meses, o caos deve continuar. Veremos qual o plano que Washington assumirá em Janeiro. Se mais ou menos tropas nas terras do Eufrates e do Tigre. As eleições na Palestina não deverão desfazer o nó existente. Tudo para seguir com precaução, pois ali se joga a estabilidade mundial.
Por cá, a pasmaceira do costume na oposição. À esquerda, a liturgia do costume, mais estáticos que uma coisa imóvel, e, à direita, o forrobodó do costume. No CDS as tricas vão continuar, no PPD os pretendentes do trono vão esperar para ver o desenrolar dos acontecimentos. No entanto, este é o ano do grande teste ao Primeiro-Ministro e ao Governo. Tudo por causa da Presidência da UE no segundo semestre. Passará o Governo no exame? Esta é a grande questão, que tem como pergunta subjacente: compatibilizará o Primeiro-Ministro o ritmo de trabalho europeu que lhe deixa pouco tempo para os assuntos domésticos com a governação intra-muros? Alguém tem de ficar a comandar os destinos internos, e esse comando bicéfalo assentará provavelmente nos Ministros da Administração Interna e da Presidência. Porém, por mais competentes que sejam, não é a mesma coisa do que ser o número um do Governo a capitanear a equipa. Aliás, o PS teve essa experiência em 2000. Veremos o que acontecerá, sublinhando, por outro lado, os marcos que a Presidência portuguesa pode deixar: como a continuidade do relançamento do Tratado Constitucional e, sobretudo, a Cimeira UE/África. CMCEtiquetas: China, cmc, EUA, França, G8, GB, Irão, Iraque, IVG, Japão, Política Internacional, Política Nacional, Rússia, UE
1:46:00 da tarde
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