domingo, julho 31, 2005
 [1.030/2005] O Comércio do Porto continua entre nós
O Comércio do Porto e A Capital hoje já não estiveram à venda nas bancas. Para já, O Comércio do Porto, mesmo sem folhas para desfolhar, tem blogue para consultar. Espera-se o rápido restabelecimento das duas redacções. Que a tinta volte a ser impressa no papel e nas bancas possamos encontrar à venda dois nomes grandes dos jornais portugueses, a bem da pluralidade de informação. Os profissionais dos dois jornais merecem e os leitores precisam. CMC
7:51:00 da tarde
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[1.029/2005] Marejar
Tantas vezes nos perdemos nas leituras e pensamentos que esquecemos que, embora parecida, a vida não é um Blog. Existe mais conteúdo, muito mais substrato no quotidiano do que aquilo que quem nos lê pode pensar ser a essência da nossa existência. O Blog só reflecte a preocupação, quantas vezes orientada por factores que nos condicionam e que se traduz em cada Post, no limite da não ingerência do privado complexo que nos preenche em cada dia que se extingue, no caminho partilhado que trilhamos para a morte. Uma parceria de cidadania, acreditando que a estamos a desenvolver. Valerá a pena suspender de vez em quando a escrita e perceber que a nossa felicidade passa também pelo entendimento de que um Post é só isso mesmo. Mantenho-me suspenso e agora, depois da boda, regresso à fola e ao marejar. Pode viver-se assim. Fica de novo este diário na mão exclusiva do Carlos. Sei que fica bem entregue. Até depois. Prometo desenvolver todos os esforços para que nos próximos quinze dias me mantenha desinformado. LNT
4:01:00 da manhã
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sábado, julho 30, 2005
[1.028/2005] Em interregno das praias algarvias
Sem muito mais do que experiência, porque nem sequer apetece em tempo de férias começar uma discussão que tem muita mais matéria do que só ciência, posso dizer-vos que, só o facto de considerar a BA1 (Granja do Marquês) como alternativa à Portela, é coisa que fará sorrir qualquer aviador. Podemos falar de tudo o que nos apetecer mas dar palpites deste género até faz arrepiar o mais modesto dos mortais. Quem faz essa afirmação deve estar a pensar em jogos de computador e está tão afastado da realidade de voar e por no chão centenas de passageiros que seria melhor que considerasse melhor o que escreve. No caso de ser alguém que tenha conhecimento de voo, terei todo o prazer em, após o regresso dos mares do Algarve, lhe explicar o absurdo de tal hipótese. Quanto ao resto das considerações, algumas relativamente acertadas, dir-lhe-ei somente que NY tem aeroportos mais perto e mais longe da 5ª Avenida e cada um tem a sua função. O que não é mais possível é correr o risco de um dia destes vermos, para além de outras coisas, um avião comercial despenhar-se sobre Lisboa. Espero que tal nunca venha a suceder. Mas, se acontecer, gostaria de saber o que se dirá do Poder que o permitiu. Quanto ao Pai Soares e aos sonhos Zenha de outros tempos e outras realidades, falaremos também na altura em que os grãos de areia de Altura me deixem de fazer comichão. Afinal a água do mar até está quente, embora o levante se mantenha adormecido. Lá para meados de Agosto falaremos. As premeditações de Sir Charles quanto ao Cherne parecem-me mais coisa de Espírito Santo de orelha. Ainda assim lhe digo que Massada de Cherne comerá quem a encomendou. Ficar-me-ei pelo sharem de milho, com cadelinhas e pão torrado. Não fosse a minha afilhada casar amanhã (hoje) e bem estaria de bem com as massadas e maçadas de cherne. Quem o encomendou que o vomite. Por cá, em Portugal, já todos nos apercebemos do precipício em que os seguidores do cherne se embrulham. Se a Europa pretende segui-lo, força! Com mais fleuma, menos fleuma, com mais terror, menos terror, com mais afundanço menos afundanço, com mais Blair, menos Blair, com mais desnorte, menos desnorte. Sigam-no and, good luke! O que precisam é de um tratamento de choque que só o Sol algarvio faz. Na paz, no sossego, no dormir debaixo do toldo. Férias, meus caros. Este País e estas Nações (europeias e não só) precisam de férias. De repouso e descanso para sossegarem dos absurdos e da esterilidade das falas e histerias que à sombra das fleumas e dos slogans de ter ou não medo provocam sempre mais para que mais e mais inocentes morram na impreparação dos senhores das nações. Deus nos guarde desta gente e da outra que em nome de Deus ou Alá se perde na insanidade. Lá para meados de Agosto, meus caros. Depois das férias. LNT
4:48:00 da manhã
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sexta-feira, julho 29, 2005

[1.027/2005] A Paz desejada
Finalmente, Paz definitiva à vista na Irlanda do Norte. Será que em Espanha os etarras estão dispostos a assumirem as mesmas posições que os elementos do IRA? CMC
9:34:00 da tarde
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 [1.026/2005] O novo aeroporto
Caro Rui, No seguimento da nossa conversa, depois do TGV, faltava a referência ao novo aeroporto. No caso nem tive trabalho muito trabalho, pois recebi um mail de uma amiga que traduz, em grande parte, as inúmeras reticências que o novo aeroporto levanta. Reforço apenas uma parte do texto (desconheço o autor), que diz respeito ao afunilamento para o novo aeroporto. Os defensores do novo aeroporto dizem que a Portela estará esgotada dentro de uma década. Mas, e os restantes aeroportos? Pedras Rubras, Faro? Será que Portugal só tem um aeroporto? Continua a lógica do puro centralismo, que no caso do aeroporto, de central nem tem muito. CMC
Se se quiser apostar na competitividade externa, como resposta ao alargamento da UE e à globalização, a área dos transportes é estratégica. Aguardava-se o anúncio das prioridades do Governo nesta matéria, não só para conhecimento das opções tomadas, mas também para verificar se as obras públicas se incluíam na política governamental ou se, ao contrário e como quase sempre no passado recente, a política do Governo serviria um qualquer programa de obras públicas e de absorção de fundos comunitários. Pelo que se ficou a conhecer, o Governo deixou-se arrastar pelas máquinas de promoção dos grandes projectos e desistiu de assegurar o insubstituível papel do Estado na articulação de políticas e na compatibilização das diversas redes portos, aeroportos, estradas e ferrovias. As opções da Ota e do TGV são duas manifestações desse afastamento das realidades, quer quanto aos custos de investimento e de operação, quer quanto à inoportunidade estratégica face a necessidades mais prementes. Somos o país mais periférico da Europa, a duas horas e meia a três horas do centro de gravidade da Europa, numa situação de fim de linha. Aproximarmo-nos da Europa, com voos directos para mais cidades de média dimensão e transformarmo-nos em factor de recentramento face à África e à América Latina é decisivo para a nossa capacidade económica num mundo globalizado. A aposta da TAP no transporte para o Brasil transformou Portugal num hub importante no transporte da Europa para a América Latina, e é exemplo do que se deve fazer. Sem transportes aéreos competitivos Portugal fica mais isolado do que a Albânia. Quanto a aeroportos o que é necessário é racionalizar em rede Porto - a servir o Noroeste da Península Ibérica, com comboio rápido e plataforma de carga ligada a Leixões (próximo e já existente), aerogare já modernizada, Faro, com vocação turística e a Portela. Começa aqui o pior do PIIP (Programa de Investimentos em Infra-Estruturas Prioritárias) o projecto do novo aeroporto, e logo na Ota! A OTA significa, face à Portela, mais uma hora a hora e meia em cada sentido. Põe-nos já a mais de quatro horas do centro da Europa, o suficiente para inviabilizar as viagens de um dia características do mundo dos negócios actual e para dificultar o turismo de fim-de-semana,segmento muito importante para o futuro do nosso turismo. Aliás, não há nenhum agente económico a favor do novo aeroporto. Nem as empresas, nem as companhias aéreas, os agentes de viagens ou os hotéis. Quanto à necessidade de substituir a Portela, nunca foi apresentado um único relatório que o demonstrasse. O ministro das Obras Públicas da altura, o eng. João Cravinho, afirmou que a capacidade máxima da Portela era de 12/13 milhões de passageiros, que não era possível levar o metro à Portela, apesar de ir chegar à Gare do Oriente. O bom funcionamento durante o Euro 2004 demonstrou que afinal, mesmo só com uma pista, daria para muito mais. O actual ministro, logo quando iniciou funções confessou-se surpreendido por se querer substituir a Portela, que já daria para 22/23 milhões, pela Ota, que não daria para mais de 30 milhões de passageiros. Talvez para justificar a necessidade do novo aeroporto, a ANA aceitou a desmobilização de terrenos que quase inviabiliza uma segunda pista, com a imediata autorização de construção de habitação nesse terreno, sem isolamento de ruído. Quanto à localização na Ota, as estimativas iniciais apontavam para um custo de 250 milhões de euros. Depois falou-se em 500 milhões. Agora em 650 milhões. Atendendo à experiência dos nossos projectos públicos deveria ultrapassar os mil milhões. Porquê na Ota? Pergunte-se à Força Aérea onde havia desastres. Na Ota. Seria preciso abater um morro gigantesco e desviar três linhas de água para fazer só uma pista. A Ota acabaria com a Portela e também com Pedras Rubras. Há soluções alternativas. Três bases aéreas - Granja do Marquês, Alverca e Montijo permitiriam tirar da Portela os charters, a carga aérea, a aviação geral e o Figo Maduro da Força Aérea -15% do movimento. E transformar a Portela no segundo hub ibérico, virado para o Atlântico Sul, com melhores condições atmosféricas que Madrid e com um investimento limitado. Madrid, aliás, não é rival. É e será sempre outra escala, com uma população de 45 milhões e com 80 milhões de turistas. A falta de publicação de qualquer estudo é, por omissão, indiciadora de que não há argumentos sólidos para substituir a Portela por uma solução pior em termos económicos e operacionais e hipotecar o País com uma dívida externa adicional de largas centenas de milhões, descontados os fundos comunitários que têm utilizações alternativas bem mais adequadas ao aumento da competitividade externa, que o novo aeroporto diminuiria. Está ainda por demonstrar a vantagem económica da Ota versus Lisboa. Será que entre tantos estudos este foi feito?
11:51:00 da manhã
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 [1.025/2005] Boas decisões
O Governo tomou esta semana duas boas medidas. Uma, a renovação, por mais três anos, de Fernando Pinto à frente da TAP. A outra, a demolição do bisonte (vulgo prédio Coutinho) em Viana do Castelo. Quem gosta da capital do Alto Minho sabe perfeitamente que aquele mamarracho é um atentado à cidade e ao rio Lima. CMC
11:19:00 da manhã
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 [1.024/2005] Hostilidades abertas
Caro Luís Cepeda, Como previsto, no passado sábado, no dia anterior à votação, o antigo senhor volta ao poder. Pede, o perdedor, a recontagem dos votos em determinados círculos. Procurando com isso conquistar algum tempo. O período de hostilidades, com o conhecimento dos resultados, está mais do que aberto. Esperemos que a Guiné não mergulhe ainda mais no caos em que se encontra. O que, infeliz e sinceramente, se deve duvidar. A guerra civil está à beira de estalar. No caso guineense, lamentavelmente, nem elites falidas existem, para poderem influenciar o rumo do país. Lamentável e trágico para os guineenses. A seguir com atenção o papel que desempenharão na Guiné-Bissau os apoiantes, na segunda volta, do candidato vencedor. O que ganharão, com o apoio prestado, o ex-Presidente e o antigo Primeiro-Ministro, o famoso senhor das estorietas das avozinhas e dos netinhos? CMC
3:53:00 da manhã
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 [1.023/2005] Maquilhagens
Caro Luís, Tenho seguido, com alguma curiosidade, a estória. Primeiro li que Blair gastou, desde 1997, 1500 euros em maquilhagem. Depois, encontrei outro valor noutro artigo. 2300 euros. Salvo erro, na primeira leitura efectuada, eram descritos, pormenorizadamente, os gastos por ano. E, a partir de 2000, as despesas com maquilhagem aumentaram. Caso para dizer, quando não há mais nada para expressar, maquilha-se! Será que não há nada mais relevante, para um lorde comentar, como por exemplo, o cessar da luta armada por parte do IRA, facto alcançado por este Governo britânico? CMC
3:24:00 da manhã
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 [1.022/2005] Bordoada de cherne
Prevê-se, para hoje, um fura férias neste blogue. E lá vem bordoada de cherne. Espero pelo texto e depois responderei ao fura férias, que, imagine-se, dá à costa do TUGIR só por causa do cherne. Quem diria?! Pelos vistos o tipo até tem mais importância do que aparenta. Até motiva o meu camarada a privar-se de férias para vir a este blogue criticá-lo! CMC
 P.S.- Luís, este poder de antecipação! Então o Financial Times só se lê nas férias?
3:11:00 da manhã
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 [1.021/2005] Os bois pelos nomes
Caro Manuel, Não sou dos que digo cobras e lagartos de Cuba só porque sim. Mas, também não sou daqueles que embarco em ilibações do regime de Havana. Assinala, e bem, a erradicação do analfabetismo e as garantias de saúde do Estado cubano. De facto, tal sucede e deve-se à ditadura comunista, não à de Fulgêncio Baptista (que fez da ilha um enorme bordel). Aliás, como me disse, e bem, há uns anos, uma pessoa amiga mais de direita que a própria direita, tomara muitos Estados América Latina estarem na situação de Cuba, principalmente pelos motivos que referiu: Educação e Saúde. No campo da Saúde, Cuba é, na realidade, a ilha que tem os melhores especialistas do mundo nas áreas da oftalmologia e da ortopedia. Quanto ao desporto, que não referiu e podia estar incluído no nosso diálogo, como qualquer antiga potência comunista (e actualmente no caso da China, mas as potências democráticas, como os Estados Unidos, também fazem do desporto um meio de disputa política), os cubanos foram e ainda são bons em algumas modalidades. Foram com Sottomayor, no salto em altura, são-no, actualmente, no caso do voleibol, quer masculino quer feminino. Portugal até beneficiou dessa escola de voleibol, quando há poucos anos teve um seleccionador cubano que conseguiu conduzir a equipa nacional a patamares nunca antes atingidos. Porém, se isto deve ser dito e tido em consideração, também não pode ser escamoteado o regime castrista. Uma ditadura. Um regime que submeteu e submete milhares de pessoas ao silêncio e já eliminou pessoas pelo facto de apenas terem ideias diferentes do regime. Aqui sim, reside o pomo da nossa discórdia. Pode apresentar todos os motivos possíveis e imagináveis, mas não pode apagar uma ditadura que submete Cuba e os cubanos a um atraso, por causa da ditadura. Creio que Cuba, caso fosse uma democracia, espero que o seja em breve, poderia ser uma referência modelo para a América, tal como o Chile democrático o é. Quanto à Venezuela, praticamente não consigo vislumbrar, no seu artigo, qualquer defesa do actual líder. Até porque deve ser difícil encontrar pontos credíveis de defesa. Se antes a Venezuela estava submetida, importa dizer, a uma rotatividade partidária podre, agora a Venezuela vive sob domínio de um democrata que merece todas as reticências possíveis. Descanse que não estou a fazer uma defesa intransigente dos Estados Unidos. Que têm, também, as suas culpas no cartório. (Aliás, qual é o Estado santo no mundo? Nem o Vaticano.) Porém, reconheça-se, entre o regime norte-americano e os dois Estados referidos, há enormes e substanciais diferenças, como reconhecerá. E entre os três, medite sobre a questão, de em qual gostaria de viver. Ou, pelo menos, onde teria condições de viver condignamente. (A não ser que seja protegido do regime.) A outra questão, e central, do meu texto sobre a televisão de propaganda e o que ela representa e pode significar na América latina, deve-se não tanto ao senhor de Havana, que não estará no poder muito mais tempo, deduzo, não lhe desejo a morte (sublinhe-se), como a ninguém, todavia o avançado da idade não é um benefício, mas refiro-me ao senhor de Caracas. Se não notou, constate como está hoje a pobreza na Venezuela, que não é de agora. E recorde, quando a eliminação da pobreza era prometida por esta liderança pseudo-biblista-bolivarista há anos. Até agora, pobreza erradicada? Nem a ver. E, por outro lado, verifique como o poder de Caracas tem incentivado à instabilidade na parte noroeste do continente sul-americano. Pensa que é apenas desestabilizações interna de certos Estados da América do Sul do lado do Pacífico? Não sejamos de todo ingénuos. Respeito a difusão de ideias, afinal que sentido democrático teria? Só se fosse um daqueles ditos democratas da Alemanha de Leste, que baseava a legitimidade da democracia do regime de Honecker no nome do país: República Democrática Alemã, mas que de democrata, só mesmo o nome e até o nome merecia inúmeras dúvidas. Oponho-me, isso sim, às ideias que considero nefastas e que contêm em si um germe de populismo e demagogia. Faz parte da democracia. Uns condenam, como eu, outros, pelos vistos como o Manuel, apoiam. Temos os nossos direitos de manifestar. Estamos e vivemos em democracia. Certo que, porém, se estivesse em Havana, ou, provavelmente em Caracas, o Manuel poderia continuar a expressar o seu ponto de vista, de apoio, e eu não. Já notou a diferença? Finalmente, devo dizer-lhe, em resposta ao título do seu texto, que a televisão não é dos pobres, mas dos políticos que se alimentam da pobreza dos seus Estados. CMC
2:53:00 da manhã
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quinta-feira, julho 28, 2005
 [1.020/2005] Aliança de Civilizações
Face ao drama actual, é bom ver as divergências ultrapassadas e a força da união. A proposta é espanhola, o acolhimento é britânico, espera-se que o suporte seja europeu (e norte-americano). Depois de tergiversar, nos primeiros meses de mandato, Zapatero sabe que só pode encontrar, na Europa, um porto estável e desafiador do futuro em Londres. Espanha (11-M) e Reino Unido (7-J), os alvos europeus do terrorismo, têm actuado de forma exemplar, no que diz respeito à separação das águas, entre o que é o terror e o respeito e salvaguarda por todos os crentes de Maomé. A linha é ténue e alguns procuram misturar, de forma a meter tudo no mesmo saco. Como referiu há dias Blair, na presença de Villepin, não é por causa da invasão do Iraque que o terrorismo está activo. Até porque, o 11 de Setembro é anterior à invasão do Iraque. Se fosse por causa do Iraque, como é que se pode compreender/justificar a morte de centenas de crianças iraquianas? E os ataques perpetrados em Estados maioritariamente muçulmanos, como o Egipto e a Turquia? Os tempos contemporâneos precisam de discernimento sério e rigoroso. CMC
3:41:00 da manhã
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 [1.019/2005] Dejà vu por dejà vu
Caro Pedro, Falámos das coisas que passam pelos dias, de blogues, de política e, obviamente, das presidenciais. Não te disse, mas expresso agora, dejà vu por dejà vu, então que surja uma candidatura presidencial como a que apareceu em 1986. Alguém que assuma o papel de Salgado Zenha. Há meses referi a necessidade de a esquerda apresentar um candidato forte. Todavia, a esquerda está a mergulhar no desespero e no autismo. É pena, pois há pessoas que pelo seu percurso de vida não merecem ser submetidas a certos escrutínios. Eles já foram feitos no respectivo tempo. Assim, pelo andar da carruagem (ainda que não haja nada de concreto), prevejo um vencedor presidencial à direita, e como querem uma campanha animada, então que ela seja viva e haja alguém que assuma o papel outrora desempenhado por Francisco Salgado Zenha. Prevejo, contudo, que nem essa candidatura apareça. (Já agora, quem assumirá as responsabilidades de uma eventual derrota? É fácil deitar as culpas para o candidato.) Paciência. O país há muito que anda a perder e, pelos vistos, assim continuará. Se a direita há muito que anda encalhada, a esquerda encalhou desta vez. O pior não é o facto de estar encalhado, mas a perda de noção desse facto. CMC
1:13:00 da manhã
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quarta-feira, julho 27, 2005
 [1.018/2005] Outro adiamento
Mais um adiamento, na divulgação dos resultados, por tentetaiva de furto dos boletins e resultados eleitorais pelo que é noticiado, significa mais um período de horas que proporcionará, muito provavelmente, a rebelião, logo que se decrete o vencedor. Já se percebeu que nenhuma das partes está disposta a aceitar a derrota. Infelizmente, não é nenhum dos candidatos que perde, é a Guiné-Bissau que sai, outra vez, derrotada. As eleições que podiam representar o virar de página dos últimos e trágicos anos transformam-se em mais um martírio. Até quando Guiné? CMC
7:08:00 da tarde
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terça-feira, julho 26, 2005
 [1.017/2005] Prevê-se o pior
O resultado oficial da eleição de domingo devia ser anunciado hoje, de acordo com o estabelecido. Agora, só amanhã, quarta, é que se saberá quem obteve mais votos. Pelas notícias pode augurar-se o pior. Ninguém está disposto a perder a eleição e a manipulação em torno dos resultados está montada. A estabilidade está longe de aportar neste Estado africano, que tem, também, os Estados vizinhos em situação pouco abonatória, nomeadamente a até há pouco estável Guiné-Conacri, que passa por distúrbios internos. As Guinés formam com a Libéria, a Serra Leoa e a Costa do Marfim uma região instavelmente preocupante para África. CMC
10:57:00 da tarde
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[1.016/2005] Consta...
... Que os portugueses serão convocados, em Janeiro próximo, para escolher o novo Presidente da República.
Pelo andar da carruagem, a disputa não será feita por candidatos ao cargo de Presidente da República, mas por candidatos a Presidente-rei. Estará a nascer um novo tipo de regime? Ao fim e ao cabo, os grandes partidos pretendem apoiar a candidatura de um rei (partidário) através do método de escolha republicano. Será que a bandeira portuguesa mudará de cor a partir da próxima eleição (dita) presidencial? CMC P.S.- Há quem diga que a próxima campanha será bem disputada. De acordo com os nomes, a concordância é plena. Porém, será que o país precisa de uma boa campanha (que também faz falta, indiscutivelmente) de quinze dias ou de um líder, de cinco anos, com visão de futuro para Portugal?
8:25:00 da tarde
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 [1.015/2005] Ainda a propósito da nova arma de propaganda [II] E a depressão da Ministra da Cultura
Caro Homem das Neves, Cada país tem a sua peculiaridade e, no caso da maioria dos Estados da América do Sul, as excepções parecem ser regras. No entanto, para se chegar à convocação do referendo que poderia e não destituiu o Presidente, na Venezuela, devemos ter em consideração o que está na base da consulta popular: o golpe de Estado e o contra-golpe de Estado. Não se percebeu muito bem aquele episódio, nomeadamente o soldado que libertou o actual Presidente venezuelano da prisão. Adiante! Porém assinale-se, a Venezuela é um Estado democrático e Cuba não. Se há, ou não, manipulação e um certo aprisionamento da democracia na Venezuela, isso é outro aspecto. Por outro lado, nem de propósito. Hoje, a contracapa do El País expõe um artigo sobre a televisão do senhor de Caracas e, surpresa para incautos, o director do canal vai propor ao senhor de Caracas um programa semanal, com a duração de uma hora, para que ele fale sobre o que quiser, desde que não seja política. Ora, quando se pede a um padre para ir para uma igreja e lhe é indicado o altar, esperamos que o padre faça o quê, mesmo que se peça para não predicar? Já que o escrito segue para a Finlândia, fica a questão: a Ministra não é a tal senhora que há uns tempos teve uma profunda depressão e que não aparecia em público? Andou, durante uma temporada, afastada do cargo governativo? Nunca mais soube nada do assunto. Se a senhora se encontra bem ou mal. Se a senhora fosse Ministra (da Cultura) em Portugal, de certeza que ninguém andava por aí a debater o túnel de Ceuta e a preocupar-se com as desavenças entre o Governo e a Câmara do Porto. CMC
6:47:00 da tarde
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 [1.014/2005] Ainda a propósito da nova arma de propaganda
Caro Guilherme, Sendo brasileiro, está em muito melhor condição do que eu, que estou em Portugal, para observar a programação do novo canal televisivo. Apesar de o Guilherme não ter visto nenhuma propaganda a favor dos dois senhores nas primeiras horas de emissão, terá tão bem, ou melhor do que eu, a noção de que os dois políticos deixarão, nos momentos certos, a sua impressão no canal, até porque, pelo que sei, quem coordena o canal é o Ministro da Propaganda venezuelano. De certeza que o governante não assume os comandos do canal televisivo para ser imparcial. Obrigado pela direcção do canal. Caro Manuel, Num ponto estamos de acordo, as divergências devem-se a perspectivas diametralmente opostas. Sinceramente, daquela dupla política não espero grandes soluções para muito do atraso da América Latina. Quanto ao venezuelano tenho de respeitar a opção dos venezuelanos por que, como se recorda, há um ano sensivelmente, a sua liderança foi submetida a referendo e o senhor manteve o poder Democracia, em Cuba, é ar que não se respira. Descanse, pois não estou a defender o amigo norte-americano, que também tem sido prejudicial para a América latina. Reconheça-se. Todavia, lá por os norte-americanos não serem o exemplo, isso significa que me renda e aplauda o populismo-retrógrado do eixo Caracas-Havana? Como diriam alguns argentinos, o senhor de Caracas gosta tanto da pobreza que até a consegue aumentar. CMC
1:10:00 da tarde
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 [1.013/2005] Mais uma conquista preocupante
O pseudo-biblista-bolivarista com laivos de revolucionário prepara-se, conjuntamente com o seu amigo autocrático, para mais uma enorme e preocupante conquista: ter um canal de televisão na América Latina. O canal servirá para o inefável espalhar o evangelho da doutrina populista-retrógrada, como se ela representasse o progresso ao virar da esquina, quando, como se prognostica, significa precisamente o oposto. Os tempos são perigosos e as palavras da irresponsabilidade começam a espalhar-se de forma rápida e sem oposição. Haverá, porventura, melhor meio de propaganda do que um canal televisivo? De parvo é que o inefável nada tem. CMC
12:14:00 da manhã
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segunda-feira, julho 25, 2005
 [1.012/2005] Delírios*
Caro Roncinante, Quanto aos comentários dos comentadores de serviço, não nos admiremos. Estão a fazer o jogo deles. Devemos ter em linha de conta que o país toma há muito tempo saizinhos de fruto, tal não é a azia com estes politiquinhos e comentadores (já perdemos os séculos, perdão, as décadas de comentários) deixam a nação, sempre que soltam as suas palavrinhas. A UE faz endoscopias regularmente a Portugal e detecta, sempre, défices. Maleita que já não se cura com saizitos de fruta. Qualquer dia o país tem de ir ao neurologista, por que não está bem. Ao cardiologista, por que não está bem. E ao psiquiatra, por que não está bem. Ao... etc... Em suma, Portugal está enfermo e mais doente parece querer estar! Por este andar, qualquer dia, nem quimioterapia! CMC * - Não precisamos de jurar por Hipócrates, mas devemos ter umas luzitas, por muito foscas que sejam da ciência médica, para que possamos detectar certos sintomas.
8:32:00 da tarde
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[1.011/2005] Governantes que precisam de conhecer a História ibérica O caso do TGV
Caro Rui, À espera de ler esse texto que, com toda a certeza, será interessante (assunto que merece reflexão: quando a direita está no poder, só há, praticamente, esquerda, quando sucede o inverso, a maioria da esquerda retrai-se e camufla-se - será que o universo blogosférico está condenado a ser uma antítese do poder?, ou, sinal da imaturidade política democrática nacional de não saber conviver com passagens pelo poder ou pela oposição enquanto se mantém uma actividade blogosférica permanente?). Entretanto, como referi na semana passada, devemos retomar o tema Ota e TGV, afinal o assunto é muito mais importante para o colectivo nacional do que andar a apoiar soluções políticas de outras décadas. E, mais do que uma questão de números astronómicos, deve promover-se o debate em torno dos interesses estratégicos nacionais. Passei pela página dos caminhos-de-ferro espanhol e surpresa das surpresas, a actual rede de alta velocidade espanhola não chega, ainda, às principais cidades da Catalunha e País Basco. Galiza, nem cheira os carris da alta velocidade. No caso catalão como é possível o trajecto ficar a meia dúzia de quilómetros de Barcelona? A lógica do TGV deve ser pensada a nível das diferentes nações ibéricas. Como se pode depreender pelo actual traçado da AVE. Ainda que, oficialmente, a lógica do discurso seja Estado a Estado. No que toca à nação portuguesa, esta parece cair que nem um patinho nas pretensões de Castela. Há governantes que precisavam de umas aulas de História e saber por que se construiu e quando a cidade de Madrid. Infelizmente, agarram-se ao dogmatismo keynesiano. Como se vivêssemos hoje na década de 30 do século anterior e toca a construir de forma desenfreada. Ligação de TGV a Madrid e ao resto da Europa? Com certeza! Mas a partir de Sines, e cargas, em vez de passageiros. Ligação de TGV? Com certeza! Porto-Vigo. Ligação Lisboa-Madrid passageiros? Pode ser muito aliciante para nós, cidadãos, podermos deslocar-nos à capital do país vizinho em três horas, mas é pouco benéfica para a economia, para não considerar mesmo prejudicial, o que tornaria (ainda mais) a economia lusa totalmente periférica. Sines-Madrid cargas, sempre representaria crescimento económico nacional e desenvolveria o Alentejo (pelo menos o litoral), que parece estar remetido ao atraso. Lamentavelmente, em Portugal, pensa-se tudo a partir de e em Lisboa. Como se o país, para progredir, dependesse do que a capital tem, ou não, de ter. Por isso continuamos com um país atrasado e pouco desenvolvido, com uma concepção nacional a partir do Terreiro do Paço. Vistas curtas são sinónimo de desenvolvimento nulo. Quanto aos portos e aeroporto, voltarei noutros textos, até porque tudo está interdependente. A discussão nem precisa de passar pelos gastos. Se os milhões de euros a serem empregues são para benefício nacional, isto é, crescimento económico com o consequente aumento de emprego, o gasto de vários milhões de euros acaba sempre por ser um investimento e com resultados benéficos para o conjunto nacional. CMC
11:52:00 da manhã
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domingo, julho 24, 2005
 [1.010/2005] O défice real
Ainda falta algum tempo para conhecer os candidatos presidenciais. Mas, caso se confirmem os nomes avançados, à direita e à esquerda, podemos tirar a devida lição: os partidos políticos portugueses não têm quadros políticos. Os partidos cresceram em democracia mas agem como crianças. Os dirigentes actuais, quando receiam qualquer embate, chamam sempre pelo papá para resolver os problemas, como se este os pudesse resolver. Não só não resolve, por que os tempos são outros, como agrava. O país caminha sem políticos. Como é que se pode pedir liderança e rumo quando ninguém tem capacidade para assumir responsabilidades? Estes tempos são bem a prova do porquê dos défices. O défice dos números continua a reflectir (e penso que pouco) o défice político nacional. Os partidos não geraram, e pelos vistos nem pretendem desenvolver, no seu interior, massa crítica. Alguém referia há uns tempos, e bem, o apagamento, nos últimos anos, das fundações políticas, que podiam promover, como é sua competência, massa crítica. Para que servem a Fundação Antero de Quental, o Instituto Sá Carneiro ou o Instituto Adelino Amaro da Costa? Exceptuando-se alguns encontros públicos para debater uma ou outra questão. Os partidos estão repletos de caciquismo. Caciques sempre mais conhecedores das listagens de militantes do que da realidade da rua e das necessidades e prioridades do país. Mais preocupados com os benefícios pessoais, do que com a apresentação e assunção de orientações. Os partidos portugueses têm um sério défice de conteúdo político. A democracia partidária está debilitada. CMC
11:15:00 da tarde
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 [1.009/2005] O que diria Zweig?
Na década de 40 do passado século o vulto literário (e não só) austríaco, Stefan Zweig, que se refugiou no Brasil para escapar ao nazismo e onde se suicidou, escreveu uma obra com o título "Brasil país de futuro", perspectivando um porvir radioso para aquele país da América do Sul. Hoje, se fosse vivo, e vivesse em Portugal, o que escreveria Zweig? "Portugal um país de passado"? Assim parece. Há medida que os anos passam, em vez de abraçarmos o futuro, engalfinhamo-nos no passado. Se o Professor de Santa Comba fosse vivo o novo tutelar da Fazenda ainda se sujeitava a passar poucos dias no cargo. Bem precisamos de um choque (como diz o jargão político contemporâneo) republicano. Estamos cheios de tiques monárquicos e os ditos republicanos são os primeiros a tê-los e mostrá-los! Portugal... país de passado!? CMC
4:54:00 da tarde
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sábado, julho 23, 2005
[1.008/2005] Voto decisivo
Amanhã os guineenses são chamados, pela segunda e última vez, a escolherem quem querem como Presidente da República. Sem qualquer sondagem para apoiar/validar o meu argumento, penso que o ex-Presidente, que esteve radicado durante uns anos em Vila Nova de Gaia, ganhará as eleições. E não é, do meu ponto de vista, o melhor para a Guiné-Bissau. Resta saber quantas horas mais, após o encerramento das urnas, aguentará a Guiné-Bissau a frágil estabilidade. A próxima semana será determinante. Julgo, todavia, que o país africano de expressão portuguesa não aguentará sete dias sem um único tumulto violento, isto é, com impressão de sangue. Oxalá me engane. CMC
10:59:00 da tarde
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[1.007/2005] Bem avisado
Caro Raúl, Concordo que o senhor tem mudado várias vezes de direcção. Porém, parece que está determinado em retirar, definitivamente, as forças militares da Faixa de Gaza. E, hoje, outra pessoa por quem também tenho poucas afinidades disse, e bem, a necessidade de Israel, quando sair, não tornar os territórios palestinianos em autênticas terras de quarentena perpétua. Esteve bem a Secretária de Estado norte-americana ao deixar este repto às autoridades israelitas. Obviamente que têm sido, até agora, produzidas palavras. Na direcção correcta, sublinhe-se. Falta o acto, de as palavras corresponderem à acção. Dentro de um mês, ou menos, saber-se-á se há, ou não, correspondência entre o que se diz e o que se faz. CMC
10:58:00 da tarde
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[1.006/2005] E agora, ataca-se Marte?
Depois de o terrorismo ter assolado e assassinado na estância balnear de Sharm El-Cheikh, recinto situado num Estado maioritariamente devoto a Maomé, seria interessante saber que proposta nova tem o congressista que noutro dia defendia retaliar os lugares sagrados do Islão sempre que o terrorismo que se associa ao Islão actua. Talvez atacar Marte e os marcianos! CMC
10:57:00 da tarde
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sexta-feira, julho 22, 2005
[1.005/2005] Há quem queira que as mulas procriem!
Será que custa muito perceber isto? Pelos vistos alguns têm dificuldade em entender. Ou será que querem ter dificuldade em perceber? O país não comporta muitas despesas e muito menos se pode dar ao luxo de empregar verbas onde a reprodução é inexistente. CMC
4:05:00 da tarde
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 [1.004/2005] A César o que é de César
Se se confirmar o que tem sido do conhecimento público nos últimos dias, de Israel retirar as suas tropas da faixa de Gaza antes da data prevista, 15 de Agosto, o senhor da fotografia, por quem tenho pouca predilecção, merece elogios. Pedro, antes de me acusares de inveterado defensor do lobby hebreu, reconheça-se que depois de ter provocado a segunda intifada, em 2000, o senhor emenda a mão. Assim se espera. CMC
3:41:00 da tarde
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 [1.003/2005] A cedência europeia
Depois da França reavivar as fronteiras, a Finlândia segue os mesmos passos. O projecto europeu pode estar a desmoronar-se lentamente e nem damos por isso. E os primeiros a provocarem o declínio são os Estados. A Europa dá sempre a pior resposta nos momentos de aflição. Fecha-se, internamente, em copas, pensando que o problema do vizinho do lado é só dele. A lógica do quintal nacional não ajuda, só prejudica e facilita a rede de terror, devido à falta de ligação e troca de informações entre os parceiros europeus, isto porque, começa a prevalecer a exclusiva visão nacional. Considerar que o terrorismo actual só pode ser afrontado por cada Estado é um engano. Ao terror global, a resposta só pode ser confronto global. Espera-se que a medida seja temporária, como dão a entender as autoridades finlandesas. CMC
2:34:00 da tarde
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 [1.002/2005] Bastava juntar e agitar Keynes com Toffler para evoluir
Há governantes, pelos vistos, que estão parados no tempo. Crêem que as medidas (da década de 30 do passado século) de Keynes se adequam aos dias que passam. Está mais do que entendido que nem por Toffler passaram. O problema de certo pensamento de esquerda reside no conservadorismo. Há resistência à mudança e não compreende a actualidade. Daí as enormes dificuldades de dar respostas aos desafios e obstáculos de hoje. Por isso, o conservadorismo de esquerda reinante, no poder e não só, não compreende como é que medidas económicas com fins sociais de outros tempos não alcançam sucesso no presente. Os princípios de Keynes, na doutrina de esquerda, não estão errados. Porém precisam de ser adaptados à actualidade. Sem um investimento concreto e constante na valorização profissional e pessoal do Cidadão, de pouco valem os investimentos nas infraestruturas, ainda por cima quando os investimentos são pensados com uma finalidade de as infraestruturas servirem-se do cidadão e não o cidadão usufruir delas. Rui, depois da nossa conversa, e dos recentes acontecimentos, penso que vale a pena voltar a debater o erro da Ota e a falta de sentido deste traçado do TGV para Portugal. Voltarei ao assunto na próxima semana (convém fazer alguma pesquisa de mapas). CMC P.S.- O artigo já tem dois anos mas continua válido. Noto, todavia, a falta de realce da privilegiada, geograficamente, costa portuguesa. Se é correcto que Algeciras está melhor situada para dar resposta no Mediterrâneo, Sines está muito mais bem situada, no quadro Atlântico, para poder servir de porto de diferentes proveniências: de todo o continente americano e africano. Todavia, as embarcações atracam nos portos espanhóis.
3:09:00 da manhã
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[1.001/2005] 1001
Fiquei com o Post 1.001/2005 (capicua, para dar sorte) para acabar com um slow do meu tempo. A vida é assim. Inícios todos os dias. Aniversários vários para diversas ocasiões e o de hoje para vidas partilhadas com um quarto de século mais dois. Boa data para início de férias. Aznavour, para festejar. Happy Anniversary, Madam Luís
2:31:00 da manhã
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 [1.000/2005] O selar do novo eixo Paris-Berlim
A mais que provável futura Chanceler alemã fez esta semana um périplo pela Europa. E, como previsto, em França, demarcou-se da política de Monsieur Jacques e mostrou-se próxima de Monsieur Nicholas. Por outro lado, Frau Angela pretende orientar as prioridades externas da Alemanha virando-se do leste para ocidente, isto é, aproximar-se de Washington e distanciar-se de Moscovo. Interessante foi a sua declaração, de que os alemães deverão aprender com outros Estados. Com os da Europa central em matéria fiscal e com o Reino Unido na preservação do modelo social. O presente e esgotado eixo Paris-Berlim começa a ser desmantelado em Setembro. A parte que falta cairá em 2007. CMC
1:07:00 da manhã
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quinta-feira, julho 21, 2005
 [0.999/2005] Que milagre será este?
O Tugir em Português já está há umas horas na ditadura dos Blairistas do Bairro Alto e ainda não apareceu uma única loa ao Tony! Será que Lord Charles partiu para o Chile para fazer a reportagem das presidenciais de Domingo? Adios CMC. Trata bem desta tralha. Tobias PS. Bom Post nº 1.000
11:01:00 da tarde
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[0.998/2005] À beira do presidencialismo? Regresso do passado
A eleição presidencial é muito mais importante do que se imagina. O regime semi-presidencialista, pelo andar da nação, se uma certa pessoa que penso ganhar as eleições, pode virar o regime e transformá-lo em presidencialista. Mesmo que do ponto de vista formal se mantenha o semi-presidencialismo, basta trabalhar no sentido de colocar no Governo quem mais favorece as pretensões de governar o país a partir de Belém. Bastam dois passos. Primeiro, ganhar as presidenciais. Segundo, derrubar este Governo e convocar, lá para 2007, quando a credibilidade deste executivo estiver completamente nas ruas da amargura, eleições. Depois, é o regresso do modelo e dos rostos do passado. Um Presidente que delineia e um Primeiro-Ministro que segue o indicado por Belém. É uma década garantida. Belém ordena e São Bento acata e executa. Como a Fazenda pública está, com a apologia que muitos fabricaram ao longo dos últimos anos de credibilizar a personalidade na área da Fazenda, que hoje parece intocável a sua sapiência em matéria de contas públicas, só falta uma onda de gente sair à rua e gritar pelo salvador da pátria. Pena que se esqueçam dos valores da época. O regresso do passado está ao virar da esquina. CMC
9:35:00 da tarde
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[0.997/2005] Pobre Portugal
Que país é este chamado Portugal? Está a Europa, na qual, penso, Portugal pertence, a braços com o terrorismo e em Portugal brinca-se aos politicozinhos. Não há país que valha. Credibilidade? Nem a ver. Importa analisar os dois pesos e duas medidas. Há poucos meses um Governo, sem eira nem beira, foi destituído por causa de um Ministro do Desporto. Desta vez, um Ministro, da Fazenda, pedra angular de qualquer Governo, em qualquer parte do globo, saiu. Alega motivos pessoais e de cansaço. Tem sorte. Pode dar-se a esse luxo. Milhares de portugueses, infelizmente, estão há muitos anos cansados e nem férias podem tirar. A política nacional continua de rastos e o país não estagna, afunda-se. Até quando os politiquinhos, da esquerda e da direita, governarão o país? Desde 2002 que temos esta sina! Pobre Portugal! CMC
9:19:00 da tarde
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[0.996/2005] Deplorável
A democracia também tem os seus fundamentalistas. Aqui está a página de um fundamentalista. Com que então, caso persistam estes ataques, devem retaliar-se os crentes do Islão, nomeadamente bombardear Meca, defende o senhor congressista. Sim senhor, com congressistas deste género, não há mundo que resista. Vergonhoso. CMC
9:09:00 da tarde
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[0.995/2005] Até que enfim! Ar puro no Tugir
Finalmente o TUGIR vai ter ar puro. As letras anti (qualquer coisa, sobretudo anti-anglo-saxónicas) vão de férias. Será que o sobrinho da señorita Lolyta combinou com um ex-governante as férias? É que os dois vão de férias ao mesmo tempo. O mais importante, no meio destas coincidências, é a harmonia e o equilíbrio que o TUGIR vai ter nas próximas semanas. Já não era sem tempo! Cê-Éme-Cê
7:13:00 da tarde
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[0.994/2005] Só cá faltava mais este
Será que Portugal vai receber investimento deste senhor? A apurar nos próximos tempos. CMC
7:04:00 da tarde
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 [0.993/2005] Em breve,
o Tugir em português será uma Área de Blairismo descontrolado. De fonte segura fomos informados que o Tugir em português irá ser tomado de assalto pela Associação Filarmónica e Desportiva Blairista Americana do Bairro Alto (AFDBABA). Aqui o escriba vai para perto do Jaquinzinho, porque o Sol de lá espera e o Mar também. Até ao meu regresso. LNT
5:18:00 da tarde
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[0.992/2005] Lágrimas de crocodilo
A choradeira que vai por aí! Componham-se e tenham compostura porque não morreu ninguém. Afinal foi só afastado alguém a quem, por não ter tido capacidade de perceber que pertencia a uma equipa, se teve de explicar que faria melhor papel na actividade individual. Houve qualquer coisa que Campos e Cunha nunca percebeu. Quer-me parecer que foram não uma, mas duas: A primeira é de que vivemos em democracia, isto é, que em democracia os candidatos ao poder sujeitam-se ao escrutínio apresentando os caminhos a trilhar. Bem sei que o Executivo não tem de ser exclusivamente composto por militantes políticos, mas, o mínimo que se pode exigir a alguém que pretenda integrar um Governo é que leia o seu programa eleitoral. Se entender que pode cumprir as promessas, participa, em caso contrário, não deverá aderir. Não parece matéria de difícil compreensão. A segunda é de que todos são livres de votar e ser votados. Se Campos e Cunha tinha propósitos diferentes daqueles que o Governo que integrava defendia, deveria, antes que o cansaço o esgotasse, ter apresentado em tempo próprio essas suas intenções ao País. Se o tivesse feito, talvez fosse hoje Primeiro-Ministro, evitava a exaustão e o País seguiria o Cherne que tinha escolhido. Também não me parece difícil de entender. Ao que Campos e Cunha e muitos dos comentadores da praça se terão de habituar (constatações à la Palice do tipo Dona Constança) é de que, por muito iluminados que sejam, ou pensem ser, para governar um País é necessário que as suas propostas sejam as escolhidas. Não é lícito que os políticos se declarem não-políticos para poderem exercer, a seu belo prazer, políticas contrárias ao colégio que integram. Ao invés da voz corrente entendo que não compete ao Ministro das Finanças impor vontades mas antes reunir as condições para que as vontades do colectivo sejam satisfeitas. Habituados estamos já com as costumeiras lágrimas de crocodilo e louvores póstumos, sejam provenientes de quem sempre contestou a acção política dos demitidos, sejam dos gatos-pingados institucionais que proferem as exéquias. LNT
2:46:00 da tarde
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[0.991/2005] Passados na Blogos
A blogosfera do 4ª República começou num tempo reminiscente. A realidade do ex-governo cessado é a mesma que o levou a cessar. Vive um mundo de passado, enquanto se encontrava abstraído do País que governava. Na ressaca publica coisas do seu tempo de poder como se tratassem de assuntos de hoje. Propõe-se ao Blogueiro Massano Cardoso que veja a data do artigo em referência e que aproveite para folhear o que na Blogs dessa altura foi comentado. LNT
1:25:00 da tarde
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[0.990/2005] A culpa morre sempre solteira
Fora o burburinho fatal, sempre que um ministro sai, esta exoneração é mais uma a juntar às inúmeras que têm sucedido na política portuguesa na última década. Penso que a mudança nem aquece nem arrefece. Bem vistas as coisas, sai um entra outro. Pode-se apontar e elogiar todas as qualidades pessoais e técnicas do ex e do novo responsável da Fazenda, que têm com toda a certeza. Mas, na realidade, nenhum dos dois é político. Logo, de que lhes vale as competências técnicas se a guitarra que tocam não se coaduna, propriamente, com as suas unhas? O problema da governação nacional não reside nos tecnocratas. Reside, isso sim, nos políticos actuais. Autênticos poços de apolitismo. Pelos vistos não sabem, não percebem, nem querem entender o que é a política e a arte de governar. Nem imagino a cara dos diversos políticos europeus, quando, de cada vez que se reúnem, encontram sempre uma nova pessoa a representar Portugal nas reuniões de trabalho. Quando a falta de políticos com qualidade prevalece, o elo mais fraco da cadeia, os tecnocratas, quando desempenham cargos políticos, são sempre os primeiros a quebrar. Como foi o caso. E já não é o primeiro, nem será, certamente, o último. Enquanto esta classe política e os diversos partidos continuarem com a sua forma de ser e estar, os tecnocratas serão sempre levados pelo vento, e o país continua estagnado. O mais curioso, ou melhor, o mais lamentável, é que políticos e partidos pensam que nada do que acontece, no universo político, lhes diz respeito. CMC
2:02:00 da manhã
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[0.989/2005] Amnésias (Act)
Ouvir o Mestre Miguel Frasquilho dizer na SICN que é preocupante que o ex-ministro tenha ido embora porque o caminho que ele trilhava era o caminho correcto, é o primeiro passo para perceber que a estratégia da demissão está correcta. Poderá alguém explicar ao ex-secretário-de-estado-do-tesouro-e-das-finanças que foi o PS e não o PSD quem ganhou as eleições e isso aconteceu porque os portugueses entenderam que o caminho que o PSD defendia para Portugal não era o que eles entendiam ser o correcto? Não será verdade que as teorias do Sr. ex-ministro ao serem coincidentes com as do Sr. ex-secretário-de-estado em referência deixavam no ar que qualquer coisa estava errada na estratégia política? Como o ex-secretário-de-estado e actual deputado da Guarda é blogger do Blog do ex-governo e candidato à Câmara de Loures prevê-se que o seu mandatário, igualmente blogueiro, venha também a terreno celebrar o requiem esperado. Esperemos para ver se a oração final será englobada na secção das coisas simples, ou na das complicadas. Já agora gostaria de ajudar a memória do Senhor líder da oposição. Acabei de o ouvir afirmar que não há memória de que alguma vez tenha havido um Ministro das Finanças que tenha exercido o cargo por 4 meses. Muito bem, vejamos o que nos diz o acervo histórico: Basílio Telles - 8 dias; Duarte Pereira da Silva - pouco mais de dois meses Afonso Costa - N vezes menos de 4 meses Por aí fora, que estamos na primeira República para, no Estado Novo, termos muitos mais começando por Oliveira Salazar com um primeiro mandato de 16 dias. Depois ainda muitos mais para chegarmos ao pós-25-de-Abril e sabermos: Vieira de Almeida - 2 meses Silva Lopes - 2 vezes menos de 4 meses Sousa Franco - Primeiro mandato 4 meses Claro que Marques Mendes só tem memória para aquilo que recorda mas não lhe ficava mal ler este documento para ver que muitos outros, mesmo em época de estabilidade, não duraram muito mais. LNT Em rodapé: O que vale ao Tugir em português é que o nosso bruxo de serviço não come Queijo Limiano. (Pista do Abnegado Luís)
1:31:00 da manhã
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[0.988/2005] Inevitável?
No passado domingo referi que o senhor da Fazenda iria sair num destes dias, na sequência do que escreveu no Público. Não pensei que fosse tão depressa. CMC
12:53:00 da manhã
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