sexta-feira, dezembro 30, 2005
[1.884/2005] Bom 2006!
O ano está a acabar e outro pronto a chegar. Quase dois mil textos publicados com regularidade nos últimos 365 dias. Muitas concordâncias e várias divergências, assim se tugiu nestas bandas. Está na hora de encerrar o capítulo 2005. Votos de um bom 2006. O tempo pode passar devagar. Espera-se que ninguém fique pendurado em 2006. Fica uma das boas marcas de 2005. CMCEtiquetas: Blogs, Saudações
7:10:00 da tarde
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[1.883/2005] Factos de 2005
Para terminar os textos relativos ao ano 2005, depois dos intérpretes, restam os factos, a nível externo e interno. E os mais relevantes, pelas paixões e ódios que levantam, não deixando ninguém indiferente, foram: este a nível mundial e este a nível nacional. Obviamente tem de ser realçada a devastação sofrida pelo sul dos Estados Unidos, demonstrando que por maior que seja a potência, nem esta está a salvo. A Natureza está a dar sinais que merecem uma profunda interpretação. Os mais desprotegidos pagaram caro a factura de um sistema que não é tão perfeito e justo como se pensa. Sistema bem mais aplicado e célere em conflitos beligerantes do que na ajuda humanitária. CMCEtiquetas: Ambiente, Política Internacional
6:51:00 da tarde
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[1.882/2005] Intérpretes de 2005 Políticos do ano
Pelos mesmos motivos deste político e, principalmente, por ter enfrentado interesses no próprio partido, terminando com os vícios e enriquecimento dos caciques locais, decidiu colocar a cabeça no cepo. Preferiu o esclarecimento das urnas, para que não houvesse dúvidas, e apresentou um projecto de futuro, num país que carece de profundas reformas para enfrentar os desafios que se colocam e procurar triunfar na competitiva era da globalização. As urnas suportaram a sua posição. Não só reiteram o apoio, como manifestaram-se de forma ainda mais expressiva do que em actos eleitorais anteriores. Já informou que sai de cena no próximo ano. Tudo tem um tempo e o seu tempo político termina em 2006. Tem bom-senso e sabe que os projectos políticos pessoais têm um início e um fim. E o fim não significa um ponto final, mas sim lançar pontes para que outros prossigam o caminho do desenvolvimento. Este senhor dispensa apresentações. No período actual, em que os políticos (nos sistemas democráticos) estão pouco tempo no exercício de funções executivas, é um caso de sucesso. Tem obra, tem pensamento e tem visão. Mesmo desgastado pelos vários anos de governação, a aposta do eleitorado manteve-se este ano. É um marco na política do seu país e, em particular, no espectro político a que pertence. No final do ano alcançou um acordo que muitos consideravam pouco provável e a meio conquistou a organização dos Jogos Olímpicos para o seu país. É dos poucos políticos da actualidade, se não mesmo o único, com dimensão mundial. Dentro de alguns anos será consensual o reconhecimento do grande Estadista deste tempo, de profundas, preocupantes mas interessantes mudanças. CMC
10:58:00 da manhã
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[1.881/2005] Intérpretes de 2005 Políticos portugueses
O Melhor Foi duramente criticado por quem menos se esperava no Verão de 2004. O tempo encarregou-se de lhe dar razão e o início do ano foi a melhor prova das atitudes e opções dificilmente assumidas no segundo semestre do ano transacto. Pena que saia de cena em breve, mas em democracia, em especial numa república, não há lugares vitalícios. Regressa à posição de cidadão. Espera-se que tenha uma voz activa.
O Arlequim Quem tudo quer, tudo perde. E já se sabe, quem tem mais olhos do que barriga... Desfez-se o mito da invencibilidade. Protestar, na oposição, é fácil. Há quem lhe ache piada, mas tocar as cordas do poder obriga a outras responsabilidades e a situação muda de figurino. Revelou-se, para quem não acreditava, que não tem qualificações política e de liderança. De vez em quando regressa à ribalta das luzes, e quanto mais surge e defende o indefensável mais se comprova a falta de noção da realidade. É o arlequim da política nacional.
O Pior Tinha tudo para ganhar. Se houve eleição neste país que não se perdia foi a contenda em que se meteu. De tanta trapalhada e de tanto desleixo patentes, bastava fazer uma campanha sem grandes sobressaltos. O senhor conseguiu alcançar o impossível: perder. Teve como adversário principal um político fraco, que é um técnico mediano. Incrível! É preciso ter dom para alcançar o feito de Outubro. CMC
10:27:00 da manhã
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[1.880/2005]Então, está bem. Para 2005 já basta assim.E para acabar esta merda de ano no mais perfeito politicamente incorrecto, passemos ao que interessa: Vamos lá comer as gaijasCiau bambini! Vemo-nos (ler-nos-emos) em 2006. LNT
PS1: Isto de Pacman diz-me qualquer coisa PS2: Ao meu Blog de eleição em 2005. Aos Besugo, Lolita e Alonso, un Bolero.
(Som do Tugir em português)
3:25:00 da manhã
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 [1.879/2005] Revelações que podem provocar novas concepções
Se se confirmar que o Zé das Botas bateu a bota devido a efeitos premeditados, como consta, num momento em que a sua personalidade e filosofia vão adquirindo adepos na Rússia, a comprovar-se a veracidade dos documentos, é de esperar a adesão de mais pessoas à causa e ao partido que defende um dos maiores déspotas do século XX. Já tentaram apagar o Holocausto, por isso não causará surpresa se alguém, ou alguns, dentro em breve, a corroborar-se o envenenamento, defenderem o tirano, fazendo da personagem uma vítima da História. CMC
1:35:00 da manhã
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 [1.878/2005] Distinção do Yskiä
O lusitano que assentou arraias na Finlândia e donde escreve para o mundo virtual em bom português, destaca e considera o TUGIR, ou melhor, o YSKIÄ, como esta casa é conhecida na lista de links do Sob a Estrela do Norte, como um dos blogues do top de 2005. Agradecemos a distinção do Homem das Neves. LNT & CMC
12:20:00 da manhã
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quinta-feira, dezembro 29, 2005
[1.877/2005] As voltas previstas
O desavindo camarada português, que entretanto já restabeleceu a amizade com el señor de Havana, vai estar na tomada de posse de mais um libertador... do populismo. Que, por mera coincidência, e que coincidência!, começa o seu périplo exterior, antes de tomar posse como Presidente, por Havana. Há voltas políticas óbvias e esta nem precisa de muitas mais palavras. Começa o caminho por prestar culto à referência mor, depois as coordenadas chegarão atempada e regularmente de Caracas. A cassete já toca: contra o papão imperialista e terrorista, guerrear! Populismo o muerte, hasta la victoria final. Rico começo de século, na América do Sul. Não haja dúvidas. CMC
11:56:00 da tarde
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[1.876/2005] Políticos esfaqueados
Depois de um político português se queixar de facadas nas costas, desta vez é um político brasileiro a apresentar os mesmos motivos. Por acaso não aludiu a nenhuma incubadora. Pelos vistos, as facadinhas nas costas estão a fazer escola na política lusófona. CMC
11:47:00 da tarde
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[1.875/2005] Intérpretes de 2005 Político europeu
Num período em que os políticos tendem a orientar-se por sondagens, a depender dos inquéritos que se fazem, e com isso saber se devem ir para cima ou para baixo, se se devem mexer um pouco para este ou oeste, há quem prefira o combate frontal, prescindindo das manobras que se constroem ao sabor dos números indicados pelas sondagens. Governantes e governados devem estabelecer uma relação de diálogo frontal e aberta, expondo e explicitando os argumentos, no primeiro caso, e exprimindo o sentimento nas urnas, no segundo. Contra todas as perspectivas, e temendo-se uma bola de neve, depois das primeiras e negativas consultas populares, o político decidiu manter o compromisso e quis ouvir a voz soberana das urnas. As pessoas determinam o que querem. O Primeiro-Ministro bateu-se por uma causa. A causa que defendeu triunfou, porque os cidadãos assim o entenderam. É o político europeu de 2005. CMC
6:33:00 da tarde
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[1.874/2005] Intérpretes de 2005 Surpresa do ano
Noutro blogue, cheguei a considerá-lo como o pior político, corria o ano de 2003. Deste ano prestes a findar, não me posso esquecer do cimento que tem mandado erigir, mas muito menos me posso esquecer da atitude corajosa que assumiu no Verão. É, sem sombra de dúvidas, a surpresa política do ano. CMC
6:07:00 da tarde
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 [1.873/2005] Rebanhos de 2005
São cada vez mais. Cada rebanho com os seus lobos. Cada lobo com as suas peles, de lobo e de cordeiro. LNT Imagens: Spencer Tunick
5:45:00 da tarde
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[1.872/2005] Como Portugal arde d'outro modo
Quem não preserva o passado desbarata o futuro. Que memória viva Portugal guarda, quando tudo despreza? Os bons e os maus momentos devem ser mantidos. Uns para não esquecer, e não repetir, outros para ter como referência. Sabemos que os tempos são de contenção, de apertar do cinto, mas se há tanta verba para festas e festinhas, recepções e galas, pena que não haja nenhuma para manter e dinamizar o edificado. Neste espaço, apaga-se descaradamente com uma esponja parte essencial do principal capítulo do século XX português. Curiosa, a história apresentada na página. Ficou entre os séculos XIV e XVII. Agora desbarata-se um espaço simbólico, que podia e devia reavivar o espírito de um dos mais brilhantes escritor e político do século XIX. Por este andar, qualquer dia podem fazer aqui um resort. CMC
11:33:00 da manhã
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[1.871/2005] Como o PS português imita o francês
Um dirigente diz isto, agora há de vir alguém da outra candidatura reagir. Os dois contendores presidenciais da área socialista, e respectivas trupes socialistas, que seguem cegamente cada timoneiro, podem fazer um favor ao PS, se querem solucionar problemas pessoais, que os resolvam. Mas fora do partido. Vão para um descampado, façam um piquenique e se quiserem continuar desavindos, tudo bem, problema deles. Agora jogarem com o partido, francamente, permita-se-me a expressão, não entreguem o ouro ao bandido. Já não há paciência para estas querelices, de ver quem é mais ou menos de esquerda, mais ou menos socialista, o que cada um fez ou não fez no passado, ainda por cima só beneficiam um candidato que se sabe ao que vem e o que quer, apesar de não dizer. Enterrem a cabeça na areia e depois admirem-se de ficar como o PS francês. A discutir umbigos, enquanto a direita põe e dispõe como quer e lhe apetece. Eu não simpatizo com a tese do Mr. Giddens, mas aqui bem se aplica o título do modelo, é preciso uma terceira via a estas duas... de cariz algo suicidário. CMC
10:24:00 da manhã
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[1.870/2005] O bom exemplo da direita portuguesa
Costumo comprar a revista. É bom para um país, como o nosso, parco em publicações do género, ter uma edição do género. Ainda por cima de uma área política que tem tido dificuldades, por diversas razões, em afirmar-se, como é, de direita, em Portugal. Basta de ouvir dizer que se é de centro. Em democracia, ser de direita não é pecado, muito menos heresia. É desejável que este género de revistas, sejam de direita ou esquerda, tenham saída. Precisamos de encontrar nas bancas escritos em português, e com conteúdo, mesmo quando não nos identificamos com a doutrina apresentada, como é o meu caso. Hoje sai mais um número e pela publicidade que tenho visto, os responsáveis da revista já encontraram os ícones e as posturas políticas de direita dos próximos anos, assumidas pelo jovem líder e o arrivista mor da Europa. Ambos têm ambição de alcançar os cargos mais elevados das respectivas nações e têm, reconheça-se, um discurso sem peias. Dizem o que são, não se camuflam no discurso do centrão, tão comum na direita portuguesa. Os referidos políticos são e afirmam-se como a nova direita europeia. Que tem despertado o interesse e entusiasmo na direita, que nos últimos anos tem tido intérpretes fracos. Por isso, é natural que em Portugal a direita reconheça e se identifique com as propostas e idiossincrasias das referidas personalidades. Vem isto a propósito deste escrito e do desafio lançado pelo Pedro. Que esquerda democrática no século XXI? A esquerda sempre foi dinâmica e produção intelectual nunca faltou, mas no caso português, ela tem estado aquém da publicação e alcance atingidos noutros períodos. Até porque, hoje em dia, quase ninguém conhece ou lê a Finisterra. E outras publicações na área da esquerda democrática não existem. Continua a faltar em Portugal, como avisada e reiteradamente Mega Ferreira tem expresso, uma publicação de esquerda. Neste campo, a direita portuguesa tem dado um bom exemplo. Apresenta e promove o debate de ideais. Sem pensamento, não se sabe ao certo o que se é e o que se quer... E há por aí tantos cata-ventos! CMC
9:50:00 da manhã
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[1.869/2005] Intérpretes de 2005 Governo
O Melhor Quem sabe nunca esquece. A experiência, a inteligência, aliadas a uma leitura estratégia de acordo com o interesse nacional são ingredientes necessários e suficientes para o considerar o melhor elemento do Governo.
O Qualificado Já era conhecida a experiência e qualidade na área. Continua a mostrar como responsável da tutela como é a pessoa certa no lugar certo.
A Laboriosa Pouco conhecida, e apesar de alguns deslizes, tem mostrado que também é a pessoa certa no lugar certo, num sector que precisa de mudar, a bem do futuro do país.
A Surpresa Tendo em conta a anterior experiência governativa, esperava pouco, sobretudo numa das áreas mais delicadas e mais carenciadas de intervenção. Arregaçou as mangas e está a desempenhar uma árdua e indispensável tarefa, como poucos responsáveis da tutela desempenharam até hoje. Algumas profissionais do sector podem não gostar, mas que a coragem em querer mudar um sistema hiper-hermético está a ser assumida, lá isso está. E o senhor tem enfrentado, com determinação, as tempestades e marés adversas premeditadamente criadas.
 Esperava-se mais Surgiu como uma, se não mesmo a estrela da companhia. Esperava-se mais do senhor, que tem estado discreto, num dos sectores mais importantes para o desenvolvimento do país.
Hábil Os últimos responsáveis da tutela têm sido pessoas conhecedoras dos corredores de Bruxelas. A área precisa de quem saiba quais as portas e corredores do coração europeu. O actual responsável tem sido bom no desempenho das suas funções, como há dias se pode notar, por ter conquistado mais condições para um país, como o nosso, já pouco atreito à aposta no sector primário.
Discretos Foi uma das áreas bandeira do último Governo socialista. Merece e precisa de mais protagonismo político. Neste caso, falta, também, destaque. Tem estado arredada dos palcos nos últimos anos e esta é outra das áreas que precisa de maior visibilidade.
Esperar para ver os resultados Entrou com a carruagem já em andamento. Parece estar à altura das funções. Mas o melhor diagnóstico será apurado no final de 2006, quando se virem os números apresentados este ano.
 Discreto e eficaz qb Não dá nas vistas. Quando surge demonstra profissionalismo e rigor.
O político Dos políticos profissionais do Governo, tem sido o que tem sido mais bem sucedido.
Mudar de ares Conseguiu o impossível, alinhar pelo mesmo diapasão os autarcas do Porto, Gondomar e Gaia. Nem a distrital laranja portuense consegue tal feito. De qualquer forma, mais do que alinhar desalinhados, é a política do sector. Enquanto as vias marítimas continuarem a ser desprezadas, como se o país estivesse banhado por deserto, e se apostar exclusivamente na terra e no ar, sem saber ao certo que caminho seguir quanto à estrada do futuro para o país, o sector está a ser mal servido. A cadeira ministerial precisa de novo inquilino. É hora do actual responsável mudar de ares. CMC
8:54:00 da manhã
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[1.868/2005] Sala de Troféus
André Azevedo Alves repesca o Tugir em português por o não ter incluído na lista dos nomeados que fez votar na semana passada no O Insurgente. Não é de meias-medidas ao dar-nos como: "um dos melhores Blogs da esquerda democrática que prima por uma saudável independência e por um acutilante espírito crítico". Ficamos lisonjeados, ainda mais pela boa companhia em que nos põe e aproveitamos a ocasião para saudar o justo vencedor na categoria, o excelente A Destreza das Dúvidas. Para o André o nosso agradecimento e os votos de um Alegre 2006. LNT & CMC
3:18:00 da manhã
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[1.867/2005] A indesejada prenda de Natal
A vingança serve-se fria. E o poder de Moscovo está a servi-la como ninguém, sobretudo aos Estados vizinhos que guinaram para a via ocidental. O preço a pagar, e bem elevado, é o do gás, indispensável ao normal funcionamento das sociedades vizinhas da Rússia. Salvaguardando a Bielorússia, há uma eleição a ganhar em Março próximo e importa estagnar as águas na Bielorússia para Moscovo manter um aliado imprescindível, os restantes Estados vizinhos, ex-repúblicas soviéticas, que estabeleceram pontes com o mundo ocidental nos últimos anos, estão a ser alvo da postura arrogante de Moscovo, que quer aumentar desmesuradamente o preço do gás vendido pela Rússia, a partir de 1 de Janeiro. Preços que nunca foram praticados com as antigas repúblicas soviéticas. A nova tabela de preços é igual à praticada com os países ocidentais para onde a Rússia exporta gás. Veremos se os russos têm coragem de cortar o gás se não for pago o pretendido. Penso que os russos têm essa e muitas outras coragens, nem todas abonatórias. Ou se são os Estados, como por exemplo a Ucrânia, que têm de pagar os exorbitantes preços que os russos querem praticar. O poder de Moscovo faz sentir o seu poderio da pior forma, chantageando vizinhos com quem anteriormente se comprometera a estabelecer relações comerciais privilegiadas, designadamente pelas relações de profunda cumplicidade que unem as antigas repúblicas soviéticas. Agora trata-os como se fossem Estados ocidentais. É uma abordagem, com traços vingativos. Aliaram-se ao ocidente, pois então paguem o que eles pagam. Pode dizer-se em Moscovo. Aos poucos reconstrói-se a grande potência eslava. Custe o que custar, doa a quem doer. É a Rússia. E o timoneiro é conhecido. A antiga escola da polícia política continua a dar as suas cartas. CMC
12:25:00 da manhã
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quarta-feira, dezembro 28, 2005
[1.866/2005] Intérpretes de 2005 Ressuscitado político
Quem diria, há dois ou mais anos, que o senhor regressaria à ribalta e entraria logo pela porta grande, a porta da presidência. Ressuscitou quem menos se desejava. Acaba por ser a prova provada, perdoe-se-me a redundância, de que em política o impossível também é possível. CMC
11:33:00 da tarde
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[1.865/2005] Intérpretes de 2005 Fim de carreira
Simpatize-se ou não, este senhor é uma das personalidades mais marcantes das últimas décadas da península Ibérica. Ganhou a eleição, mas sem os votos necessários para se manter no poder. Termina uma carreira que podia ter um desfecho político mais airoso, não se arriscando a sofrer a derrota que averbou no passado Verão. Como fez há dois anos o catalão Pujol. Saiu, prevendo a derrota que não sofreu. O político que sempre foi uma ponte entre os dois Estados ibéricos não desistiu da luta, foi às urnas e estas, pela soma aritmética dos outros partidos, rejeitaram-no A democracia tanto dá como retira. O tapete foi-lhe removido. A marca pessoal não. CMC
11:20:00 da tarde
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[1.864/2005] Intérpretes de 2005 Pior do ano
Este senhor, felizmente, saiu da cena política este ano. Deixa poucas saudades. Se o meu apreço pelo político já era pouco, com o emprego que adquiriu após a saída do poder o apreço passa a ser nulo. Ainda nos queixamos, e com bastantes motivos, do que se passa em Portugal com as nomeações, em especial uma que ocorreu este ano na CGD. Mas a nomeação do ex-chefe de Governo para uma empresa de gás, a ganhar uma fortuna, é vergonhoso. CMC
11:08:00 da tarde
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[1.863/2005] A única ambição do Professor de Boliqueime
Caro Graza, No seguimento do diálogo que estabeleci com o Rui, e depois de ler o seu comentário (texto 1.860), devemos ter bem presente qual a ambição do Professor de Boliqueime, se eleito Presidente da República. O objectivo do Professor de Boliqueime, e não é dito de forma clara na campanha eleitoral, o que é de lamentar, é bastante claro: assim que se sentar em Belém inicia um trabalho político que visa um único objectivo político: um Presidente, um Governo, uma maioria. A ambição é legítima. Estamos em democracia. Mas o projecto pessoal do candidato e da clique que o acompanha desde sempre é que é muito preocupante. Porquê? Não se deve ao facto de ser um tecnocrata, respeite-se a sua honorabilidade profissional. Não há mal nenhum na sua qualificação. Porém, como político, escapam-se-lhe os projectos de longo alcance, mingua-lhe a doutrina. O senhor é parco de ideias. O passado prova a falta de visão estratégica para o país. O candidato bebeu algumas ideais de Sá Carneiro, de quem foi Ministro, mas falta-lhe a substância. Conforme lhe disse há dias um candidato presidencial, num dos debates, ele não é social-democrata, apesar de se apresentar como tal. O partido que ele presidiu não pertence à família política europeia social-democrata. No debate tentou disfarçar a questão. Sem saber o que dizer, recordou-se de mais uma das doutrinas inspiradoras de Sá Carneiro e disse que era personalista. Se calhar é pouco familiar dos escritos de Mounier*. Mas também não é pecado não os conhecer, ou identificar-se com eles. Todavia, deste breve apontamento, resulta muito claro um ponto, de Sá Carneiro ele apenas bebeu a lógica do poder: um Presidente, um Governo, uma maioria. Nada mais do que isto. E agora, aquele grupinho que se formou no início da década de 80 no Ministério da Fazenda, penso que é dispensável enumerar as pessoas que constituíram o gabinete do Ministro, pois sempre o acompanharam e estão presentemente na sua Comissão Política, estão dispostos a atingir o desejo: um Presidente, um Governo, uma maioria. Porém, a ambição política de Sá Carneiro era mais vasta do que a do actual candidato. O poder não se deve alcançar como fim, mas um meio para. Havia um porquê, não uma mera ambição do poder só porque sim. A lógica reinante entre 85/95, de ocupar e dominar o poder só pelo poder, de tachar (de tachos) o Estado para o dominar e nada fazer, de não promover a qualidade, de subsidiar a mediocridade de uma geração política que despertou nessa década e anda por aí há solta quem nunca fez mais nada a não ser carreira na jotinha, está a regressar. A ambição desmesurada da mediocridade política reinante entre 85 e 95 está de regresso. De que tudo é fácil, desde que o cartão partidário sirva, ainda que o discurso formal aparente austeridade. Balelas. Engodos e pouca honestidade intelectual. A ambição de redesenhar os poderes, a partir de Belém, está aí. Não se pense que o senhor vai violar o poder constitucional. Não vai. O senhor e os que o acompanham são espertos e vão manter o formal intacto, mas não vão manter o real. Resta saber se as condições políticas dos próximos anos são propícias ao despejo do actual Governo, ou se tem de o aguentar até 2009. Resta saber quem lhe interessa ter à frente do PPD, para seguir as ordens em São Bento a partir de Belém. Entre outros factores. A ambição não é dita, mas é bem clara. Resta saber quantos portugueses querem apoiar esta ambição, de uma presidencialização do regime. O mais preocupante nem é tanto a arquitectura do poder, que se pode, e até deve, ser colocada em causa. O mais preocupante são os intérpretes. Sabemos o que fizeram, sabemos o que podem vir a fazer. Nós sabemos quem eles são e ao que vêm. CMC P.S. - O redactor reverencia o autor da pintura que ilustra o artigo, Rui Perdigão. * - Por mero escambo indiquei Morin como pai do personalismo, todavia o pai verdadeiro é Mounier e não Morin. Está feita a correcção e apresento desculpas por ter induzido em erro.
3:13:00 da manhã
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[1.862/2005] Sem moralismos
O Blogómetro é uma utilidade que Paulo Querido entendeu, em boa hora, disponibilizar para, com base nas estatísticas do Sitemeter, medir o ranking nacional dos Blogs. Paulo Querido teve a melhor das intenções ao criá-lo mas, como sempre acontece nestas coisas, abriu uma oportunidade para os menos escrupulosos publicitarem e promoverem Blogs que pouco têm a ver com aquilo que pretendeu medir. O crescendo de Blogs pornográficos, claramente comerciais, viu aqui uma forma de promoção gratuita de que não abdicam. Ontem, por falta de inspiração de escrita resolvi dar uma vista de olhos aos 25 primeiros mais consultados no O Blogómetro e verifiquei sem grande espanto que deles, sete, são dedicados a adultos. Nada de falso puritanismo ou de moralismo me move neste texto. No entanto, mesmo deixando de lado o aspecto comercial, pois muitos outros Blogs não pornográficos também já optam por se fazerem pagar, o que me impeliu a elaborar este texto foi o facto de verificar que os Blogs referidos (habitualmente soft) ligam a outros sites de hardcore muitos dos quais violentos e/ou aberrantes que, para além dos habituais sado-masoquismos (cada um come do que gosta), conduzem a cenas de violação forçada, de brutalidade e, no mais grave, de pedofilia. Fica o alerta, até porque a ideia de quem lá está inscrito (pelo menos a do Tugir) não é minimamente a de promoção de tais práticas. Como sugestão ao Paulo Querido, que sabemos ser pessoa de bem, atrevo a proposta de implementação de um filtro (automático ou manual). Afinal a Blogos é lida e consultada por gente de todas as idades e condições. Isto, uma vez mais reafirmo, sem qualquer intenção moralista ou censória. Espero que o Paulo veja neste escrito só uma vontade de protecção de todos, em especial dos menores e da legalidade. LNT
3:05:00 da manhã
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terça-feira, dezembro 27, 2005
[1.861/2005] Os desafios da esquerda democrática no séc. XXI
Interessante entrevista, a cedida pelo politólogo italiano, Giovanni Sartori, à revista do El País do passado fim-de-semana. Sartori, à imagem da politologia italiana de esquerda, afecta às correntes da esquerda democrática, de que Norberto Bobbio é distinta referência, não despreza uma pitada de Hobbes na leitura científica e política do mundo. A política contemporânea dispensa leituras cândidas do mundo, todavia a esquerda democrática não pode embarcar no pessimismo antropológico, mais fiel aos princípios da direita. Sartori aponta a ecologia como um valor a ser defendido pela esquerda no dealbar deste século e, numa leitura bastante interessante, diferente da concepção da esquerda democrática dos tempos posteriores à queda do Muro de Berlim, e deve dizer-se: pouco comum à esquerda democrática, pelo menos a continental, a guerra é um facto bem presente e é preciso saber lidar com ela. Dispensam-se leituras de que não há guerras. O quotidiano comprova o contrário. Mesmo depois do desmantelamento da União Soviética, guerras, infelizmente, não faltaram no globo. Começa a ser hora da esquerda democrática do século XXI deixar os trajes pos-modernos com que se revestiu em determinados momentos, para ser politicamente correcta e procurar sentir-se bem consigo mesma, e assumir uma postura mais afirmativa. A esquerda precisa de conceber outros modelos, novas referências, que não os do senhor Giddens. Pois é importante assinalar a identidade de cada projecto político, não dissimulá-lo, conforme o sociólogo britânico assume nos seus escritos. E, refira-se, a via apresentada no final do passado século, já não se adapta às novas realidades, nomeadamente as saídas do 11 de Setembro, que têm gerado diversas consequências nos mais diversos domínios. Por isso, a esquerda democrática pode confrontar-se novamente com o dilema de optar, conforme assinalou o liberal Popper, Liberdade ou Igualdade. CMC
10:40:00 da tarde
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[1.860/2005] Belém bem pode virar Eliseu
Caro Rui, A campanha presidencial portuguesa tem ganho proporções, a nível do discurso, que parece tratar-se da eleição de um Presidente da República com as competências constitucionais do chefe de Estado francês. Mas não estamos a eleger um Presidente com as competências do gaulês. Longe disso. Porém, importa sublinhar, que um dos candidatos presidenciais, leia-se Professor de Boliqueime, gostaria de ser eleito com as competências do chefe de Estado francês. Lá isso gostaria. Basta conhecer o perfil da pessoa em causa e entender as razões desse interesse. O que o senhor fez, ou melhor, declarou hoje numa entrevista, foi uma jogada brilhante. Conseguiu os seus objectivos. Colocar os quatro principais adversários a criticarem as suas palavras. E os quatro caíram que nem uns patinhos na artimanha. Por um lado, ele mostra (à sociedade) que tem ideias e propostas, não é um candidato mudo - como os adversários querem fazer crer. Por outro, procura obter, na opinião pública, o suporte das suas propostas. E, mais curioso, neste ponto, o reconhecimento da opinião pública advém mais das críticas dos adversários (por serem quem são) do que da proposta apresentada. A proposta da Secretaria de Estado não foi dita de forma inocente. É premeditada. Basta observar com o mínimo de atenção a campanha que o senhor está a realizar. Nem um deslize. Nem mesmo no duro e difícil debate que teve de realizar com o ex e experiente chefe de Estado o senhor escorregou. Tudo pensado até ao milímetro. Nota-se uma ligeira queda nas sondagens e ele larga um trunfo para o recuperar em seguida. Agora não se vai criticar o senhor por não falar, critica-se por manifestar pontos de vista. A inteligência de um antigo director de um jornal diário, que foi beber aos Estados Unidos os ritmos de uma campanha eleitoral, está a atingir os objectivos propostos. Ao fim e ao cabo, vindo de quem vem, o que o senhor candidato hoje disse não é nada de surpreendente. Todos sabem que a Presidência, com o Professor de Boliqueime, será exercida de modo a governar, não de moderar. O cúmulo, no fundo, é o interesse de parte da população portuguesa identificar-se e apoiar o estilo presidencial que corresponde à personagem em causa. Importa perceber porquê. Há quem esteja desatento e não se aperceba das jogadas de quem pretende conquistar o poder. Para se atingir este desiderato importa, primeiro, perpassar um discurso, e, depois, solidificar certos sentimentos na sociedade. Isto não se faz do dia para a noite. Ao longo dos últimos anos construíram uma imagem do Professor de Boliqueime de que ele é o indispensável para endireitar o país. Uma falácia. Mas uma falácia que singrou. A esquerda deixou que o discurso perpassasse, pensando que em política só conta o imediato. A esquerda não ligou ao discurso que estava a ser construído e instalado. Enquanto a direita, que já governou o país, sabe que tinha, tem, no seu providencial candidato, a hipótese para sair do obscurantismo a que foram relegados, caso seja o seu timoneiro seja eleito Presidente. Conseguiram constuir, sem qualquer obstáculo, a imagem do salvador. O senhor que governou com os bolsos cheios e pouco fez pela qualificação do país, aparece como um redentor.Conseguiram que qualquer crítica o transformasse numa vítima. Ele, que vem, outra vez, para nos salvar. Faz-se crer. Como se existissem salvadores da pátria. Em suma, nada do que o candidato diz, no sentido de governamentalizar a Presidência, é novidade. Novo e surpreendente, isso sim, seria se o senhor dissesse declaradamente que quer ser um moderador, aí a bota não batia com a perdigota, conhecendo nós o perfil do candidato. Todos sabem o que fará o Professor de Boliqueime no Palácio de Belém. E, repito o expresso anteriormente, o paradoxal é que muitos portugueses querem um Presidente com este estilo, mais interveniente. Sobretudo depois dos últimos três anos, de sucessivos e pouco credíveis governos, que só ajudaram para a construção da imagem do desejado, a partir da Presidência. O tal senhor recto e disciplinador do país. O Presidente português não tem os poderes do francês, mas com o Professor de Boliqueime eleito, Belém bem pode virar um (petit) Eliseu (dentro das condicionantes máximas). Deste modo, a médio prazo, depois de devidamente instalado, as pretensões de redecorar, estética e humanamente o Palácio de São Bento, aumentam. CMC
9:07:00 da tarde
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[1.859/2005] O que está em causa
Há uns tempos atrás escrevi sobre a desnecessidade de ter na Presidência da República uma pessoa especializada em economia ou direito (ou qualquer outra ciência). Dizia nessa altura que o Presidente da República tem de ser um cidadão com formação política sólida e bem enquadrada pela realidade actual do Mundo, consciente das oportunidades e ameaças e portador de esperança baseada no reconhecimento da inventiva e da capacidade inerente à nossa condição de portugueses. O Presidente da República tem de ser, principalmente em tempo de crise, o símbolo vivo da cidadania, tem de ser o garante na defesa dos direitos consignados na Constituição. Tem de assegurar que, até nas restrições, há limites que nunca serão ultrapassados e que mesmo "o que é necessário fazer" se fará dentro das regras mínimas, principalmente do bom senso, evitando o colapso que poderá culminar em instabilidade social incontrolável. Não é pouca coisa. O Presidente da República não é, não pode ser, um néscio corta-fitas. O Presidente da República é uma peça essencial do nosso Estado Democrático, uma referência influente, um representante valioso das nossas cores, um digno comandante supremo em quem nos revemos na segurança dos direitos fundamentais. Para perceber a importância da sua escolha basta lembrar o papel que Jorge Sampaio teve há um ano. A sua acção foi determinante, embora poucos pareçam conscientes do facto. Sem entrar nos eternos "SES" basta lembrar que a simples decisão de ter nomeado Santana Lopes em vez de ter convocado eleições alterou de forma radical todo o cenário político português. Ferro Rodrigues deixou de ser Secretário-Geral do PS, Santana Lopes demonstrou toda a sua incapacidade tendo perdido a veleidade de se candidatar à Presidência da República e Sócrates fez-se eleger com maioria absoluta. Não pretendo fazer (aqui e agora) qualquer avaliação da acção mas somente realçar a verdadeira importância do Presidente da República. Daqui a pouco menos de um mês veremos se os portugueses conseguiram perceber o que está em causa. Não será de ânimo leve que nos renderemos na escolha desse nosso representante. Até poderemos não vingar na nossa determinação, mas recusamos cruzar os braços. LNT
7:48:00 da tarde
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[1.858/2005] Ilações
A política portuguesa está a poucas semanas de virar uma página no ciclo democrático. Independentemente da nova fase política portuguesa trazer páginas de capítulos anteriores e já bem conhecidas dos portugueses, por isso não se espere melhorias a nível nacional com a eleição presidencial, compete à esquerda democrática mudar de rumo. Se a lição de 22 de Janeiro for bem entendida, que uma campanha não se faz em cima do joelho - a candidatura de direita é exemplar a este respeito pela forma como se preparou durante os últimos três anos - as diferenças e querelas da disputa do próximo dia 22 de Janeiro esfumam-se do mesmo modo que nasceram. De outro modo, a esquerda democrática sujeita-se a afundar em umbiguismos, ainda por cima por causa de propostas sem alcance no porvir a médio prazo, além de pouco contribuírem para a estabilidade política. Pelo contrário, estando a esquerda democrática no poder, e acirrando-se os umbiguismos, estes só contribuem para destabilizar e desacreditar o que está a ser feito; e, a esquerda democrática acaba, sem querer, por servir um projecto de Portugal que se tem vindo a preparar há alguns anos. As saliências notam-se, mas os contornos ainda não são de todo bem conhecidos. Novos desafios assomam-se, entre os quais e mais delicado: o institucional. E, de duas uma, ou a esquerda começa a delinear um projecto de desenvolvimento e crescimento de Portugal, que nem as inúmeras tentativas institucionais de a travar não são bem sucedidas, por esbarrarem no apoio social, ou sujeita-se a estatelar quando chegar à praia, se insistir na tecla dos fulanismos. Tudo depende do bom-senso. E quem não o quiser ter, pode ter a noção de que a sua postura pode valer muito mais, a nível político, do que qualquer voto que pessoas da esquerda democrática atribuam a um candidato que não do seu quadrante político no próximo dia 22 de Janeiro. Em política os ciclos iniciam-se e concluem-se nas datas eleitorais, mas a corrente política, que alimenta o quotidiano, não. A corrente política é contínua. CMC
3:06:00 da tarde
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segunda-feira, dezembro 26, 2005
[1.857/2005] Ufff,
finalmente já passou! Agora já só faltam as festividades da Passagem do Ano. Ainda assim, os agradecimentos sinceros a todos os que deixaram mensagens nos dois textos anteriores. Para todos ficam, desde já, votos de alegre 2006. LNT Nota: Só a NetCabo é que não tem quaisquer melhoras. Passam-se as Festas, fica a incapacidade de prestar um serviço mínimo de qualidade. Uma tristeza e um desespero para quem paga.
8:23:00 da tarde
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sexta-feira, dezembro 23, 2005

[1.856/2005] Feliz Natal
A todas as pessoas amigas que por aqui passam e em especial ao Luís. Para a semana há mais escritos, depois da digestão destilada do bacalhau. CMC
4:58:00 da tarde
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[1.855/2005] Caros fornecedores, utentes, clientes, leitores e colaboradores
Abro, em dia de trabalho intenso, a minha época natalícia blogolítica. Voltaremos a ver-nos assim que terminem as rabanadas, lá para vinte e seis do doze. Aos que forem de Santos, um Santo Natal. Para esses e todos os outros fica um abraço de Festas-Felizes. Luís Novaes Tito Um especial abraço de Boas-Festas ao meu parceiro e amigo Carlos Castro
10:23:00 da manhã
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[1.854/2005] Sala dos troféus
Desta é que foi. Ampliámos o espaço de exposição pois o que tínhamos reservado já não bastava para tantas honrarias. JPT, amável, distinguiu o Tugir com dois galardões que muito nos honram:
Os prémios Gandula Jogo-Justo e Gandula Lusofonia.
Vindos do Índico, são a comprovada tese de que a Língua de Camões continua a ser elo nas cinco partidas do Mundo. O troféu ainda mais valor tem por ser obra de Reinata Sadimba, ex-combatente Frelimo, actualmente residente no Maputo.
Este texto é de gratidão pelas menções que na Shamba José Pimentel Teixeira nos decidiu fazer.
Ele sabe que também aqui o estimamos e que, se este ano tivermos subsídio para realizar a cerimónia, não deixaremos de o contar entre os nossos nomeados. Um abraço de boas-festas extensíveis à MS e beijinhos à Carolina. LNT & CMC
1:56:00 da manhã
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[1.853/2005] Deplorável
Ao fim de 30 anos de democracia, os líderes dos partidos de direita radicalizam, sem quaisquer motivos, o discurso político. O que nunca se viu, quanto mais ouviu nos responsáveis máximos dos democráticos PPD e CDS. Primeiro, o Presidente do partido com menor expressão parlamentar à direita diz que o terrorismo é de esquerda e a esquerda tem culpa pela proliferação do terror no globo. Desta feita, o Presidente do maior partido da oposição considera que o Governo português tem uma postura igual à da tirania norte-coreana. Um deputado português já disse que a Coreia do Norte era uma democracia. Vindo de quem vem, não é de admirar. Afinal ambos comungam da foice e do martelo. Agora o líder do maior partido da oposição, mais do que isto, o Presidente do PPD, partido que sempre lutou pela liberdade de expressão com respeito por todos os intervenientes na vida política portuguesa, estabelecer comparações entre o poder de Lisboa e de Pyongyang? Os dois líderes devem fazer um favor aos partidos que presidem. Sair da liderança. A política portuguesa merece e precisa de uma oposição forte e credível. Não de líderes que insultam e dizem dislates. O PPD e o CDS são grandes e responsáveis partidos políticos. Não devem ser formações políticas comandadas por pessoas sem o mínimo de senso e respeito. A linguagem política tem limites. Comparar uma democracia com uma ditadura não é normal no líder de um partido com responsabilidades nacionais e internacionais. Deplorável. CMC
1:30:00 da manhã
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[1.852/2005] Querido sobrinho Charles
Como tens obrigação de saber o meu nome é Valquíria Hernández e não como dizes Valquíria Franco Também como bem sabes não sou afilhada de Caudilho porra alguma antes filha de uma estalajadeira galega e de um fidalgo falido do Minho português Sabes igualmente que o repúdio que tenho pelas juventudes progressistas só se equipara ao desprezo pelo arrivista das ilhotas do cocuruto da Europa que tem um pé do lado de cá o outro em Brooklyn bridge uma mão na Kitay-gorod a outra nos bigodes do Barney e o coração em Baghdad (não não é o de Barcelona) sabes muito bem Hoje deu-te para aqui o que se há-de fazer Deves ter andado a ouvir umas conversetas na RTP e agora falas por meias-verdades e ainda por cima não te conténs Ou então foi daquela corverseira que dizes ter tido com um amigalhaço qualquer e que me parece que está toda deturpada pelo que conheço dos teus amigos Por falar nisso aconselho-te a ver o filme que o teu amigo saudita tem no Blog dele Se não perceberes o conteúdo do blog vai directo para este endereço lá indicado e faz por entender a mensagem que está em língua gringa Mas prontes fiquei um pouco preocupada com a lenga-lenga das SOBABA-das-globalizações mas penso que deve ser resultante de alguma fase de crescimento ou então do espírito natalício que tarda a instalar-se na tua alma Arrelias-te eu sei com o facto do Pereira ter conseguido ir ao acto em 22 e tu não Percebe-se ser isso que te está a incomodar mas agora o leque é ainda maior e razão têm os que protestaram por os debates não terem sido a seis que é como quem diz à meia-dúzia é mais barato e este rapaz que é muito mais novo que os outros deve ter uns horizontes largos como o caraças Olha vou-me embora que tenho as filhozes na fritura e ainda esturram Porta-te bem e continua lá a falar das coisas importantes do globo convencido que a América do Sul é Almada ou a Reboleira e que desde que tenha uns Presidentes da Câmara simpáticos há-de ser a salvação do Mundo Vai por aí vai que vais bem mas não apanhes frio nas orelhas senão o Menino Jesus não te dá as prendinhas que lhe andas a pedir há uma data de tempo para a altura dos Reis Bom Natal sobrinho Beijinhos da Tia Lólita
1:25:00 da manhã
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[1.851/2005] A nova Argélia 92
Um artigo que prevê o vencedor das legislativas palestinianas de Janeiro. As débeis relações entre a Palestina e Israel podem desfazer-se e agudizar as relações, caso o radicalismo vença, como tudo indica. E se o exterior ocidentalizado procurar influenciar os eleitores palestinianos noutro sentido, a vitória dos favoritos pode ser irretorquível. A democracia é um poço de imperfeições. Depois da Argélia 1992, a Palestina 2006 deve comprovar a falta de primor da democracia. CMC
1:07:00 da manhã
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[1.850/2005] Tornar o (quase) impossível possível CMC
12:49:00 da manhã
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quinta-feira, dezembro 22, 2005
[1.849/2005] Pontos nos i's
Ainda a propósito do candidato presidencial que mais tempo governou o país, é curioso constatar como, por um lado, no discurso, o senhor desdenha o partido em que militou e presidiu, e, por outro, como a máquina do partido que desdenha está em grande forma a fazer a sua campanha. Supra-partidário? Percebe-se que os atestados de memória são o prato forte da candidatura. Não faça dos portugueses estúpidos senhor candidato. CMC
11:10:00 da tarde
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[1.848/2005] Mais um de atestado de amnésia
O candidato presidencial que raramente fala tem dito algumas coisas nos últimos dias. Andar pelo país obriga o senhor a falar com as pessoas, já que nos debates quase sempre se esquivou a ser objectivo em diversos pontos. Resumiu-se, como se constatou na televisão, a chavões de circunstância, que qualquer pessoa de bom-senso defende e se preocupa, como o emprego, o desenvolvimento do país. Todavia, o senhor que diz querer falar do futuro, do futuro nada diz, e, por isso, acaba por falar de factos que estão directamente ligados ao seu período de governação. Se há dias mostrou estupefacção com o crescimento espanhol, esquecendo-se que Roma e Pavia não se fizeram num dia, isto é, enquanto governante ele teve, como ninguém, a faca e o queijo na mão para tornar Portugal competitivo entre 1986 e 1995, como os espanhóis fizeram, com os gordos fundos europeus, e nada fez, apenas maquilhou o país, dando a entender que promoveu o desenvolvimento (os tempos contemporâneos comprovam a sua falta de capacidade política); hoje, para passar mais um atestado de amnésia aos portugueses, como tem vindo a fazer na sua campanha, o senhor louvou, no trabalhador distrito de Setúbal, os seus dez anos como chefe de Governo. Ora as pessoas não se esquecem do que o senhor fez como Primeiro-Ministro. Por acaso os nomes de grandes empresas portuguesas do distrito de Setúbal, Lisnave e Setenave, dizem alguma coisa ao senhor candidato? Esqueceu-se que foi no período em que governou o país que essas duas empresas do distrito de Setúbal, na época, a primeira e a terceira a nível mundial no ramo naval, perderam a sua dinâmica? Não se recorda das elevadas taxas de desemprego no distrito de Setúbal nas décadas em que governou? Agradece-se que não passe atestados de amnésia. Agradece-se que não branqueie a história, pois a fome e as dificuldades de sobrevivência bateram à porta de muitas pessoas do distrito de Setúbal. O senhor candidato vai, provavelmente, continuar em périplo pelo país. Esperemos que não continue a passar atestados de amnésia aos portugueses. Já são dois que passa. (1)O crescimento espanhol e (2)ele, enquanto governante, como impulsionador do desenvolvimento do distrito de Setúbal. Espera-se que os portugueses estejam atentos e não permitam a passagem destes atestados. As pessoas têm memória, ainda que o candidato deseje a amnésia colectiva. CMC
10:27:00 da tarde
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[1.847/2005] A propaganda da Administração norte-americana
Incrível. Como a Administração prepara uma retirada em 2006, fazendo, desde já, crer que a situação está a melhorar. E, deste modo, pretender confirmar a posição inicial de que só saem do Iraque quando a estabilidade regressar ao país. Está a criar-se um cenário inexistente. Continuaremos a ouvir, nos próximos meses, por parte de Washington, a leitura de que tudo corre de feição. Quando o discurso de vitória no derrube do ditador e edificação de um Estado democrático estiver completamente absorvido pela sociedade norte-americana e não só, os soldados aliados saem de mansinho. Só que o Iraque continua com dificuldades e estas podem recrudescer, não só pelas divisões étnicas internas como pelo factor Irão, com quem uma etnia tem fortes relações com o poder de Teerão. É preciso estar atento à propaganda que a Administração quer inculcar e às relações internas e externas das diversas etnias iraquianas. CMC
7:52:00 da tarde
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[1.846/2005] Leituras blogosféricas
Esta tarde, uma pessoa amiga, que não via há algum tempo, e costuma ler este blogue, disse-me: "Ouve lá, eu passo pelo TUGIR, e quem é que quer saber dessas coisas que escreves da América do Sul? Falas de eleições no Chile, na Bolívia". Penso que ia continuar com o rol... Israel, Irão, Rússia, Bielorússia, China, etc... Apenas pude responder, "não perceber o que está em causa, devido ao que se passa no mundo, é não perceber o mundo. Hoje já não estamos orgulhosamente sós. Felizmente para nós." Pelos vistos, se para a minha estimada pessoa amiga, não há pessoas interessadas no que escrevo, dessas coisas aparentemente exóticas e que não nos dizem respeito, pelos vistos há sempre alguém que lê, nem que seja este friend. CMC
7:33:00 da tarde
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[1.845/2005] Newsletter SOBABA
Deu entrada na secretaria da SOBABA, após a acalorada Assembleia Geral de hoje, uma lista candidata aos órgãos directivos da associação. A lista, conhecida a meio da tarde, é liderada por Valquíria Franco, distinta (como fez questão de mencionar) afilhada do Caudilho, e mais conhecida nos meios sobabistas por señorita Lolyta. A lista, ligada à denominada juventude progressista, é composta por estas pessoas. Segundo fontes anónima um dos Luís(es), da actual direcção da SOBABA, mais conhecido nos meios da juventude progressista por Luisito, esteve quase para pertencer à lista. Porém, face aos imberbes números que Luisito representa foi rejeitado da lista. A ausência na Guerra de 36/39 era passaporte indispensável para poder constar na candidatura. Soube-se, entretanto, que o referido Luisito, depois do chumbo da juventude progressita, continuará na lista de candidatos do actual Presidente, prevendo-se o lugar, se eleito, de vogal da direcção, tal como Don Coelhone. Do gabinete da SOBABA soube-se, mais tarde, que a lista encabeçada por Valquíria Franco foi rejeitada pelo Conselho de Jurisdição com justos motivos. O cunho fascizóide e o slogan adolescente: quantos mais gágás melhor, não se coadunam minimamente com a Declaração de Princípios da SOBABA. Que encara o Futuro sem fantasmas do passado. A Newsletter da SOBABA tentou apurar em vão quem dos Luís(es) da actual direcção é o Luisito, para apurar os rumores da sua adesão à ala da juventude progressista. O Presidente da SOBABA também foi contactado. Sem esclarecer quem é Luisito, disse, apenas: "Luisito é muito novo, ainda está a aprender. É normal que cometa algumas gafes. Faz parte da inexperiência". A SOBABA vai a votos no próximo dia 22 de Janeiro de por vir ou porvir, tanto faz. NEWSLETTER
7:08:00 da tarde
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[1.844/2005] Sala de troféus
Eles para ali atirados ao Deus-dará, alfinetes de peito com ponta afiada esperando a carne na distracção. Almofadinhas pejadas deles, dos broches, dos que se põem ao peito, nos arcaboiços inchados. Mais um para este Tugir, enviado do recôndito escuro da estante do fundo pela mão do mestre Almocreve. Um alfinete especial pela boa conta em que temos o contador das Petas na Blogos. Que o Senhor feito Menino o proteja. Gratos. LNT & CMC
5:26:00 da tarde
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[1.843/2005] Coisas do comité central sino-luso
Há os que evocam o passado para alicerçarem o futuro e os que só verbalizam o futuro por não terem passado. Há os que apostam na concertação geracional como base de progresso e os que mantém o status quo na eterna invenção da roda, convencidos que o futuro começa hoje. Há os que vêem mais longe por deterem sabedoria e os que perscrutam o infinito do óbvio para se poderem afirmar na razão. Há os que lutam pela mudança e os que esperam que a mudança aconteça. E depois há as equipas municipais compostas por um engenheiro que planeia, dois operários que executam e dez funcionários que observam e comentam. LNT
5:11:00 da tarde
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[1.842/2005] Descongelar o Tratado Constitucional Europeu
O próximo ano promete. A Constituição Europeia, congelada pelos chumbos francês e neerlandês, deve estar de regresso em 2006. A Chanceler alemã já disse que quer recuperar o projecto constitucional europeu e as presidências da UE do próximo ano, austríaca e finlandesa, assumem como ponto da agenda europeia a reflexão sobre o Tratado, a decorrer, desde logo, no Conselho Europeu de Junho. Pode ser que 2006 sirva de inspiração e em 2007 se recupere um projecto que é crucial para o crescimento e desenvolvimento da União Europeia. CMC
1:52:00 da manhã
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quarta-feira, dezembro 21, 2005
[1.841/2005] Elmano Sadino
Retrato próprio Magro, de olhos azuis, carão moreno, Bem servido de pés, meão na altura, Triste da facha, o mesmo de figura, Nariz alto no meio, e não pequeno. Incapaz de assistir num só terreno, Mais propenso ao furor do que à ternura; Bebendo em níveas mãos por taça escura De zelos infernais letal veneno: Devoto incensador de mil deidades (Digo, de moças mil) num só momento, E somente no altar amando os frades: Eis Bocage, em quem luz algum talento; Saíram dele mesmo estas verdades Num dia em que se achou mais pachorrento. Manuel Maria Barbosa du Bocage
Estão a apagar os vultos literários portugueses dos manuais escolares. Bocage é um deles. Onde irá parar a nossa Cultura se a Educação base não lhe dá ferramentas? Bocage conheceu o sabor da prisão, no Limeiro, em São Bento. Actualmente a sua obra conhece o sabor do esquecimento. Faz hoje 200 anos que despareceu o poeta, tradutor nascido à beira Sado, que tanto ironizou e retratou com sarcasmo este país, no botequim do Rossio, actual café Nicola. Não é só Eça que tão bem descreve o comportamente social nacional destes dias, Bocage também continua actual. CMC
3:16:00 da tarde
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