terça-feira, maio 31, 2005

[0.763/2005] Se o euromilhões fosse assim tão fácil
A França passa a ter um Primeiro-Ministro que sabe declamar Pessoa. CMC
1:07:00 da tarde
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 [0.762/2005] No tempo dos saca-rolhas
Como o país está, nada melhor do que prevenir, antes de remediar, enquanto o cinto continua a apertar. Há quem beba para esquecer... os défices, os IVAs, os atrasos estruturais, os discursos, os choques, os, as... Portugal. Quem paga as favas? O grande músculo. Como isto está será que dá para aguentar muito mais? Nem a música do comediante nos ajuda a fazer uma festa, com o saca-rolhas a abrir o garrafão. CMC
9:55:00 da manhã
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[0.761/2005] Futura chanceler alemã?
A direita alemã encontrou o rosto para as legislativas de 18 de Setembro. Herr Edmund fica na Baviera. Frau Angela é a candidata da CDU/CSU. Sinceramente, se um tinha demasiado pulso, penso que a outra terá de menos. E, considero um pouco estapafúrdia a rotulagem feita nos últimos dias, catalogando a senhora de a "Dama de Ferro" alemã. Frau Angela recebe este epíteto por ser mulher. Ela, pelo (pouco) que me é dado a entender, nem é, por aí além, de ferro, como a britânica. Duas vantagens que jogam a seu favor. O descrédito de Herr Gerhard e o facto de ter nascido na Alemanha oriental e ter vivido e conhecido o regime de Honecker. Quem retroceder três anos pode constatar que o SPD ganhou as legislativas, por escassíssima margem, devido aos votos obtidos na antiga RDA. E, por oposição, o candidato da CDU/CSU não ser do agradado da maioria do eleitorado da antiga Alemanha de leste. Uma "ex-compatriota", mesmo de direita, num eleitorado mais à esquerda, o cenário, certamente, muda de figura. Ainda por cima, não esquecer, a taxa de desemprego é elevada e as promessas da CDU ja vão no sentido de reduzir o flagelo social... o eleitorado "gosta" de ouvir. CMC
9:13:00 da manhã
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segunda-feira, maio 30, 2005
 [0.760/2005] O inconsciente
Andava a remexer nos arquivos e encontro o seguinte escrito de 21 de Outubro de 2004. Quando o "sim" recebia 69% e o "não" 31%. O inconsciente a funcionar? De facto, sete meses depois do escrito, as urnas não expressaram o valor da sondagem do Outono passado. CMC
8:11:00 da tarde
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[0.759/2005] Um revés [II] Do eixo franco-alemão
Outro dos motivos, e que no imediato está a passar ao lado da análise, por que esta União está a falhar, reside na ausência de um motor europeu (franco-alemão) com dimensão europeia. Goste-se ou não, a grande força motora europeia sempre residiu na determinação gaulesa e germânica, de puxar pela União, sobretudo quando esta estava abatida. O eixo Paris-Bona sempre foi determinante, pois a ambição dos dois lados do Ruhr era ao nível europeu. A actual dupla franco-germânica (Monsieur Jacques e Herr Gerhard), que por demasiadas vezes critiquei no TUGIR pela ausência de dimensão europeia, dimensão esta que não prescinde de um projecto nacional para cada Estado, acaba por ruir, numa semana, como um castelo de cartas. Primeiro, na Renânia Norte Vestefália. Ontem, em França, com o chumbo ao Tratado Constitucional Europeu. As lideranças posteriores às chefias que sentiram a queda do Muro de Berlim retrocederam. Em vez de progredirem, preferiram recuar para a dimensão puramente nacional. O resultado está à vista. Quando um projecto, grande e ambicioso como o europeu, titubeia, hesita, não sabe o que deve enfrentar, ou até, tem medo de enfrentar os desafios hodiernos, as populações sentem e ressentem a desorientação das lideranças políticas. Os alemães estão a pagar a factura e determinaram o seu preço na semana passada. Legislativas antecipadas e um muito provável "auf wiedersehen" a Herr Gerhard nas urnas. Os cidadãos franceses passaram ontem a sua factura e, possivelmente, Monsieur Jacques nem dirá "adieu". Sairá pela porta, em 2007, pela qual não entrou em 2002. Herr Gerhard e Monsieur Jacques estão a chegar ao termo das suas carreiras. A saída representa um fim de ciclo na política alemã e francesa, e, também, europeia. São lideranças que deixam poucas saudades. E, melhor do que ninguém, os cidadãos disseram de sua justiça. Aprecie-se ou não. Faltam políticos, à Europa e ao mundo, com a dimensão de Helmult Kohl e François Mitterand. Infelizmente, muitos dos políticos da actualidade limitam-se a ver só o presente. A fazer um gestão do e para o imediato. A pensar exclusivamente nos dividendos eleitorais. Pois os dividendos estão à vista, quando não há ambição, projecto, o único resultado que podem esperar e merecem receber é a derrota. CMC
5:20:00 da tarde
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[0.758/2005] A política dá muitas voltas
Curioso. A política dá muitas voltas. Ontem, por toda a Europa, a maior parte dos adeptos do "não" comemoravam a vitória do chumbo francês. E, de forma mais ou menos directa, estavam a comemorar, também, a derrota de Monsieur Jacques. Mas, recuemos um pouco no tempo e lembremo-nos de o que se tem passado neste nosso Velho Continente nos últimos anos. Muitos dos que ontem comemoravam eram os mesmos, há pouco mais de dois anos, que aplaudiam entusiasticamente a posição dos políticos francês e alemão, os grandes derrotados dos últimos tempos, relativamente à posição, no contexto europeu, britânico e de outros aliados dos Estados Unidos na Europa no que diz respeito à situação iraquiana. A Europa tem de ser mais forte. Era então palavra de ordem. Monsieur Jacques e Herr Gerhard representavam a defesa da Europa, na época, para muitos dos actuais defensores do "não", face à potência norte-americana. O papão do Ministro dos Negócios Estrangeiros, figura do novo Tratado, assusta muitos dos soberanistas e adeptos do "não", os mesmos que há dois anos aplaudiam a posição de Monsieur Jacques, por este tanto defender as possíveis posições europeias. Monsieur Jacques que sempre teve um papel mais proeminente, face ao sempre mais acanhado chanceler alemão. Ora, a União, como potência, continua manca. É um gigante económico e está politicamente raquítica. Os tais guardiões da Europa (Monsieur Jacques e Herr Gerhard) perderam e quem mais procurou dividir a Europa, como acusaram há dois anos, o Primeiro-Ministro britânico tem agora a hercúlea tarefa de recolher os cacos partidos e devolver vitalidade à União, na qualidade de próximo responsável da Presidência da União. A partir de Julho. Quem diria. Um britânico a ter de devolver a esperança à União. E, segundo alguns, ainda por cima a tarefa está a cabo do pecaminoso que se vendeu aos norte-americanos. A tarefa não é fácil. Não é uma batata quente que está na mão, mas um explosivo que, se não for tratado com pinças, pode estilhaçar o projecto europeu. A seguir com particular atenção a Presidência britânica da União. Num dos momentos de crise. Fatalidade ou destino? A verdade é que muito da União passa, nos próximos meses, pela condução britânica da União Europeia e pela forma como Blair tratará o delicado processo. Para quem pensava que veria livre de Blair, ele aí está, de novo, a nível interno (britânico) e europeu, e com um papel fulcral para a União. Nunca tantos, agora, serão tão poucos adeptos do seu empenho em prol do projecto europeu como foram na sua condenação. É a vida! CMC
10:31:00 da manhã
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[0.757/2005] Um revés [I]
A União Europeia sofreu um revés. Devemos, primeiro, congratular-nos com a grande participação dos franceses. Três em cada quatro foram às urnas. Mesmo com muita falácia, sobretudo com a agitação de fantasmas inexistentes, os franceses manifestaram a sua posição. E a lição do referendo é muitíssimo clara: um "não" de um socialista é tão igual e válido na urna ao de um comunista ou de um militante da extrema-direita ou da extrema-esquerda. Por mais diferentes que sejam as posições, e que os partidários do "não" procurem distinguir essas diferenças entre si, elas têm a mesma finalidade. Outro dos argumentos, sobretudo dos socialistas franceses adeptos do "não", que mais se ouviu esta noite foi: o "não" a este Tratado não é um "não" à Europa. Até posso compreender, mas o resultado concreto é que este "não" foi um "não" ao Tratado e, por consequência, à União Europeia, alargada, que quer enfrentar os desafios do novo século, quer a nível interno quer a nível externo. O "não" significa deixar tudo como está. Deixar arrastar a situação, como se ela estivesse muito famosa. Tenhamos noção da situação europeia, e até mundial, a actual situação europeia não é a melhor. E, goste-se ou não, vamos continuar, por enquanto, a ter o Tratado de Nice, totalmente desfasado da UE a 25 e em breve a 28 (Bulgária e Roménia, depois Croácia). Ou seja, em linguagem de alfaiate, temos um fato (Tratado de Nice) de criança vestido por um adulto (UE a 25 e depois a 28). Muitos podem celebrar a vitória. E têm toda a legitimidade para tal, visto que se emprenharam no "não". Infelizmente, todos, partidários do "sim" e do "não", já estamos a pagar a factura, como se pode comprovar com a queda do Euro nos últimos dias e assim continuará. Porém, a vontade é soberana e deve ser respeitada acima de tudo. Os diversos governos europeus, a Comissão Europeu e a presidência da União declararam, esta noite, a vontade de continuar com o processo de ratificação. Assim se cumprirão as diversas consultas, até manifestação em contrário. Contudo, procurar obnubilar ou tentar diminuir o resultado francês é a pior saída para esta vicissitude europeia. CMC
12:54:00 da manhã
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[0.756/2005] Sanção (ou Sansão) social?
Ouvir o actual do Ministro das Finanças, como tive pachorra de ouvir na RTP 2, deixa-me um misto de vontade de emigrar com uma outra de repensar todo um percurso político feito durante uma vida. Sem me querer estender, pelo menos para já, gostaria de deixar para reflexão dois pontos (dos muitos) que já o ouvi defender durante o fim de semana. 1º - Publicar na Internet a vida contributiva dos contribuintes. Para que servirá uma medida absurda destas? Para sancionar as aldrabices declarativas de quem recebe para além dos salários os benefícios usufruídos como se fossem despesas das empresas?(*) Servirá para a bisbilhotice à portuguesa? Isto acontece em algum país civilizado do Mundo? 2º - Dar o exemplo de contenção. Mantendo os salários absurdos de alguns dirigentes da Administração Pública que conseguem ter vencimentos três vezes superiores ao do Presidente da República, com a explicação da competência? Então porque não pagar a tantos funcionários públicos, reconhecidamente competentes, o mesmo tipo de salários? Então para quê as tabelas de vencimentos da Administração Pública se é possível recrutar e pagar outros valores a dirigentes não vinculados? Como disse há pouco, não me vou estender (por enquanto). Mas não sei por quanto mais tempo poderei conter o que me vai na alma. LNT (*) - Como se com isto se conseguisse justificar os bólides na rua. Alguma vez alguém terá explicado ao Sr. Ministro que a maior parte desses carros não está registada em nome dos seus usufrutuários?
12:30:00 da manhã
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domingo, maio 29, 2005
[0.755/2005] Quem venceu?
Sendo a vitória do Não um dado quase adquirido em França e possivelmente, dentro de 3 dias, o mesmo na Holanda, volta a colocar-se a questão do que irão os franceses fazer com o NÃO ganhador. Para que serviu o Não e qual será a proposta dos vencedores para reforço da UE. Na Holanda, sabemos o que o NÃO representará: - Xenofobia, inversão dos valores tradicionais dos Países Baixos, reforço da extrema direita. Em França torna-se difícil perceber. Gostava de estar em Paris e ver os partidários de Le Pen a confraternizarem na comemoração da vitória com os partidos de extrema-esquerda. Gostaria de perceber o que os une. LNTEtiquetas: lnt
10:37:00 da tarde
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[0.754/2005] Primeira Vitória do dia
Já só falta o OUI! CMC
7:49:00 da tarde
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 [0.753/2005] Taça de Portugal
Quando o Benfica e o Vitória de Setúbal se encontraram pela primeira vez numa final da Taça de Portugal, numa partida disputada no Campo das Salésias (Lisboa), corria a temporada 1942/43, os dois clubes viviam realidades bem diferentes. Enquanto os "encarnados" haviam-se sagrado campeões nacionais - contabilizando 17 vitórias em 18 encontros (a única derrota foi infligida pelo Belenenses, 2-5) -, os "sadinos" não disputavam sequer o escalão maior do Futebol Português. ( Continue a ler)

Parabéns Vitória de Setúbal. LNT
4:59:00 da tarde
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[0.752/2005] Entretanto
Enquanto em Portugal o futebol ocupa uma vez mais as parangonas fazendo esquecer o resto, tal como aquele jovem idiota que ontem subia do Algarve a 150 km/h em completa função de boca-a-boca (se a velocidade lhe faz falta de ar, porque não pára o carro e saboreia o tal beijo como deve ser?), em França decide-se o futuro da Europa. Veremos se os franceses vão às urnas e, se forem, se preferem um documento inacabado que lhes dá a possibilidade de construírem uma Europa mais forte, ou se, pelo contrário, preferirão deixar a Europa nesta agonia de meias-tintas onde não se consegue sequer uma linha consistente na política externa. Daqui a poucas horas saberemos. Depois de amanhã, que amanhã ainda será dia de falar de bola, poderá ser que os portugueses comecem de novo a ver as coisas como estão, e que não estão nada bem. Que não é com demagogias para parolos verem, como a criação de mais uma taxa de topo no IRS que os problemas se resolvem, nem que o será tão pouco com o aumento do IVA. É preciso que alguém explique daqui a uns meses se as receitas de IVA aumentaram ou se, pelo contrário, a retracção criada pelo aumento deste imposto não terá feito aumentar o descalabro das falências e a consequente diminuição de receitas, ao mesmo tempo provocando o acréscimo de subsídios sociais (pelo menos o de desemprego). Para quando o acréscimo aos vencimentos, em termos de IRS, do valor da utilização dos automóveis, das Vias-Verdes, dos seguros e das gasolinas pagas como despesas das empresas? E das viagens, férias, telemóveis e seguros de vida? Para quando a fiscalização dos profissionais liberais através da comparação dos recibos passados com as consultas efectivamente prestadas? Para quando controlar dentistas que cobram 170 Euros por consulta? Para quando tudo o resto, que toda a gente sabe, mas faz por esquecer? Claro que num País onde o Fisco está nas mãos dos grandes grupos da finança e as bases de dados dos contribuintes nas de outros que tal, será difícil actuar com justiça e será sempre mais fácil penalizar os mais fracos (através dos impostos indirectos), que inverter a actual situação de domínio. Pobre Portugal onde a finança manda na política. Onde se fala em congelar salários de trabalhadores da AP e se mantém os privilégios de alguns que, vindo do sector financeiro, tomaram e se mantém à frente dos sectores mais estratégicos e confidenciais do Estado com salários inadmissíveis que ultrapassam exponencialmente os dos cargos eleitos. Andamos a discutir a lana caprina, nós (eles) portugueses que mais desbaratámos os dinheiros comunitários, sem qualquer proveito, como se vê, e agora pretendemos dar lições a quem nos (a eles) pagou os iates que escandalosamente se vêm nas marinas, as centenas de Mercedes, BMW, Audi e quejandos que aceleram impunes nas Auto-estradas. Bom, é melhor voltar à Taça, porque o que é preciso é animar a malta. LNT
4:38:00 da tarde
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[0.751/2005] Dobradinha à portuguesa (com mais gozo - à moda do Porto)
Dizia-nos Fernando Pessoa sobre a dobrada fria:
Dobrada à moda do Porto Um dia, num restaurante, fora do espaço e do tempo, Serviram-me o amor como dobrada fria. Disse delicadamente ao missionário da cozinha Que a preferia quente, Que a dobrada (e era à moda do Porto) nunca se come fria. Impacientaram-se comigo. Nunca se pode ter razão, nem num restaurante. Não comi, não pedi outra coisa, paguei a conta, E vim passear para toda a rua. Quem sabe o que isto quer dizer? Eu não sei, e foi comigo... (Sei muito bem que na infância de toda a gente houve um jardim, Particular ou público, ou do vizinho. Sei multo bem que brincarmos era o dono dele. E que a tristeza é de hoje). Sei isso muitas vezes, Mas, se eu pedi amor, porque é que me trouxeram Dobrada à moda do Porto fria? Não é prato que se possa comer frio, Mas trouxeram-mo frio. Não me queixei, mas estava frio, Nunca se pode comer frio, mas veio frio. Álvaro de Campos
Os pratos regionais em disputa fazem-se entre o choquinho frito e a dobradinha. Fique com as receitas e que lhe façam bom proveito. Por mim prefiro a dobradinha mas, se tiver de ser choco frito, desde que terminado na tal reserva especial de Taylor's prometida, que seja. Afinal é necessário que as imagens da final da Taça para o Setúbal deixem de lembrar os tempos dos homens de gravata.
Choco Frito 1 kg. de tiras de choco; 1 folha de louro; sumo de 1 limão; sal q.b.; pimenta q.b.; Óleo q.b.; 1 molhinho de salsa; 12 dentes de alho; piripiri q.b. Tempere as tiras de choco com 4 dentes de alho pisados, sal, pimenta ou piripiri e a folha de louro partida aos bocados e o sumo de limão. Deixe tomar gosto cerca de + ou - 2 horas. Escorra-os da marinada e passe-os por farinha. Frite-os em azeite ou óleo com os restantes alhos com casca. Escorra-os e ponha numa travessa de serviço decorada com gomos de limão.
 Dobrada 1 kg. de dobrada grossa; 1 fatia grossa de bacon cortada em cubos; meio chouriço de carne; caldo de carne; 2 cenouras; 2 cebolas médias; 2 dentes de alho; sal q.b.; 1 copo de vinho branco; 3 colheres de sopa de polpa de tomate; salsa picada; piripiri q.b. Depois da dobrada limpa e muito bem lavada ponha a cozer num tacho com água e um pouco de sal, com o chouriço e as cenouras descascadas e inteiras. Depois de cozida retire e corte a dobrada em pedaços não muito grandes, a cenoura às rodelas e o chouriço. Leve um tacho ao lume com o azeite o bacon, a cebola e os alhos picados, mexa e deixe refogar até começar a alourar. Adicione o vinho misturado com a polpa de tomate a dobrada, um pouco de caldo de carne, a cenoura ás rodelas e o chouriço. Rectifique os temperos. Deixe ferver um pouco para apurar. Sirva polvilhado com salsa. Acompanhe com arroz branco. Felicia Sampaio LNT
3:59:00 da tarde
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sexta-feira, maio 27, 2005

[0.750/2005] Bom fim-de-semana
Depois de uma breve passagem pela Feira do Livro, aquelas obras do Marquês são um autêntico obstáculo para aceder ao recinto da Feira, e adquiridas algumas leituras, como por exemplo a última obra de Auster, para entreter o fim-de-semana, aguarda-se, no domingo, a (dupla) vitória: do Vitória e do OUI francês. Bom fim-de-semana. Abrigue-se, pois o São Pedro pretende regar o país. CMC
8:30:00 da tarde
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 [0.749/2005] Portugal: um país duas mentalidades
O país discute o défice. Apresentam-se panaceias, mas todos vamos ter de pagar mais impostos. Entretanto, os factores exógenos que nos dizem respeito, pouco parecem importar. Há uns meses, e bem, todos estavam sensibilizados com as eleições presidenciais norte-americanas. O mundo podia ter outra abordagem da Casa Branca. Todos estavam mais ou menos conscientes disso. No próximo domingo, o resultado do referendo francês diz respeito a todos os europeus. Uma reprovação das urnas pode significar um adiamento do projecto europeu. Ou seja, aquilo que todos hoje sentem como uma União sem força, em caso de vitória do não, acabará por representar uma anemia colectiva, precisamente no momento que a União precisa de um impulso. Finalmente, e no caso português em particular, e no europeu em geral, não menos importante, são as eleições antecipadas na Alemanha. O grande Estado passa por uma profunda crise e quando o motor da Europa resfria, tudo o que está à sua volta arrefece. Como os últimos anos comprovam. Quem será o próximo Chanceler? E que políticas promoverá? Será que alguém já se deu conta de estarmos no século XXI? Em plena globalização, onde a dependência, de todos, é maior? Portugal, pelos vistos, parece alheio a esta realidade europeia e mundial. Discute as suas contitas, como se elas pudessem sanar numa única dimensão, a endógena, sem que a situação europeia e mundial favorável não trouxesse o fim das dificuldades que há anos nos afectam. O maior défice, não é o das contas públicas, é do nosso posicionamento. Somos um país e duas mentalidades: nas finanças, há, parece, uma escola Sinel de Cordes, no pensamento há uma postura próxima do que sucedeu ao famigerado Ministro das Finanças do século XX. Finalmente, alguém já se esqueceu que só nos preocupamos com o défice por que estamos integrados na UE, por que temos e estamos na zona Euro? Caso contrário, se continuássemos com o escudo no bolso, o défice até seria maior e nem era debate constante. Teríamos, talvez, um défice com dois dígitos! As coisas que a União Europeia nos provoca. Até temos de ter contas públicas sãs. CMC
4:26:00 da tarde
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 [0.748/2005] Última cartada
Com um discurso articulado e claro, como o momento requer; com uma ponta patente de nacionalismo nas entrelinhas; com a desmistificação da questão turca, assegurando uma consulta popular no previsível momento de adesão da Turquia à UE, fazendo ruir, desde modo, muito do discurso xenófobo em torno do Tratado Constitucional e que não está minimamente em causa no referendo de domingo. A intervenção pode, deve ter sido quase de certeza, a melhor de todas nos últimos tempos, sobretudo tendo em conta o diálogo que Monsieur Jacques teve no início da campanha com jovens, quando ficaram muitas dúvidas sobre o Tratado. Uma coisa é quase certa, independentemente do resultado de domingo, depreende-se da última intervenção do Presidente que o Primeiro-Ministro vai ser substituído. Provavelmente, este deverá ser o Monsieur que se segue em Matignon. Para já, o que nos importa, a todos os europeus, é o OUI francês de domingo. CMC
8:00:00 da manhã
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 [0.747/2005] Estaleiro no estaleiro
Demos por nós, e a páginas tantas, a passagem pelo Estaleiro era diária. Todavia, à medida que a regularidade dos escritos diminuíram, menos regulares eram as nossas passagens. Constatamos, com pena nossa, que o Estaleiro entrou, definitivamente, no estaleiro. Esperemos que as reparações não sejam profundas e que em breve possam regressar. Até porque, como o Humberto assegura, o bichinho bloguístico continua. Aos elementos do Estaleiro fica o nosso: até já, num blogue qualquer. Não nos esquecemos que foram os primeiros, em Portugal, a apresentar, num congresso partidário, uma moção sobre blogues. De Coimbra a Bratislava, continuamos a contar com a vossa Amizade. LNT & CMC
7:51:00 da manhã
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quinta-feira, maio 26, 2005

[0.746/2005] Já se disse
De Gaulle: "A política é uma coisa demasiado séria para ser deixada aos cuidados dos políticos." Churchill: "A guerra é uma coisa demasiado séria para ser deixada aos militares." Em Portugal é tempo de se dizer e praticar: A economia é uma coisa demasiado séria para ser deixada aos economistas. CMC
4:06:00 da tarde
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 [0.745/2005] Dois anos a jaquinzar
De verde e branco (na horizontal) a sofrer, é liberal a valer. Parabéns João! Pelo segundo aniversário do Jaquinzinhos. LNT & CMC
3:07:00 da tarde
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quarta-feira, maio 25, 2005
 [0.744/2005] Opção errada
O schordismo, como doutrina, nunca foi boa escola, como se comprova, hoje, infelizmente, na Alemanha. A crise: desemprego, estagnação da economia, falta de confiança e falta de projecção internacional da nação. CMC
11:14:00 da tarde
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  [0.743/2005] Personalidades pelo SIM ao Tratado
Não deixa de ser curioso. Várias das críticas formuladas ao Tratado Constitucional Europeu passam pelo hipotético neoliberalismo e/ou pela coacção das Liberdades e garantias dos Cidadãos do documento. Ora, dois adeptos convictos e determinados deste Tratado representam, precisamente, o oposto das críticas que são feitas. Será, porventura, Lionel Jospin um neoliberal inflexível? E Vaclav Havel? É um defensor sectário dos cortes de Liberdades dos Cidadãos europeus? A memória não deve ser curta. CMC
4:03:00 da manhã
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 [0.742/2005] O indispensável OUI francês
Faltam quatro dias para a Europa suspender a respiração. Todos os olhos e pensamentos estarão em França no domingo. Tanto os defensores como os opositores do Tratado Constitucional estão desejosos de saber qual o resultado do referendo francês. Que, de duas uma: ou permite dar um pontapé nesta agonia europeia, em caso de vitória do SIM, ou, pelo contrário, caso o não vença, o clima de mal-estar europeu agravar-se-á. Sendo quase certo que os neerlandeses chumbarão o Tratado, pelo facto de o país ter virado de uma postura liberal para uma posição conservadora em relação aos estrangeiros, nomeadamente os provenientes de Estados onde o Corão é professado, ainda está muito fresco o assassinato do cineasta Theo Van Gogh, em França, não é adquirido que haja um vencedor óbvio à partida. As sondagens dão o não à frente. Mas, a margem é tão escassa e os indecisos são muitos. Face a estes dados, penso que no domingo a França dirá SIM. Domingo à noite cá estaremos, espero, para receber esse sinal de desafogo e esperança. CMC
3:32:00 da manhã
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 [0.741/2005] Serve-lhe como uma luva
Se algum português estava talhado para o lugar de Alto Comissário para os Refugiados, esse, era António Guterres. A Missão serve-lhe como uma luva. Trata-se de um cargo de grande prestígio internacional que actua no âmbito das Nações Unidas como um dos pólos de maior importância na intervenção universal em defesa dos mais vulneráveis e desfavorecidos. A nomeação de António Guterres para dirigir ao mais alto nível mundial a área dos assuntos humanitários, depois de ter sido seleccionado entre oito candidatos, representa o reconhecimento internacional que só a mesquinhez de alguns nacionais se pode permitir desvalorizar. Alguns fazem-no por ignorância, como reconhece o Blasfemo LR, que teria obrigação, pelo tom opinativo com que regularmente escreve, de não a exibir e, muito menos depois de o ter admitido, ainda se permitir ao comentário que aqui se pode ler. Ou estudou rapidamente o que faz e para que serve a ACNUR/UNHCR, ou pura e simplesmente opina sem conhecer a realidade do Mundo e da importância que representa para a humanidade cada vida salva por aquela Organização Mundial. Mas voltando ao que interessa, pois certamente a opinião de LR nada interessa dada a sua ignorância sobre o assunto, para finalizar o Post expressando o orgulho que sinto por ver António Guterres assumir mais esta difícil missão. Basta lembrar o Ruanda, a Eritreia, a Etiópia e o Uganda, entre uma infinidade de países e regiões que precisam de apoio humanitário urgente a milhares de civis inocentes, refugiados sem qualquer outra esperança de sobrevivência. Em nome da humanidade, da fraternidade e da solidariedade mundial, sinceros votos de bom sucesso, António Guterres. LNT
1:05:00 da manhã
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terça-feira, maio 24, 2005
 [0.740/2005] Nomeação merecida
Uma boa notícia, a nomeação de António Guterres para o cargo de Alto Comissário dos Refugiados das Nações Unidas. Neste país, à beira mar plantado, e cada vez mais à deriva, as boas e raríssimas notícias são sempre um bálsamo para amaciar a agrura dos dias, que nos trazem sempre esta sensação, ultimamente tão inerente ao português, de custar ser Cidadão nacional. Um país sem rumo, sem trajecto certo, sem noção do que quer, apenas pode confrontar-se com os problemas da má gestão. António Guterres foi, sem dúvidas, nas últimas décadas, o único Primeiro-Ministro com um projecto para Portugal. Daí o país ter subido diversos patamares nas diferentes e fundamentais áreas que proporcionam o futuro ao país. De acordo, que os últimos tempos de governação foram erróneos. O desgaste de uma excelente presidência da União Europeia fez com que o chefe do Governo perde-se o pé a nível interno. Custou recuperar. Infelizmente, não conseguiu recuperar. Mas, num gesto nobre e digno, sem pretensiosismo, pouco comum entre os políticos da actualidade, sem qualquer obsessão pelo poder, deu uma grande lição, ao pedir eleições antecipadas para que as dúvidas, quanto ao rumo do país, fossem dissipadas, pelos portugueses, nas urnas. Ninguém é de ferro. Ninguém é perfeito. Muitos são hoje, ainda, os críticos de Guterres. Talvez lhes falte a hombridade de não reconhecer os seus próprios limites. Mas, é sempre mais fácil estar na bancada a debitar, do que lidar com os destinos de uma nação. A lição foi aprendida pelo próprio e fica como exemplo. Só aprende quem quer, não quem pensa que dá, quando na realidade nem leccionar sabe. Portugal sai, uma vez mais, mesmo em tempos difíceis, dignificado. Esta escolha enobrece o país. E vem demonstrar que há valores humanos em Portugal com grande capacidade para desempenhar altos cargos internacionais. António Guterres tem todas as qualidades para desempenhar, com excelência, o cargo na ONU. O que dignificará o nome de Portugal e dos portugueses. CMC
9:28:00 da tarde
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[0.739/2005] Talvez SIM
Diz Américo que: (...) Seria por isso desejável que se fosse um pouco mais além da criação de um blogue do Sim e de outro blogue do Não - em que cada um defende a sua própria ideia sobre a Constituição Europeia - e surgisse um único blogue mais abrangente, que poderia chamar-se, por exemplo, o Sítio do Sim ou Não, onde fosse acolhidos testemunhos e participações de ambos os lados. Tudo em nome de um confronto dialéctico mais esclarecedor e informativo, mas, sobretudo, de decisões criticamente avaliadas. Como seguramente desejam os distintos criadores dos dois sítios. (Continue a ler em Retórica e Persuasão) Mas caro Américo, não é bem como diz. O Tugir em português promoveu a criação de um Portal onde podem ser alojados até 100 Blogs que pretendam a defesa do SIM. Um portal é muito mais do que um Blog onde se fazem referências. Será, se quiserem que seja, uma comunidade de Blogs, cada um com o seu titular, onde 100 diversas pessoas dirão da sua justiça. Para além destes, existe já em construção um onde se transcreve, por artigo, o texto do Tratado. Haverá discussão (se o entenderem), haverá remissões para o articulado, haverá outras ferramentas que venham a ser julgadas importantes pelos componentes dessa comunidade. É verdade, essa foi também a nossa primeira ideia, que talvez fosse mais útil a criação do Portal onde todos pudessem abrir os seus espaços de comentário, independentemente do SIM ou do NÂO. No entanto, como se percebe pelo que se vai vendo Blogos fora, muitos são os que já estão em defesa de uma e outra posição e havendo um movimento do NÃO liderado por figura mediática optámos pelo criação do Portal SIM, evitando que a tomada dos 100 Blogs fosse efectuada pelos partidários do Não. Assim garantimos o tal direito ao contraditório de que tanto se tem falado nos últimos tempos. Quem quiser fazer parte da Comunidade do SIM argumentará como bem entenda. Em Blog próprio e com total liberdade.
O Rui Perdigão informa sobre o modo como os diversos Países da União optaram por se pronunciar acerca do Tratado que estabelece uma Constituição para a EU: Por aprovação Parlamentar Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Estónia, Finlândia, Grécia, Hungria, Itália, Letónia, Lituânia, Malta, Eslovénia, Eslováquia, Suécia Por aprovação Parlamentar mais Referendo Consultivo Espanha (referendo realizado em 20 de Fevereiro, com uma taxa de participação de 42,3%. O Sim obteve 76,7%); Irlanda (a data do referendo só será anunciada depois de uma campanha informativa); Luxemburgo (Referendo agendado para 10 de Julho); Holanda (Referendo agendado para 1 de Junho); Reino Unido. Por Referendo Dinamarca (27/09); França (29/05); Polónia (provavelmente 9/10, ao mesmo que as eleições presidenciais); Portugal (2 ou 9/10, ao mesmo tempo que as eleições autárquicas) Sem decisão final sobre a consulta República Checa (Continue a ler em Two Be) Caro Rui Não se pode discutir o que se não conhece, no és vero? Afinal o documento não custa tanto a ler como parece e todos ficaremos mais esclarecidos sobre o que está em discussão. É certo que poderia ter sido feito de forma mais participada do que aquela como foi construído, que poderia ser melhor, que a sua não aprovação não trará um mal pior ao Mundo. Mas, é um documento essencial para melhoria e reforço da União Europeia. Dota-a de instrumentos que lhe são absolutamente necessários para marcar a sua posição no contexto mundial. Para todos os efeitos, não é um documento inalterável. Prefiro considerá-lo e aceitá-lo como uma boa base de trabalho, a rejeitá-lo à partida mantendo a EU na situação de fraqueza em que se encontra. LNT PS. Texto igualmente publicado no Blog Voto Sim
1:54:00 da tarde
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[0.738/2005] Cala, cega e ensurdece
Estou mesmo a vê-los: Todos bem sentados à volta da mesa, ar circunspecto, o relatório policopiado ao lado direito, canetas marcadoras amarelas em stand by, o tecnológico de portátil XP (não venha aí o Bill, outra vez), os três I9 per/capita em modo de reunião. Eles de gravata de uma só cor, casaquinhos no espaldar das cadeiras. Elas de sedas vaporosas, que a paridade manda que se mantenham frescas. No vídeo wall afixado sem margem decimal de folga, a percentagem 6,83%. Em cima das folhas de papel branco, não reciclado, a Uni-Boll azul de escrita fina, instrumento essencial para traçar os riscos com que aos poucos vão enchendo as folhas de bonecada, entre dois apontamentos com vocábulos inovadores, ou uma tirada de último momento pensada no duche matinal. Estou mesmo a ouvi-los: Lá está aquele gajo a ir na conversa do outro, aquele outro a pensar que é o dono da verdade, só faltava aquela a dizer que temos de cortar porque ela tem de implementar a active directory recovery planning, ainda por cima em open source, esta miúda dos cafés está mesmo a pedi-las, o gajo que se pirou é que a sabia toda - Qualquer dia abre aí uma vaga internacional, o caramelo da cabeceira dá de frosques e a malta é que se lixa. Estou mesmo a senti-los: Já tenho as férias tramadas, ainda não é este ano que faço o up-grade do BMW (linguagem de choque), olha prá aquele a ver o mail num Nokia melhor que o meu, será que a Manuela marcou as ostras no Gamberinus? Estou mesmo a imaginá-los: O gajo não se cala, está com a corda toda, mata, esfola, congela, bloqueia, reduz, aumenta a carga, dá-lhes agora, que é véspera de feriado, quais Scuts, qual carago! (O do canto abana a cabeça, entre dois techical tracks, como quem diz: - Usem a Via Verde paga pelo escritório, seus nabos! O do meio, o único que usa Mont Blanc (e não é Secretário de Estado), a limpar as lunetas sem aros e sem reflexo e a dizer baixinho para o do lado: - O tipo não se enxerga, é que não se enxerga!) Estou mesmo a vê-los, a senti-los no ar circunspecto, a ouvi-los na gravidade da coisa, a imaginá-los preocupados e inocentes...(afinal foram enganados, coitados, só eles não sabiam de nada) LNT PS: Ainda está lá o outro que, ansioso, pede ao high-tech: - Empresta aí o portátil wireless para ver no attendee Web site o que aquele sacana blogou hoje!
12:40:00 da tarde
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[0.737/2005] A força do balneário
Se há coisa que deixa qualquer mortal não futeboleiro em transe, é a linguagem futebolista. A força do balneário é um linguajar que se adivinha em cueca, entre dois duches, uma sauna e uma massagem. Transpondo para linguagem política, teríamos que: força do balneário = relatório constâncio; cueca = tanga; dois duches = dois anos de banho; sauna = maioria absoluta; massagem = ouvir as forças políticas e sociais. Em conclusão: penalty = árbitro; dívidas dos clubes = déficit; apito dourado = sobreiro. Não se "espera para ver" porque já se viu tudo o que nos espera. De choque em choque, até à electrocussão final. LNT
1:32:00 da manhã
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segunda-feira, maio 23, 2005
 [0.736/2005] E agora Alemanha?
Há pouco mais de um ano escrevi que Herr Gerhard devia ter apresentado a sua demissão. Cada eleição, pós-congresso do SPD, significava uma derrota para o SPD. E, pior, o seu projecto para a Alemanha estava esgotado, como se tem comprovado, com a dificuldade de arrancar a Alemanha da estagnação e da elevada taxa de desemprego, que, não obstante ter diminuído nos últimos tempos, já chegou a ultrapassar os números da década de trinta do passado século XX, quando a Alemanha atingiu o pico mais alto do desemprego ao longo de todo o século. Pensei que a derrota, previsível, na Renânia do Norte-Vestefália de hoje, não levaria o Chanceler alemão a tomar a medida que assumiu, depois de ter acumulado tantos desaires eleitorais. Mas, de facto, a coligação SPD/Verdes está a chegar ao fim. As eleições legislativas antecipadas, a ocorrer em Outubro próximo, marcarão, provavelmente, o ponto final da liderança de Herr Gerhard e do seu "Neue Mitte" (Novo Centro). A factura da integração do leste continua a ser paga, e de que maneira, 15 anos depois. E, deve ter-se, a este propósito, o cuidado de verificar os resultados que a extrema-direita obterá na parte ocidental e a extrema-esquerda na parte oriental. Entretanto, tudo indica, deduzo, que o bávaro Edmund será, outra vez, depois do desaire por escassos votos, em 2002, o candidato da CDU/CSU. Começa a ser preocupante, imaginar o bávaro Edmund, que sairá de Munique, comandar a partir de Berlim, isto é, da chancelaria federal. Continuará a Alemanha a fechar-se sob si própria, como tem feito desde 1998? O projecto europeu, pelo lado que diz respeito à Alemanha, continua frouxo. E, aprecie-se ou não, sem uma Alemanha forte a UE é um espaço débil e que afecta toda a União. As exportações portuguesas que o digam. Em caso de possível vitória da CDU/CSU, a política externo alemã recuperará a ligação atlântica, diminuindo, por seu turno, a relação com o vizinho gaulês. Por outro, a dimensão estritamente interna sobrepor-se-á a todas as outras prioridades. A seguir com muito interesse o que se passará até ao Outono nesse grande Estado europeu. CMC
12:13:00 da manhã
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domingo, maio 22, 2005
 [0.735/2005] Contra ventos e marés
9:02:00 da tarde
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 [0.734/2005] (Des)graça da tanga
Acabou o denominado estado de graça do Governo. Se alguma vez o teve. Porém, partindo do princípio que sim, o estado de graça termina nesta semana, por que o já eterno presente, e nada desejado défice, volta a estar na berlinda, da qual, na realidade, nunca saiu. Apenas ascendeu mais uns degraus nos últimos anos. Primeiro, se o executivo teve estado de graça, tal se deveu ao anterior Governo. Qualquer solução saída de 20 de Fevereiro seria sempre muito melhor do que a que estava. Por isso, a desgraça do anterior reflectiu-se, inversamente, nos primeiros tempos, na graça daquilo que até poderia nem tê-la. Os primeiros meses de governação pautaram-se mais pelo silêncio do que pela desbocagem anterior. Onde havia excesso de verborreia, passou a haver parcimónia verbal. Onde havia uma mão cheia de nada, passou a haver uma mão sem se saber ao certo o que continha. Saber-se-á, na semana que agora entra, o que tem a mão deste Governo. Qual será o novo (ainda é possível?) aperto do cinto. Conhecido o valor real do défice, logo as medidas para o combater, ou melhor, para o travar, primeiro, diminuir, depois (se possível), serão conhecidas. O executivo tem de mostrar agora por que mereceu a maioria dos votos dos portugueses. E, do passado recente fica uma lição. Quem se preocupa exclusivamente em andar a apontar culpas no cartório, não estará a prevenir a escalada do défice. Apenas contribui para a sua ascensão. As urnas, em 2005, tal como em 2002, fizeram a sua escolha e, concomitante, a sua penalização. Ficar agarrado ao passado, na procura de exibir as cabeças que desbarataram as contas, não contribui minimamente para a saída do fosso ao qual estamos remetidos e, pelos vistos, mais afundados. Obviamente que não devem ser esquecidas as faces do desbaratamento, sob pena de tudo ser permitido. Isto é, se já não é. Basta notar quem aparece publicamente a dizer o que deve ser feito e o que não deve ser feito para combater o défice. Precisamente quem governou quando o défice aumentou. Quantos ex-Ministros e ex-Secretários de Estado não aparecem, quase diariamente, a debitar medidas? Quando são os mesmos que, no período em que exerceram funções governativas, viam o défice aumentar. Por este andar, com a época balnear à porta, mais dia menos dia, até a tanga tem de ser vendida, para termos alguns tostões nos cofres nacionais. CMC
5:52:00 da manhã
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 [0.733/2005] Teste decisivo
Herr Gerhard tem hoje um dia decisivo, no seu já muito atribulado segundo mandato. Se o SPD ganhar num dos seus principais bastiões, as eleições legislativas do próximo ano podem não estar definitivamente perdidas. Mas, em caso de vitória da CDU, numa das mais emblemáticas regiões do SPD, Renânia do Norte-Vestefália, a qual já foi liderada por Herr Gerhard antes de ascender ao comando da chancelaria federal, este será, muito provavelmente, o indício da recta final da coligação nacional SPD/Verdes e o regresso da CDU/CSU ao poder em 2006. CMC
4:52:00 da manhã
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[0.732/2005] França
Já foi por aqui abordado mas ainda ninguém respondeu. Se a França votar Não ao Tratado, para que servirá o referendo português? Talvez só para dar mais algum protagonismo a uns tantos sem outras causas. É manifestamente pouco e desnecessário. LNT
2:22:00 da manhã
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[0.731/2005] Iberismos
A Dois passou hoje um óptimo documentário feito pela TVE sobre a evolução dos países ibéricos e das suas relações desde os tempos de Franco e Salazar. Embora numa abordagem obrigatoriamente superficial, dado o tempo abrangido, o documentário é uma peça importante para o conhecimento do relacionamento na Península. Seria útil passá-lo nas escolas para melhor compreensão do muito que dificultou as relações entre os vizinhos e igual compreensão para o que a adesão europeia fez pela sua aproximação. Malgrado a diferença de desenvolvimento, coisa de décadas muito anterior ás ditaduras nos dois países, é hoje certo que Portugal já deixou de temer a invasão territorial de Castela, primeiro por sentir a protecção comunitária e depois por saber que a Espanha há muito entendeu ser preferível ter aqui um mercado de escoamento de produtos, a ter de suportar o sustento lusitano. A falta de aposta que os portugueses fazem em Portugal, transporta as suas poucas riquezas para os cofres espanhóis. Os estudantes portugueses de medicina ajudam a suportar as faculdades espanholas, os licenciados portugueses em design e marketing emigram para Barcelona, enquanto que em Portugal importamos serviços espanhóis na área da consultoria, informática, medicina e enfermagem. As indústrias espanholas comercializam os seus produtos em solo português, se necessário, para venderem produtos portugueses com etiquetas espanholas. Voltando ao documentário. Mesmo durante as ditaduras Ibéricas, Portugal e Espanha sempre marcaram ritmos diferentes. Embora Franco fosse mais sanguinário que Salazar, proporcionou a Espanha um desenvolvimento que o provincianismo do homem de Santa Comba nunca conseguiu entender. Enquanto Franco apostou forte nos sectores industriais, Salazar apostou no dinheiro debaixo do colchão. Quando as ditaduras caíram, a lusófona pelas armas, a espânica por doença e pela elevação de Carrero Blanco, já Espanha era uma potência e Portugal uma impotência. Portugal sempre se portou com alguma alarvidade. Até no ataque que em toda a Europa se fez às embaixadas espanholas por ocasião dos últimos 5 condenados à morte no País vizinho, o de Lisboa materializou-se mais na pilhagem do que na contestação. Muitas das pratas desse espólio ainda devem estar na posse dos revolucionários de então. O documentário da TVE passado na Dois é um bom exercício de memória para quem viveu alguns dos acontecimentos e de história para quem ainda não tinha nascido. É pena que a RTP1 não o passe em horário de maior divulgação. LNT
2:00:00 da manhã
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[0.730/2005] E na dúvida vote Não
Mais vale. É mais seguro. Sempre poderemos vir a ter vontade de não progredir e assim os europeus não chateiam (até porque a torneira dos cacaus está a fechar). O portugalinho nunca fica surpreendido com os Nãos, porque o Portugalinho sempre foi a terra dos nãos. Na dúvida, é mais fácil. Fica-lhes tão bem. LNT
1:54:00 da manhã
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sábado, maio 21, 2005

[0.729/2005] Köln Concert
Diz-se de Keith Jarrett que as teclas do piano se deixam tocar quando se senta a pensar em Jazz. Em audição The Köln Concert (aqui em versão .mid) onde duvido do Jazz que se deixa tocar, acreditando antes que a emissão destes sons parte do saber da alma. O CD da ECM (1975 - não sei se à venda em Portugal) é essencial em noites de grande raiva, luzes no mínimo, sala blindada à prova de som, decibéis up. Assistir a um concerto de Keith Jarrett é passar para o lado de lá. É entrelaçar-se nas cordas do piano permitindo ao seu vibrar, moer-nos por dentro. Em .mid, porque os direitos de autor não deixam de outra forma, o Tugir a dar música. Tenham um bom fim de semana e não se esqueçam de torcer pelo Benfica. LNT
2:30:00 da tarde
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 [0.728/2005] Esta maldita sinusite que não me larga
O sempre atento Leonel Vicente já deu pelos movimentos Bloguiticos que se começam a desenhar para debate e esclarecimento(?) sobre o Tratado Constitucional Europeu. Por tudo o que se vai lendo por aí, são mais os chavões do que as argumentações. Até existe quem, defendendo a mesma cruz no voto, exclua das suas lutas parte dos partidários evocando, sabe-se lá porquê, que o seu voto lava mais branco que o vermelho do outro. É tão engraçado este Portugal com os seus folclores cuquitantes dos suspeitos do costume, normalmente aqueles que nunca conseguem nas urnas o que pretendem nas televisões. Pelo sim, pelo não, aconselha-se a que, pelo menos, se leia a cartilha. Talvez seja o primeiro passo para perceber o que está em causa. Pode-se fazer de uma vez, à Marcelo, ou por artigos, para perceber melhor. Enquanto nos preocupamos com isso deitemos para trás das costas os outros problemazitos. Nada de ligar ao relatóriozeco do BP, ou a uma possível comunicação ao País que se adivinha para a semana. Isso serão lavagens ao cérebro e sondagens da opinião pública para que o malvado Zé Socras & Compª se vingue dos portugueses que lhe deram a maioria absoluta. Ainda assim, se por acaso ouvirem falar dessas coisas, já sabem que a culpa foi do rapaz da Figueira que é um despesista nato. Tivesse lá ficado Dona Manuela e mais o Cherne e estávamos todos muito bem, obrigado. É mesmo engraçado este Portugal. Valha-nos a Bola e a Senhora de Fátima. Afinal ainda estamos no Mês de Maio e falta saber quem será o campeão do Nacional e o da Taça. LNT
2:41:00 da manhã
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sexta-feira, maio 20, 2005
 [0.727/2005] Visões europeias
Caro Pedro Silva, Se tem dificuldades em compreender o projecto europeu, se me permite o conselho, não se deixe enjaular em dogmatismos, por que na realidade, o projecto europeu, desde Jean Monnet/Robert Schuman até ao presente é um projecto em transformação. A realidade de hoje não é igual à de dez décadas atrás, nem será, certamente, igual daqui por dez anos. Recorde-se da sábia e exímia poesia do nosso Poeta. Outra das questões interessantes, e que levanta, é o propalado neoliberalismo do Tratado Constitucional. Pedi-lhe que me desse um exemplo, não me respondeu. Acabou, depois, por dizer que há muito liberalismo na parte no que diz respeito à livre circulação de pessoas e serviços. Então o que desejava, quando as fronteiras internas tem sido abolidas e quando temos um mercado comum. Que andássemos todos, pessoas, bens e serviços com passaportes? O tempo de Vestefália já lá vai. Teve a sua validade no seu tempo, mas o mundo e, sobretudo, a Europa mudou, e muito, desde o século XVII. Porém, a questão essencial, e aqui cai o mito do neoliberalismo do Tratado, é que a União não se resume só a uma dimensão exclusivamente económica: o mercado que funcione por si e o Estado que se demita, praticamente. A importante e fundamental dimensão social também está presente no Tratado. O respeito pelos direitos e deveres dos Cidadãos europeus são devidamente salvaguardados. Se tiver dúvidas, leia a segunda parte, a Carta dos Direitos Fundamentais da União. Os ditos defensores do neoliberalismo apenas centram a sua doutrina na economia e esquecem-se da dimensão social. Por isso a grande divergência existente com quem não se identifica com a doutrina neoliberal. Quanto ao liberalismo, obviamente que a União Europeia tem uma dimensão liberal. No que de mais genuíno existe no liberalismo, o valor da Liberdade. Ou será que este valor não deve ser consagrado no Tratado? O valor Liberdade Humana é uma das marcas da Europa. É um património e valor europeu que não é minimamente desprezado. Refere-se ainda ao trabalho e de estar consagrado ?ter direito a trabalhar não é o mesmo que ter direito ao trabalho?. Obviamente. Mas nós estamos numa sociedade democrática, não num regime comunista. A semântica não é mera ilusão de palavras. E a diferença é abissal. A páginas tantas acusa o facto de existir um certo "toque de fundamentalismo taliban/muçulmano", por cada país seguir as suas tradições. Se me permite, não se iluda num espelho. Em primeiro lugar, muçulmano não é sinónimo de taliban. Em segundo, não se respeitam as tradições de cada Estado? Então, por um lado refere que há centralismo bruxelense, e, por outro, menciona que não se deve respeitar as tradições de cada país. A identidade nacional de cada um é preservada. Por que nós, portugueses, somos europeus por que somos portugueses. É La Palisse! E somos europeus com os nossos costumes, tradições, e, sobretudo, com a nossa História. Assim como é europeia a História magiar, letã, luxemburguesa, cipriota ou a finlandesa. Mesmo que o relacionamento entre estes povos, no passado, não tenha sido o mais próximo. Por exemplo, os franceses têm a sua tradição vincadamente laica. Tiveram uma Revolução em 1789 que imprimiu esse valor. No caso grego, o Presidente quando toma posse, perante o parlamento helénico, jura perante uma bíblia. Estes valores nacionais não se devem preservar no seu entender? Os valores e tradições nacionais e regionais são preservados e são respeitados. Caro Pedro, está no seu pleno direito de ser contra o Tratado. Que considera genérico. A lei não é feita para um cidadão em concreto. Todavia, quando vê azul, mesmo que não goste ou se identifique, não diga que é roxo, quando o que realmente vê é a cor azul. CMC
5:33:00 da tarde
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 [0.726/2005] Comunidade de Blogs pelo SIM [ II ]
Esclarecimentos Em resposta a diversas questões que foram colocadas esclarece-se que:
1. A Comunidade de Blogs Sim ao Tratado da Constituição Europeia é uma iniciativa do Blog Tugir em português. 2. É uma iniciativa de cidadania e não está vinculada a qualquer Partido. Todos os que quiserem abrir os seus Blogs nessa comunidade terão unicamente de ser adeptos do SIM, seja qual for a sua sensibilidade política. 3. A Comunidade de Blogs Sim ao Tratado da Constituição Europeia funciona também como um piloto que, embora limitado (máximo 100 Blogs com um limite de 2 MB cada - por isso também restrito na utilização de imagens e multimédia), poderá ser um contributo para a melhoria da qualidade da cidadania, utilizando novas formas de promoção do debate e a troca de ideias e informações. 4. Cada um dos membros da Comunidade gerirá o seu Blog de forma independente, não estando sujeito a ninguém para publicar os respectivos textos. 5. Os autores do Tugir em português limitaram-se a propor esta experiência inédita em Portugal e a criar o espaço de Administração agregador. Não pretendem dirigir qualquer movimento, mas somente proporcionar nova plataforma tecnológica para apresentação de argumentos em defesa do Sim.
Confessamos que nos teria sido mais agradável criar um espaço de discussão para o Referendo, independente do Sim ou do Não. Uma comunidade de discussão aberta para debate do que está em causa. A opção pelo espaço Sim acabou por ser tomada em resposta ao desafio do Sítio do Não que tanta publicidade tem merecido, mesmo a nível da Comunicação Social. Sabemos ser mais apetecível aos "média" publicitar o Não. Sabemos que nestas coisas de cidadania uns são mais cidadãos que outros e que o impacto de uma figura pública ao liderar um movimento é diferente do de simples cidadãos que, não pretendendo liderar coisa alguma, se limitam a apresentar uma plataforma para suporte de uma comunidade de opinião. Ainda assim aqui está a proposta. Veremos no que dá. Aguardamos adesão e boa argumentação. LNT
11:37:00 da manhã
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 [0.725/2005] Espaço europeu de valores e princípios comuns
De vez em quando lá surge um diálogo interessante com o amável e prezado autor do Último Reduto. Acompanho com regularidade o blogue do Pedro há muito tempo. Praticamente desde que ele abriu. E, quase sempre, com leituras diametralmente opostas, não deixamos de estabelecer um diálogo cortês. Ao ler este texto do Pedro, merecem os respectivos dez pontos enunciados, outras tantas abordagens: 1 - A Europa, de facto, não é um país. É um continente. E é bom que se tenha em consideração que Europa não se traduz em União Europeia. Os balcânicos Estados da Albânia e da Macedónia ou os Estados eslavos da Bielorússia e Moldávia não fazem parte da UE. E, acrescente-se, pela primeira vez, consta, que qualquer Estado pode sair voluntariamente da UE (artigo I - 60.º). 2 - A UE não é um super-Estado. Nunca o foi. Mas também não é uma organização internacional. Daí escapar à abordagem de qualquer organização internacional. No que se refere ao direito à vida, nada melhor que ler o artigo II - 62.º: Direito à vida 1. Todas as pessoas têm direito à vida. 2. Ninguém pode ser condenado à pena de morte, nem executado. No que se refere aos direitos da Família, é melhor condenar, nesse caso todas as Constituições nacionais, na medida em que, de acordo com o artigo II-69.º: Direito de contrair casamento e de constituir família O direito de contrair casamento e o direito de constituir família são garantidos pelas legislações nacionais que regem o respectivo exercício. Não há quaisquer ambiguidades. 3 - Os interesses dos Estados são preservados. Afinal, quem compõe o Conselho Europeu? Não são os Chefes de Estado e de Governo? Conselho este que "dá à União os impulsos necessários ao seu desenvolvimento e define as orientações e prioridades políticas gerais da União"(artigo I- 21.º). Quanto à questão demográfica, devemos ter ponto assente, que, naturalmente, por exemplo, a Polónia tenha mais votos do que o respeitoso Estado de Malta. Todavia, a análise a partir deste ponto começa a enviesar, porque o que está em causa é o referendo do Tratado Constitucional e não a adesão à Turquia. Se a Turquia aderir à UE, como espero, obviamente terá o seu peso proporcional. Ou será que todos são iguais mas uns são peculiares? "A União respeita a igualdade dos Estados-membros"(artigo I- 5.º). 4 - Relativamente à soberania, só a perde quem não está seguro da sua própria identidade nacional. Os euros já circulam nos nossos bolsos e por isso deixámos de ser mais ou menos portugueses do que éramos quando usávamos o escudo? Por outro lado, importa não esquecer que as nossas fronteiras terrestres já não têm Guarda Fiscal há bastante tempo, de qualquer forma, sabe-se, no caso ibérico, de que lado da raia se está, ao longo da linha que vai de Caminha a Vila Real de Santo António. 5 - O Tratado Constitucional terá o primado "sobre o direito dos Estados-membros" (artigo I - 6.º). Não é só sobre a Constituição da República Portuguesa, letã, irlandesa ou austríaca. É sobre todas. Da leitura de os Governos nacionais serem governos civis, só por sarcasmo se considera um sufrágio legislativo mero cumprimento de calendário eleitoral. Até porque, repiso no que acima abordei, quem tem acento no Conselho Europeu, são os Chefes de Estado e de Governo, e no Conselho de Ministros, os titulares das respectivas áreas. Ou seja, estes representantes nacionais, leia-se governantes, emanam de um processo de escolha democrática. Por conseguinte, se o Conselho Europeu dá o "impulso" e "define orientações e prioridades", como é que se sanciona? Só com um auto-sansionamento. O que também é possível. 6 - A questão turca torna a enviesar a leitura do que está em causa: o referendo do Tratado Constitucional. Todavia, pela leitura feita, certamente que franceses, alemães, britânicos, neerlandeses e espanhóis que acolhem nos seus países, nuns casos milhões, noutros milhares, de imigrantes crentes do islamismo, deveriam expulsar estes cidadãos só pela sua fé. Felizmente, o Tratado expressa que "todas as pessoas têm direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião" (artigo II - 70.º). 7 - Se "os trabalhadores têm o direito de circular livremente da União" (artigo III - 133.º) por que não pode, então, haver liberalização de serviços? Como é que podem os trabalhadores circularem se não é permitido o emprego? Impossível. O mercado é comum. 8 - Outro erro, que se tende a edificar em torno dos adeptos do Tratado, ainda que alguns façam deste ponto um cavalo de batalha. A UE não tem a sua razão de existir para ser um bloco oposto dos Estados Unidos da América. Há muitos mais pontos que nos unem do que nos separam. E ambos os lados do Atlântico norte estão hoje a braços com um problema comum aos dois e só os dois, em conjunto com outros Estados, obviamente, nomeadamente com os árabes, mas não só, podem combater o novo flagelo do século XXI. 9 - Repete-se a leitura enviesado, com a previsão de fundos direccionados à Turquia. Se, e quando a Turquia entrar, deverá, muito provavelmente, receber fundos. Como muitos Estados de leste vão beneficiar no próximo Quadro Comunitário de Apoio, como nós, portugueses, já recebemos e vamos continuar a receber. 10 - Quanto a este ponto estamos de acordo. Sou adepto de uma consulta num dia e num período em que não haja outra eleição, no caso previsível, as autárquicas, a decorrer. E, tal como o Pedro, subscrevo a sua frase: "não gosto de ser comido como parvo". CMC
7:04:00 da manhã
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