segunda-feira, julho 31, 2006 [0.898/2006] RealpolitikII
O óbvio confirma-se. O pior cenário internacional seria um cessa-fogo neste momento. Como os fundamentalistas agradeceriam tal favor. Está em causa muito mais do que o conflito armado entre Israel e o Hezbollah. É preciso entender isto, sobretudo na sociedade ocidental e não só. As chancelarias do Cairo, Amã e Riad sabem muito bem, talvez melhor do que ninguém, o que está em causa, se bem que não o possam evidenciar nos seus países. CMC6:03:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.897/2006] Comentários do mundo
No seguimento dos comentários feitos nos últimos dois textos, todos merecem uma resposta, pela pertinência dos escritos. A Maloud disse que esperava algumas palavras minhas em relação à intervenção militar de Israel em Caná. Os inocentes: libaneses, palestinianos e israelitas, continuam a pagar um preço que não merecem. Não entro na demagogia de algumas pessoas, contando as pessoas que perecem de um lado e do outro, como se uma vida não tivesse tanto valor em Israel como no Líbano ou na Palestina. Já o José Manuel questiona-me quanto aos líderes pacíficos do mundo. Sei quem valoriza o respeito e procura atenuar as desigualdades e quem promove, mesmo sem o dizer, a miséria e se sustenta com populismo. O José Flávio não nota, segundo depreendo do seu comentário, problema na eleição do Congo. A questão não reside no acto eleitoral em si, mas em tudo o que a eleição, realizada neste momento, não compreende: estabilidade, paz, e que precisava de ter. Basta notar nos percursos dos principais candidatos à presidência. E, naturalmente, o Congo deve reunir mais condições para fazer desenvolver a democracia. As pessoas não merecem, dentro de alguns meses ou alguns anos, conceber o sistema democrático como um engodo. Pois a promessa de hoje, com um boletim de voto, pode ser o pesadelo da miséria de amanhã. Penso, caro José Flávio, não estar muito pessimista, mas sim realista. Oxalá me engane totalmente. CMC5:43:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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domingo, julho 30, 2006 [0.896/2006] Mais do mesmo sem melhorar
Vejo na televisão uma notícia sobre o dia eleitoral na República Democrática do Congo (ex-Zaire). Mais do que as palavras do jornalista, as imagens diziam muito. As eleições promovidas pela Comunidade Internacional continuam a enfermar do mesmo erro. Os milhões de congoleses trocariam certamente, num abrir e fechar de olhos, o direito de votar por estabilidade, paz e alimentação. O Ocidente, muito em particular, continua crer na construção de um país começando pelo telhado do edifício, antes de se preocupar com as fundações sólidas e estáveis do edifício do Estado. Depois há, ou melhor, antes e principalmente, o crónico problema africano: a corrupção. Não vale a pena maquilhar a situação. A democracia não se implementa nem se desenvolve com uma eleição. A Democracia é muito mais do que a chamada da população às urnas. Este é apenas um, e importante, momento, da vida democrática. Não é o único. CMC10:57:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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Povos pacíficos do mundo? O iraniano como o venezuelano? Sim. Os seus líderes? Duvido. Como se justificam os gastos em material militar? Há dias, na Rússia, a Venezuela gastou mil milhões de dólares na aquisição de equipamentos militares e o Irão desenvolve um programa nuclear. Isto é pacifismo? CMC10:20:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.894/2006] Credibilidade
O Secretário-Geral da ONU disse hoje, na reunião do Conselho de Segurança (CS), que este órgão estava em causa, pela pouca credibilidade que transmite, desde logo por não conseguir impor um cessar-fogo no Médio Oriente. De facto, o CS transmite pouca credibilidade. Por exemplo, o processo nuclear iraniano tem sido recorrentemente tratado no CS e até agora, os avisos de nada serviram. Na semana que passou, o CS deu, novamente, mais algum tempo para o Irão abandonar o seu projecto nuclear. Teerão tem de abdicar do enriquecimento de urânio até ao final de Agosto, caso contrário está sujeito a sanções diplomáticas e económicas. Ora já se sabe, e os iranianos fizeram questão de informar, o regime de Teerão não abdica do projecto nuclear no próximo dia 31 de Agosto. A credibilidade da ONU há muito, infelizmente, que está em causa. CMC9:09:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.893/2006] RealpolitikI
Neste momento um cessar-fogo não interessa a Israel, seria a confirmação, inequívoca, da vitória do Hezbollah. A intervenção israelita ainda não conseguiu enfraquecer militarmente o grupo patrocinado por Teerão que se serve de libaneses civis como escudo de defesa. CMC8:50:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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sábado, julho 29, 2006 [0.892/2006] Novo falhanço dos serviços secretos
Dizia-me, há poucos dias, o meu amigo Luís Cepeda, a propósito do conflito no Médio Oriente, que os serviços secretos estavam a falhar. As últimas horas comprovam esta tese. Já se esperava uma forte resistência do Hezbollah. Não se esperava, todavia, o seu poderio de resposta. Como é que escapou, desde logo ao serviço de inteligência israelita, considerado como o melhor do mundo, bem como aos serviços norte-americano e britânico, o armamento do Hezbollah? CMC1:12:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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sexta-feira, julho 28, 2006 [0.890/2006] México na encruzilhada
O conflito no Médio Oriente centra as atenções naquela zona do globo e o que se passa no resto do globo tem passado para terceiro ou quarto plano. No México, no grande e importante país da América Central, e com um papel-chave em todas as Américas, um mês depois das eleições, sensivelmente, ainda não foi declarado o vencedor da eleição presidencial, que, apesar da escassa vantagem, deixa poucas dúvidas quem é o novo Presidente do México. Uma sondagem realizada corrobora o que já muitos deram por adquirido no México e no estrangeiro, excepto o candidato derrotado e os seus apoiantes, que procuram, até aos limites do possível, inverter o resultado do escrutínio. E nada como, num país de milhões, mobilizar alguns milhares para a rua, procurando, deste modo, transmitir a força de um projecto vitorioso. Porém, em democracia, as vitórias e derrotas não se contam no número de manifestações e manifestantes. Continuo, no entanto, a pensar, para não subsistirem dúvidas, que devia ter ocorrido uma recontagem dos votos, logo a seguir ao dia 2 de Julho. Contudo, este caso arrasta-se, e por mais que seja esta a vontade dos mexicanos, de nova contagem, apesar de os mexicanos reconhecerem na sua maioria a vitória do candidato do PAN, segundo um estudo efectuado, o país entra numa fase política, social e economicamente delicada. O impasse não pode continuar por muito mais tempo, pois quem paga esta factura, bastante pesada, de estagnação, são os mexicanos, já de si a braços com dificuldades. CMC5:31:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.889/2006] Para onde caminha Lisboa?
A autarquia alfacinha gastou um milhão de euros com um reputado arquitecto para projectar um novo Parque Mayer. Deste dinheiro, a cidade não teve qualquer retorno da verba. Agora o município gasta mais 20 mil euros com novo estudo para o Parque Mayer. Mais um, a juntar a vários! Está, neste momento, por apurar o caso do empreendimento não taxado da Infante Santo. As trapalhadas continuam com este Executivo municipal. Não há qualquer projecto integrado para a cidade. Excepto, provavelmente, para a centena e tal de assessores, que enchem os gabinetes municipais. O espaço do Parque Mayer está por recuperar. A Higiene e Limpeza dos espaços Públicos por melhorar. A Feira Popular por encontrar. Monsanto, que tanto se falava na dinamização no anterior mandato, por abrir à cidade. O Ambiente por dignificar. A Segurança por alcançar. O Desporto por impulsionar. A Acção Social e Educação por descobrir. A política de Juventude por implementar. O buraco orçamental criado por diminuir. Em suma, um ano depois da eleição, Lisboa continua a recuar. CMC1:55:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.888/2006] Governos e oposições penínsulares
Em Portugal, como em Espanha, os Governos vão de vento em popa, de acordo com as sondagens. Causa? Boa governação e fraca oposição? A primeira premissa pode (e deve) ser colocada em causa nalgumas áreas da governação. A segunda não. Tanto cá, como lá, o estado da oposição é deplorável. CMC11:52:00 da manhã. - . Página inicial . - .
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[0.887/2006] Que dois!
No seguimento do assunto dos textos anteriores, não poderia deixar de se referir a visita do pseudo-biblista-bolivarista ao Irão, que será, com certeza, um momento de particular interesse. A riqueza da argumentação dos dois Chefes de Estado é do melhor que se pode encontrar actualmente na verborreia política internacional. Antes de chegar a Teerão, onde de certeza defenderá o mais-do-que-pacífico projecto nuclear iraniano, o político venezuelano já deixou, no Qatar, umas pérolas políticas. A intervenção de Israel no Líbano foi planificada pelo Pentágono, considera. Resta saber quem teria organizado o plano de rapto de militares israelitas? E, como um dislate nunca vem só, o senhor caracteriza de Israel como fascista. Se para Teerão o Estado israelita age como o III Reich e agora para Caracas Israel segue a doutrina de Il Duce, serão, porventura, os actuais regimes de Caracas e Teerão os libertadores do mundo? Há muita gente que, de duas uma, ou deturpa a realidade ou a História que aprendeu na escola não foi a correcta. Dá-se ainda a hipótese dos dois casos. Não seria de admirar! CMC11:31:00 da manhã. - . Página inicial . - .
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[0.886/2006] Uma no cravo...
A sapiência do Czar Vladimir é assinalável. Depois de alguns dias em que um dos motivos de maior referência na visita oficial do Chefe de Estado venezuelano à Rússia foi os Estados Unidos, pelo nocivo papel que a terra do Tio Sam desempenha no mundo, segundo o pseudo-biblista-bolivarista, eis que, no encerramento da visita oficial, o Presidente russo remata a Cimeira com uma posição magistral: a relação entre o país que preside e o maior produtor de petróleo da América do Sul não vai contra ninguém. Por outras palavras, não é intenção russa estar contra os Estados Unidos. Sagaz, este Czar! CMC3:00:00 da manhã. - . Página inicial . - .
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Dada a conjuntura actual, penso que o senhor vai ganhar a reeleição. Porém, referir que dá uma goleada eleitoral, é um exagero. O escrete também chegou ao Mundial como favorito e arrumou as botas muito cedo, pelo menos para o previsto. Quanto à economia, seria sensato admitir o seguimento da política dos anteriores dois mandatos, esses sim, fundamentais para a actual estabilidade brasileira. Quanto aos foguetes, os avisos da Protecção Civil deviam ser lidos com mais atenção. Em período (eleitoral) quente, eles não devem ser arremessados. No caso político ocorre a possibilidade de quem os lança se poder queimar. CMC
quinta-feira, julho 27, 2006 [0.883/2006] Deputados da Nação
A crónica postura dos deputados insulares já não causa estranheza na política nacional. Sempre que o Governo da República tem uma proposta que não agrada aos responsáveis políticos das ilhas, as direcções regionais partidárias ameaçam com o voto contra dos deputados eleitos pelos círculos das ilhas. Leio no DN que parlamentares do PS ameaçam votar contra a nova Lei das Finanças das Regiões proposta pelo Governo(a ligação não apresenta o quadro das propostas polémicas: IVA e transferências). Ora, os deputados são da nação, ainda que haja, naturalmente, afinidades territoriais. Da mesma forma que, na altura do caso limiano, se referiu que o deputado era da nação e não do Alto Minho, os deputados eleitos nos Açores e Madeira também são deputados da nação, conforme expressa a Constituição, e não dos Açores ou Madeira. A geografia é um bom pretexto e motivo para defender mais benefícios para as ilhas, mas, por exemplo, quantos são os distritos do interior do país que não se encontram numa situação mais carenciada do que as regiões autónomas? Nunca vi nenhum deputado eleito pelo círculo de Beja, Portalegre, Guarda ou Bragança ameaçar publicamente votar contra. Convém não esquecer que Portugal não é só a faixa Braga-Setúbal mais os dois arquipélagos. Há um interior que continua a ter pouca atenção e investimento do poder central e merece tanta atenção quanto as ilhas ou os distritos do litoral. As ilhas, em relação ao interior, têm a vantagem de ter estruturas e eleitos próprias que lhes permite dar maior visibilidade aos seus casos. CMC6:05:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.882/2006] Apoio eleitoral
Curioso. Em pela visita de Estado do pseudo-biblista-bolivarista à Rússia, o Presidente russo manifestou, publicamente, ao seu homólogo venezuelano que este vai ganhar a eleição presidencial, a ocorrer no próximo mês de Dezembro, e desejou-lhe felicidades para a eleição. Entretanto, da viagem resulta um encaixe nos cofres russos de mil milhões de dólares, com a venda de equipamento militar à Venezuela. CMC5:45:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.881/2006] Crónicas deste país
Quinta-feira, dia de adquirir as revistas Visão e Sábado, e em ambas, hoje, encontro dois artigos merecedores de destaque. Um pela incongruência, outro pela irresponsabilidade. Quanto à incongruência, refere-se ao autor do blogue alvo de vil parasitagem. O senhor, que tantas vezes argumenta e procura assinalar a caducidade dos valores de direita e esquerda, socorre-se, no artigo hoje publicado na Sábado, do binómio para analisar a leitura política europeia do Estado de Israel. Curioso, esquerda e direita não devem ter validade no entender do referido articulista, mas continua a referir-se a eles. Quanto às palavras irresponsáveis, estas podem ser encontradas num artigo da Visão, assinado por um reputado académico de Coimbra e que vangloria-se muito com os encontros de Porto Alegre. Infelizmente, na carta que escreve a um amigo israelita, o autor assume tiques extremistas, quando defende o boicote a Israel. Por outro lado, esquece-se dos ataques realizados contra Israel, nem uma vez referidos. Será que o senhor, que alude aos colonatos, se esquece da postura do poder política de Israel há um ano, quando, unilateralmente, retirou os seus colonatos de Gaza? Enfim, assim vão as crónicas deste país. CMC4:42:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.880/2006] Lusofonia Galiza
A propósito do (não) papel do Brasil na CPLP e dos traumas históricos que afectam a relação luso-brasileira, o Sem Estrada apresenta um extracto de um reputado académico português sobre esta matéria, dando mais um contributo para o diálogo que tende a caminhar para a análise da História do Brasil (o José Flávio é bem capaz de provocar tal debate, tal não é a minha insistência com o Brasil, incontornável para fazer da CPLP uma organização com presença e capaz de marcar a agenda internacional). Como o tema é CPLP, o Propranolol assinalou, ontem, no Ultraperiférico, o Dia da Pátria Galega, região espanhola que tem muito em comum com Portugal e que já deu sinais de pretender aderir à CPLP. Salvo erro, na Cimeira anterior à de Bissau a Galiza esteve presente, na qualidade de observadora. A aderir poderia surgir um berbicacho diplomático um tanto ou quanto delicado. Como reagiria Madrid a esta pretensão galega? Nada escapa ao Poder Central, nem as inóspitas ilhotas de Perejil, muito menos a apetecida Gibraltar, quanto mais a Galiza. Já nós, portugueses, nem Olivença reclamamos. Com o actual Governo nacional, se for tida em consideração a política autonómica prosseguida neste mandato, a Galiza até era capaz de receber incentivo para aderir à CPLP. Contudo, resta conhecer a posição do novo poder regional, se está tão interessado no projecto lusófono como estava o anterior, liderado por um dos senadores espanhóis com grandes afinidades lusitanas. Mais afinidades, só mesmo o Rei. Provavelmente os galegos apreciariam a ligação à lusofonia, pois os castelhanos são traumas pesados, ainda hoje presentes na memória colectiva galega. Traumas estes tão bem (re)tratados nos poemas da grande poetisa galega, Rosalía de Castro, que o Propranolol, e bem, evocou no Dia da Pátria Galega. CMC11:09:00 da manhã. - . Página inicial . - .
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[0.879/2006] Factor Síria?
Depois de na segunda ter avisado os israelitas de que devem fazer as malas, ontem, quarta-feira, o flamejante de Teerão apela ao cessar-fogo (via Insurgente). O que está na base desta mudança de atitude? Talvez não seja de desprezar o factor Síria. No passado fim-de-semana ventilou-se, a partir de Damasco, a entrada em conflito bélico com Israel. Ora, aqui é que as coisas poderiam começar a correr mal para Teerão. Sabe-se que o regime sírio está sustentado por estacas e que estas, ao mínimo abanão, podem quebrar. A situação económica síria dos últimos anos não tem sido a melhor e há sectores da sociedade que pretendem uma mudança de dirigentes. Sentimento que não tem diminuído, pelo contrário. Neste momento Teerão não pode dar-se ao luxo de poder perder um aliado fundamental. Por mais ou menos tempo que Israel intervenha no Líbano, o Hezbollah não terá capacidade para resistir às investidas de Israel. Um confronto entre Israel e a Síria podia provocar, até internamente, a queda do regime de Damasco. Os planos de Teerão não podem dispensar um aliado política e estrategicamente importante para as suas ambições regionais. CMC1:19:00 da manhã. - . Página inicial . - .
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quarta-feira, julho 26, 2006 [0.878/2006] Exigência curta
O ditador iraquiano pede ao Juiz, em caso de pena fatal, um final como o do casal déspota da Roménia comunista. Oxalá haja bom-senso e o Tribunal se diferencie das práticas correntes no tempo da ditadura iraquiana. A setença de Bagdad (2006) não deve ser igual à de Estugarda (1945). CMC9:05:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.876/2006] A boa prestação do Ministro
Devo confessar que o novo Ministro dos Negócios Estrangeiros português está a surpreender pela positiva. Tem assumido uma postura dinâmica, pouco comum nos antecessores, procurando marcar uma posição lusa e, deste modo, europeia no actual conflito do Médio Oriente. E a proposta da presença de militares portugueses, num contingente da UE, da ONU ou da NATO, no Médio Oriente, só revela a responsabilidade internacional de Portugal. Há quem possa acusar o Ministro de ter um passo maior do que a perna, dada a dimensão e projecção internacional de Portugal. O Ministro, no meu entender, está a dar o passo proporcional à nossa medida. Afinal, Portugal tem uma relação com diferentes países de várias partes do globo como poucos Estados europeus da sua dimensão têm. O país, nas últimas décadas, é que tem estado aquém das suas potencialidades em política externa. CMC12:12:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.875/2006] Leituras
Do que vou lendo, deste conflito no Médio Oriente, vou ficando com a impressão que muitas pessoas se estão borrifando para os israelitas, palestinianos, libaneses, para a convivência pacífica de dois Estados na região. Tudo se resume a uma concepção de ser pró ou anti-americano. CMC10:42:00 da manhã. - . Página inicial . - .
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terça-feira, julho 25, 2006 [0.874/2006] Responsabilidade
O Governo tem actuado bem, nomeadamente com a nova Lei de Finanças Locais e Lei de Finanças Regionais. Trinta anos depois, é hora do poder regional e local começar a assumir responsabilidades nos gastos das verbas que são de todos nós. Como é óbvio, os mais acomodados à torneira do Terreiro do Paço têm vontade de correr as novas leis à pedrada, como diria o outro senhor das rotundas. O Poder Central transfere responsabilidades que há muito tempo deviam pertencer aos eleitos locais. Certamente, com a entrada em vigor das novas leis, os cidadãos estarão ainda mais interessados na vida do seu concelho, além das habituais preocupações com as condições da vida local. O Poder Local também sai beneficiado, pois está a ser dignificado. CMC7:34:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.873/2006] Onde pára a lusofonia?
Antes de referir, no meu entender, questões estruturais (deficitárias) da CPLP, no seguimento do texto relativo aos traumas, noto, da leitura que efectuei do livro de quase 700 páginas, do ex-Presidente brasileiro, nem uma única vez, no longo capítulo reservado às relações com o exterior, há referência à lusofonia, quanto mais à CPLP. Percebe-se o entusiasmo com que o antigo Chefe de Estado aborda a questão do Mercosul, afinal trata-se de umas das organizações mais importantes para o Brasil e no qual o país tem um papel fundamental. Quanto aos países lusófonos, fala-nos das relações do gigante sul-americano com Angola e Moçambique, que, pelas afinidades culturais e histórias, acabam por ter o mesmo espírito que as relações com outros Estados da América Latina. De Portugal, fala com afectividade, sobretudo do grande amigo Mário Soares. Nota-se, todavia, que não um grau de aprofundamento entre os dois países como por exemplo existe com Espanha e França. Pode depreender-se: culpa brasileira? Não creio. Falta de empenho e aposta de Portugal no Brasil? Muito provavelmente. Como não podia deixar de ser, foca as sempre badaladas Cimeiras Ibero-Americanas, famigeradas pela presença e prestação do ditador de Havana. Mas, como se referiu, da CPLP, que foi criada no período em que FHC presidiu o Brasil, por incrível que pareça, ou nem tanto, nem uma única referência. Como se tal organização não existisse. Talvez esta referência inexistente traduza a importância dada por Brasília à CPLP e por isso a organização lusófona está como está. CMC5:45:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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segunda-feira, julho 24, 2006 [0.872/2006] Avisos
Por todos os motivos, deve-se ouvir o que Teerão vai manifestando nestes dias:
Obrigado a todos os que entenderam deixar as suas mensagens de amizade nos textos 862 e 865. Lá para meados de Agosto voltaremos a ler-nos. Um abraço LNT PS. Adeus CMC. Fica bem.6:34:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.870/2006] Invasão dos EUA ou à espera de umas prendas?
O pseudo-biblista-bolivarista, que ontem por sinal esteve em Lisboa algumas horas, recebeu um apoio importante, de um grupo nada comprometido com os Direitos Humanos. Desconhecia que os Estados Unidos têm a intenção, actualmente, de invadir a Venezuela. Mas as cabecinhas bem pensantes das FARC pensam que sim, por isso prestam apoio ao populista de Caracas. Não é por nada, mas as FARC devem estar à espera de receber umas prendinhas em breve do pseudo-biblista-bolivarista, que nestes dias vai estar na Rússia para gastar uns valentes milhões na compra de material militar. Invadir a Venezuela? Quem dera à Casa Branca conseguir retirar as tropas que estão no Iraque. CMC6:31:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.869/2006] Interpretações erradas
Tenho ouvido e lido certos argumentos que, de forma mais ou menos implícita, dão a entender que o objectivo de Israel é eliminar o Hezbollah. Nada de mais errado. O Hezbollah não é um grupo que desaparecerá. O que se pretende é a desmilitarização do grupo. O que é completamente diferente de exterminar. Tarefa, aliás, quase impossível. CMC3:27:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.868/2006] A eleição presidencial volta a ter interesse
A três meses da eleição presidencial brasileira, sensivelmente, os candidatos entram em período de campanha que será, provavelmente, mais interessante e mais disputada do que se poderia considerar há dois ou três meses. O favoritismo continua a pertencer ao PT. Porém o partido do actual Presidente do Brasil conta, agora, com uma vicissitude, não tanto por parte do adversário directo, do PSBD (daquilo que já observei tem uma campanha bem estruturada em relação aos outros), mas sim de uma ex-militante do PT e actual candidata à presidência, pelo PSOL, em coligação com outros dois partidos de esquerda. A candidata da Frente de Esquerda tem vindo a obter apoio na área do eleitorado do PT, descontente com a governação do país nos últimos quatro anos. Se há semanas as sondagens davam a eleição como resolvida à primeira volta, agora o candidato do PT tem menos de 45% das intenções de voto, enquanto a antiga militante atinge, para já, um patamar de 10%. A descida de um e a subida de outro estão intimamente ligadas. As equações nos quartéis partidários fazem-se, pois as sondagens retiram a maioria ao PT na primeira volta. Assim, há quem preveja, no PSDB, uma segunda volta e, com isso, a possibilidade de bater o PT, enquanto no PSOL há quem continue esperançado na ascensão da candidata, começando a alimentar o sonho da segunda volta. Do lado do PT, há regras bem definidas para o Presidente e candidato pouco fazer além do indispensável, de modo a não cometer nenhum erro, que possa prejudicar. Como as campanhas brasileiras são bastante aguerridas, deve ser difícil conter o temperamento do Presidente, já de si quente, pois os escândalos que abalaram a governação devem regressar à arena pública, de modo a enfraquecer a recandidatura. E, além de aguerridas, as campanhas também costumam ser politicamente sujas. A seguir o desenrolar da campanha com interesse. CMC12:00:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.867/2006] Diferenças temporais
Na semana passada diziam algumas pessoas, procurando enfatizar, que os Estados Unidos estavam a dar carta branca a Israel para intervir no Líbano durante mais uma semana. Pelos vistos a dita semana é muito reduzida, a ter em conta a posição de Washington que defende um cessar-fogo urgente. Há quem esteja a beneficiar com esta guerra e não é o Líbano, Israel nem a Palestina. A propósito do presente conflito, devia ser apurado se sempre se confirma a presença da Guarda Revolucionária (iraniana) no sul do Líbano. CMC11:00:00 da manhã. - . Página inicial . - .
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[0.866/2006] O adiamento do Estado palestiniano
O conflito no Médio Oriente teve o efeito de fazer esquecer, será que anula?, o referendo palestiniano agendado para o final deste mês. A consulta serviria para reconhecer, ainda que implicitamente, o Estado de Israel. A quem interessa esta situação de inviabilização do referendo? Ao actual Presidente da Autoridade Palestiniana? Não, pois foi ele que o convocou. Aos responsáveis governativos do Hamas? Provavelmente não, pois querem governar e merecer o reconhecimento externo. Aos dirigentes do Hamas radicados na Síria? Sim, pois continuam a considerar que Israel não deve existir. E, de certeza, interessa ao poder político de Teerão. As palavras dos responsáveis iranianos são bem claras quanto ao que deve suceder a Israel. (Daqui a uns tempos se poderá saber como este conflito foi preparado e espoletado, já que há quem esteja a beneficiar com a situação. Teerão ganha, para já, na agenda internacional, mais tempo com o delicado e complexo caso nuclear. De um momento para o outro deixou-se de falar no enriquecimento de urânio.) No entanto, e uma vez mais, a Palestina continua a sofrer um adiamento como Estado, tudo devido aos auto-intitulados povos irmãos. Da mesma forma que o Hezbollah faz dos libaneses um escudo humano, os radicais e oponentes da existência de Israel continuam a fazer com que os palestinianos sofram, procurando empurrá-los e forçá-los a assumir pelejas sangrentas com Israel. Os interesses egoístas e desumanos de alguns Estados e movimentos armados árabes permanecem e, deste modo, inviabilizam o Estado palestiniano. CMC1:30:00 da manhã. - . Página inicial . - .
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sábado, julho 22, 2006 [0.865/2006] Fora de moda
O que dizer de um contrato válido há vinte e oito anos? Coisa démodé sabe-se, coisa que só se consegue se, quem o firma, se esforçar todos os dias para que continue a ser rentável, transformando as muitas instabilidades de uma vida de sócios, na estabilidade de quem entende haver negócios para durar uma vida. Conheço empresas destas que, ao desfazerem-se quando uma vida termina, levam ao esgotamento da outra. Que não seja o caso, porque este tem sido até agora um case study de sucesso e deve terminar bem. As premissas têm sentido e os requisitos atingem quase a excelência. Os produtos resultantes são de boa qualidade. Como as rosas não cheiram na Blogos, ficam os sons.
Dois anos depois do Verão quente, em termos políticos, o DN apresenta hoje alguns tópicos abordados no livro da autoria daquele que foi o Primeiro-Ministro mais fugaz das últimas duas décadas e que será publicado em breve. Na capa, o jornal indica que "Santana acusa Durão de travar eleições". Isso o hoje Presidente da Comissão Europeia disse na altura, antes de apresentar a demissão ao Presidente da República. Aliás, o próprio fez questão de dizer que saía do Governo português se estivesse garantida a continuidade da maioria, na altura, de direita, sem convocação de eleições antecipadas. Vira-se a página da capa e na página 2 surge o título: "Santana acusa Durão de ter condicionado o seu Governo". Nada, também, que não se soubesse no momento. A embriaguez e avidez pelo poder provoca isto, ofusca e limita o pensamento. Ao fim de dois anos o ex-alcaide de Lisboa e ex-Primeiro-Ministro percebeu o que se passou em 2004. Mas isso já estava escrito nas estrelas e o próprio Durão fez questão de afastar as nuvens para se ler. Na altura só não viu quem não quis ver. CMC12:56:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.863/2006] Santos e oprimidos?
Certos partidos políticos não deixam de surpreender. Mais um pouco e ainda consideram o grupo radical financiado por Teerão como santos e oprimidos. Noto, na página da formação partidária, o apelo à concentração junto da Embaixada de Israel em Lisboa. Não os vi, nem os ouvi, nem os oiço, quando responsáveis políticos e espirituais do Irão defendem a supressão do Estado de Israel (recordaste de termos abordado o tema há uns meses Rui?). No entender desta formação, com assento mais à esquerda no parlamento nacional, atacar e destruir um Estado, com o qual não simpatizam é legítimo? Fica-se com a sensação positiva. E, a propósito, o que pensam da oposição do Hezbollah a um cessar-fogo proposto pelo Secretário-Geral da ONU? Não menos curiosa, também, é a posição, digamos assim: religiosa. Intra-muros criticam a conservadora Igreja Católica, por ter muito peso e influência em Portugal. No caso do Partido de Deus, mais conhecido por Hezbollah, nem criticam o ingrediente religioso, que está mais do que presente. Por outro lado, será este partido/milícia/grupo radical um movimento progressista? Pois... os vários pesos e as várias medidas. E ainda queria esta formação política que os GNR abandonassem Timor, num momento em que a população timorense mais precisa de forças de segurança no seu território. Assim se vêem/conhecem as causas de certos partidos. CMC P.S.- O Tugir a duas mãos fica sempre maneta! Boas férias Luís!12:09:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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sexta-feira, julho 21, 2006 [0.862/2006] Entre o Gilão e o Guadiana
Ainda não parece verdade mas já é. Ainda não deu para desligar, ainda não há ostras, mas está quase. Parece-me que este ano nem sequer o portátil caberá na mala, tão recheada irá de preguiça. Não houvesse lá televisão e também não a veria, como não penso sequer olhar para os jornais, pelo menos nos primeiros dias. Prontes! Talvez mais um chamego blogueiro no dia de amanhã, comemorativo do vigésimo oitavo ano em que fui anilhado ali, para os lados do Campo Grande. Um outro no Domingo para matar o vício e segunda-feira, à hora do trabalho, zarpar, que se faz tarde. O CMC vai ficar a tugir sozinho. Fica garantida a qualidade. Prometo um Post de vez em quando na areia molhada. O mar, se ele quiser, transmiti-lo-á. Sr. Manuel, reserve a mesa no meu lugar preferido da praia e, já agora, vá refrescando a Imperial para os pôr-do-sol. LNT11:06:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.861/2006] A onda populista
Depois de se ter imiscuído na eleição presidencial peruana, bem como noutras da América Latina, o pseudo-biblista-bolivarista intromete-se na campanha presidencial brasileira. Ao afirmar que o actual Presidente brasileiro vai ganhar a eleição, o próprio Chefe de Estado do Brasil, que estava ao lado do homólogo venezuelano, teve de meter as mãos na cara, tal não foi o incómodo da declaração. Isto sucede no encerramento da Cimeira do Mercosul, que tem lugar na Argentina e onde se juntaram muitos líderes políticos sul-americanos, além dos representantes dos cinco Estados que constituem o Mercosul. O populista boliviano, que também está presente, como o ditador de Havana, declarou que a Bolívia deve aderir ao Mercosul caso Cuba entre. Considero que para a América do Sul o Mercosul é um projecto muito mais interessante do que a ALCA. No entanto, por este andar, o Mercosul pode transformar-se num bloco populista. Com este tipo de lideranças (populistas), a organização sujeita-se a ser uma união de países mais interessada em fazer finca-pé ao poderoso vizinho da América do norte do que em desenvolver a região e arrancar milhões de pessoas da pobreza. Ainda que digam, e se auto-intitulem, certos líderes, que eles são os libertadores desses povos. Do caso venezuelano, e já tem alguns anos, a miséria do país ainda está por enfrentar. CMC6:30:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.860/2006] O escudo humano dos radicais
Concordo com a sensibilidade exposta pelo Luís no texto anterior. Entretanto, comprova-se, e esta atitude é disso exemplo, de como o movimento radical financiado por Teerão usa os libaneses como escudo de defesa. Quem continua a perecer, infelizmente, são os inocentes. Por mais simpatia que o Hezbollah tenha despertado nestes dias em muitos libaneses, na realidade estes estão a ser usados em proveito próprio dos radicais, que continuam a actuar livre e impunemente no território libanês. CMC5:35:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.859/2006] O que se não diz Do que se não fala
Habituados a combater guerras refastelados num sofá frente à televisão ou confortavelmente no ar condicionado de um cinema, adquirimos a capacidade de racionalizar, de comentar razões e de desumanizar as pessoas que se encontram no teatro a que assistimos passivamente sem sentir dor, sem nos palpitar o cheiro, sem ruído excessivo e sem o sopro das explosões. Falamos, comentamos e esquecemos que as crianças que lá estão são tão crianças como as nossas e raramente nos lembramos que as famílias de lá são iguais às nossas. Há neste momento milhares de inocentes a (sobre)viver nestas condições de terror à espera de novo ataque que não sabem nem de onde, nem quando virá. No conflito Israelo-Libanês fala-se do ataque de Israel ao Hezbollah (e vice-versa) fazendo crer que o ataque não se faz ao Líbano. Fala-se do Hezbollah sem se falar de libaneses. Matam-se e estropiam-se libaneses que não são do Hezbollah, chamando a isso efeitos colaterais. Por outro lado não se ouve alguém dizer que o Líbano atacou Israel, embora seja o Líbano que vê todos os dias as suas infra-estruturas destruídas, as estradas, caminhos-de-ferro e aeroportos bombardeados. É estranho este cenário de ver um País ser atacado sem disparar um tiro, sem proteger a sua gente. LNT1:46:00 da manhã. - . Página inicial . - .
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quinta-feira, julho 20, 2006 [0.858/2006] Lusofonia - Traumas
Caro José Flávio, Noutro texto aludirei às questões estruturais, merecedoras da nossa atenção, mas, para já, centremo-nos nos traumas, que não devem ser tão desprezados quanto se possa considerar inicialmente. Apresento um caso de um cidadão brasileiro, que numa caixa de comentários do TUGIR deixou dois parágrafos elucidativos do trauma da relação luso-brasileira: Vocês portugueses gostam de dizer nós brasileiros não falamos "bem" o "português" e se Deus quiser nunca o faremos pois a língua do Brasil é brasileira e não portuguesa. Acredite, um dia a arrogância lingüística sua e do seu povo será responsável pelo fim do termo "língua portuguesa" no Brasil. E neste dia eu comemorarei muito o fim da última referência portuguesa em solo brasileiro, Portugal que já não é nada no mundo passará a ser menos ainda. É evidente que as palavras de Otávio Noriev (o título do seu blogue não deixa margem para dúvidas de qual a posição que assume) não são, felizmente, as do Estado brasileiro. Basta passar na página do Governo do Brasil para comprovar qual a língua oficial da Terra de Vera Cruz. Devo referir, a propósito da página do Governo brasileiro, que esta merece, do meu ponto de vista, uma crítica. Ao consultar a História do Brasil o internauta, mais distraído, pode ficar com a sensação de que só há Brasil quando os portugueses chegaram. Como se antes de 1500 não existisse mais nada naquele território. Quanto ao adjectivo da língua, que o cidadão brasileiro tanto despreza, infeliz e miserável o Estado que quiser impor a sua ortografia aos demais países que tem o português como língua oficial. Quem faz e dá sentido à língua são os seus utilizadores. O português falado no Brasil nunca será o que se fala em Portugal. O mesmo se passa nos restantes países. Qualquer pessoa sabe que há diferenças tanto a nível ortográfico como fonético. Aliás, em Portugal há diferenças fonéticas, basta atentar à linguagem das várias regiões do país. É evidente que o comentário acima exposto pertence a uma certa orientação, existente no Brasil sobretudo a partir da década de 20 do século XX, que considera o colonialismo luso (e também o espanhol) inferior, quando comparado com os outros colonialismos europeus. Isto, de certo modo, são traumas, que surgem, principalmente, quando se explora a identidade nacional - e o Brasil tem tantas identidades! Quanto à relação lusa com os PALOP, a descolonização é, ainda hoje, todos sabemos e sentimos, uma matéria, e trauma, bem presente no quotidiano das diversas sociedades que atravessaram o 25 de Abril. Os traumas não devem ser preponderantes, mas também não podem ser ignorados na abordagem que fazemos à CPLP. Voltarei ao tema da CPLP, para abordar a questão estrutural. Este texto deixa, no meu entender, uma ponte (inexistente) de ligação, entre os traumas e a estrutura: a identidade. Não será a ausência, ou melhor, a inexistência de uma identidade lusófona, caro José Flávio, que faz da CPLP uma organização esfíngica? CMC9:53:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.857/2006] A tese, a antítese e a síntese da Administração GWB
Recuperando um tópico anterior, vale a pena observar a política externa da actual Administração norte-americana. Este grupo, de neoconservadores, que mudou, e muito, os E.U.A. e o mundo, tem revelado pouca perícia nos assuntos externos. Muito distante, até, das anteriores Administrações Republicanas. Por exemplo, quão díspar é a doutrina desta Administração daquela que norteou as Administrações Republicanas da década de 80, uma política de expansionismo e de nítida confrontação, no caso com a URSS. Esta política errada, para os Estados Unidos, e errónea, para o mundo, deve-se aos valores deste conjunto de republicanos. Desde o primeiro dia em que se instalaram na Casa Branca, em Janeiro de 2001, convém recordar, que defendem, fiel aos seus valores, que os Estados Unidos devem ter uma posição externa de menor intervenção, logo mais concentrado nas suas fronteiras. Recorde-se que o Médio Oriente foi uma das zonas, a mais complexa de todas as áreas do globo, da qual se procuraram desligar. No entanto, nas mentes e na doutrina dos neoconservadores faltava um dado da maior relevância. Goste-se ou não, os Estados Unidos são, presentemente, a única superpotência mundial. Logo desempenham um papel ímpar no palco internacional. A doutrina neoconservadora, dos Estados Unidos virados só para si, caiu por terra com o 11 de Setembro. E, pior emenda que o soneto, com os atentados a Administração deu uma pirueta de 180 graus. Assim, e ao contrário dos valores neoconservadores, os Estados Unidos deviam estar em todas as frentes. O que demonstra a falta de discernimento. Se a intervenção militar no Afeganistão se justificava, a do Iraque não. E mais grave. A primeira não atingiu os objectivos. Pelo contrário. A presente situação no Afeganistão só levanta mais receios, dada a pouca eficácia da intervenção e o recrudescimento dos radicais. Quanto ao Iraque, a obsessão era tanta, como vingança de 1991, que a vontade acabou por se materializar. Lá se aventuraram na Mesopotâmia sem quaisquer objectivos, ou melhor, com alguns (derrube do ditador e controlo do petróleo) muito mal concebidos, quanto mais estudados. A guerra no Iraque condena, agora, por diversos motivos, em primeiro lugar o número de baixas, um regresso aos valores doutrinários dos neoconservadores, dos Estados Unidos não estarem tão expostos e presentes externamente. Em suma, assistiu-se entre Janeiro e Setembro de 2001 à tese (política externa diminuta); de 11 de Setembro de 2001 até Janeiro de 2006 à antítese (política externa ultra-expansionista); e, desde Fevereiro deste ano, sensivelmente, quando se começou a equacionar o regresso dos militares que estão no Iraque, e com a saída das tropas dos E.U.A. do Afeganistão, à síntese (política externa menos presente, mas ainda assim visível). Tudo somado e subtraído, quando faltam dois anos para terminar o mandato, a política externa dos Estados Unidos é incoerente e prejudicial, em primeiro lugar para os próprios interesses norte-americanos. Prova-se que o problema tem origem na raiz, isto é, na doutrina neoconservadora, que não tem uma concepção adequada à realidade mundial. Esta Administração não soube, ao contrário da anterior, intervir nos diversos pontos do globo onde os Estados Unidos actuam, de modo moderado e firme sempre que necessário. O mundo está mais inseguro do que quando Clinton terminou o mandato. Resta esperar por um futuro melhor, em 2009. CMC3:20:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.856/2006] Verborreia apetecida (III)
Estimo saber que as investigações do Abrupto já estão em campo, sinal que Portugal avança a passos-largos para a monitorização da sua auto-estrada da informação, da comunicação e do conhecimento. Grande Ministro Gago, que nos tem aberto os olhos para a luz de onde já se vislumbram resultados do choque tecnológico. Bem-aventurados os marujos deste mar virtual que dão caça aos usurpadores das URLs, quais valorosas Invencíveis Armadas desta ágora blogueira. Sempre gratos a JPP pelos boletins diários onde traz a público as novas sobre os desenvolvimentos desta luta valorosa contra os novos bandidos digitais (a quem insiste em chamar de piratas). Que os investimentos em tempo e recursos que estão a ser usados para deslindar esta tramóia inominável, esta cabala dirigida, concertada, deliberada, revertam em sabedoria para os têm por missão zelar pela segurança das redes informáticas do Estado, contra os revisionistas, pela liberdade, na defesa dos mais oprimidos, a favor dos mais desfavorecidos e desprotegidos, dos info-incluídos, oremos. Ninguém há-de calar a voz e as palavras escritas da classe operária! LNT2:08:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.855/2006] Aos poucos a peneira deixa de tapar o Sol
Depois de afirmar que a finalidade nuclear iraniana é pacífica, o argumento do Presidente foi quebrado pelo Ministro da Defesa iraniano, aquando de uma visita que recentemente efectuou a Damasco, tendo o governante referido que o Irão pode recorrer ao emprego de força nuclear. Desta feita o flamejante de Teerão anuncia mudanças no programa nuclear, do qual não prescinde. Só faltou dizer que o programa deixa de ter um objectivo pacífico para ter um militar. Como aliás, sempre se evidenciou. CMC12:48:00 da tarde. - . Página inicial . - .
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[0.854/2006] A grande mudança da gestão camarária alfacinha
Há um ano, as eleições autárquicas agitavam Lisboa. Parque Mayer e Túnel do Marquês, as obras emblemáticas do anterior mandato, eram temas de ordem. Quanto ao primeiro, o Parque Mayer teria nova vida. O caso seria resolvido nos primeiros meses de 2002, segundo a promessa eleitoral do então ex-edil e ex-Primeiro-Ministro, tudo está na mesma. O espaço do Parque, apesar de alguma animação, continua a degradar-se. Um milhão de euros já foi gasto com o projecto encomendado ao reputado arquitecto canadiano e, agora, de Gehry, nem um rascunho. Foi tudo parar ao caixote do lixo. Como o munícipio nem dificuldades financeiras! (A propósito disto, qual é o actual buraco orçamental da autarquia?) E o Túnel, que estava previsto abrir, uma parte, na Primavera deste ano, de acordo com o expresso pelo candidato e actual Presidente da Câmara, no período de campanha, ele ali está, a ladear a imponente estátua do Marquês de Pombal, sem abertura à vista. Valha a grande mudança desta gestão, um assessor para os Portos de Honra. CMC11:50:00 da manhã. - . Página inicial . - .
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[0.853/2006] Coisas importantes da mente humana
Aqui vai um teste para os nossos leitores fazerem com a insistência que quiserem e sem criarem frustrações pelo resultado: Faça o seu pé direito rodar no sentido dos ponteiros do relógio. Agora, mantendo o movimento do pé, desenhe no espaço, com o braço direito, o número seis. Vá lá, insista, tente lá outra vez! Não se amofine que não é só consigo. Chame alguém que ande por aí perto e peça-lhe para fazer esse exercício simples (de preferência com o pé assente no chão, para melhor percepção). Também começou a rodar o pezinho no sentido contrário? Dizem, os que sabem, que isso acontece por ser a mesma zona do cérebro a comandar esses movimentos e que, por isso, não há volta a dar-lhe. Talvez com mais treino. Tente lá outra vez. LNT1:35:00 da manhã. - . Página inicial . - .
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[0.852/2006] Sempre há interesse
Caro Luís, Afinal sempre há quem se interesse pela lusofonia. A blogosfera também pode desempenhar um papel importante, na promoção do projecto lusófono. Nem que seja na sua referência. CMC P.S.- Passei na página do Ministério dos Negócios Estrangeiros, francês, para confirmar se ainda havia uma Secretária de Estado com a pasta da francofonia e cá está ela. Para quando, em Portugal e nos outros Estados-membros da CPLP, um responsável governativo, bastava um Secretário de Estado, com a pasta da lusofonia?1:05:00 da manhã. - . Página inicial . - .
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